O ex-militar foi julgado incapaz para o serviço por uma junta médica
Pivô da queda de Orlando Silva do Ministério do Esporte em outubro de
2011 e protagonista de uma invasão ao Palácio do Buriti em dezembro
daquele ano, o policial militar João Dias Ferreira teve sua reforma
(termo militar para a aposentadoria) oficializada esta semana. Ele foi
julgado incapaz para o serviço militar por uma junta médica. A portaria,
datada de 12 de junho, foi publicada na edição da última quinta-feira
do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Apesar de a Polícia
Militar do DF (PMDF) não ter confirmado os motivos para reformar o cabo,
uma fonte na corporação explicou que a principal justificativa foram
problemas psicológicos que levavam João Dias a tirar várias licenças
médicas seguidas nos últimos tempos.
A reforma foi confirmada a pouco menos de um mês de ele completar 20
anos na corporação. Segundo fontes na PM, nos últimos anos, os
afastamentos por motivos médicos se tornaram mais comuns, até
ultrapassarem o período mínimo necessário para a aposentadoria
antecipada: um ano de licença. Desde que João Alves se envolveu em
várias confusões, chegou a se cogitar a abertura de um processo por
deserção, que não foi levado adiante devido ao quadro clínico do
policial. O militar foi reformado com a patente de cabo (o valor bruto
do salário é de cerca de R$ 5 mil) e continuará recebendo os vencimentos
proporcionais ao tempo de serviço.
Confusões
João Dias é investigado por suspeita de participação no desvio de cerca
de R$ 2 milhões do Projeto Segundo Tempo, ligado ao Ministério do
Esporte. As denúncias que ele levou a público motivaram a queda do então
ministro Orlando Silva. Pouco tempo depois, o policial militar se
envolveu em um confronto com servidores públicos ao invadir o Palácio do
Buriti levando uma mala com R$ 200 mil e a atirando no gabinete do
então secretário de Governo, Paulo Tadeu, atualmente conselheiro do
Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). João Dias alegava que
tinha ido devolver o dinheiro que o então deputado federal licenciado
teria lhe oferecido.
Arquivado
Até então na patente de soldado, o militar foi promovido a cabo em
fevereiro do ano passado, o que elevou o salário base em cerca de R$
200. Ele fez parte de um pacote de promoções de 2.850 homens. Na mesma
época da promoção, João Dias recebeu a notícia do arquivamento, a pedido
do Ministério Público, de um inquérito que apurava as supostas
agressões do PM a funcionários do Palácio do Buriti. O MP entendeu que
os ataques e as injúrias foram recíprocos durante a invasão.
Fonte: Correio Braziliense - Por Almiro Marcos
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