O cantor Gustavo Lima foi um dos artistas que mais faturaram com a festa promovida pelo GDF em julho.
Quando
o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou que a abertura da Copa das
Confederações seria em Brasília, a Capital Federal acabava de entrar na
agenda dos grandes eventos esportivos. A festa, que foi gratuita,
custou aos cofres públicos R$ 5 milhões.
Para
animar os torcedores, o governo anunciou uma vasta agenda cultural de
shows, que contava com a presença de artistas de peso como: Gustavo
Lima, Grupo Revelação, Asa de Águia, entre outros. No total, foram
gastos aproximadamente R$ 900 mil para realização dos shows. De acordo
com a estimativa da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, o custo
total do evento foi de R$ 5 milhões.
Gastos: Porém,
nem tudo que “reluz é ouro”, no início da semana o Guardian Notícias,
teve acesso às notas de empenho da contração dos shows realizados.
Analisando detalhadamente as descrições das notas, constatou-se que no
show do cantor Gustavo Lima, por exemplo, o brasiliense desembolsou em
torno de R$ 6.540 por minuto de apresentação. O cachê cobrado pela
equipe do cantor foi de R$ 250 mil para tocar apenas quarenta minutos,
sendo que esse valor era para ser cobrado para um show de uma hora e
realizado no período da noite, o que neste caso foi pago o dobro, o que
no caso seria R$ 125 mil.
Além
disso, o governo também arcou com os custos da hospedagem de um hotel
cinco estrelas no valor de R$ 43 mil para despesas com estadias e
alimentações para os artistas e suas equipes.
Dinheiro: Desde
o início da Copa das Confederações, o brasiliense vem observando com
desconfiança as ações do governo com relação ao evento. Neste contexto,
uma série de manifestações tomou conta da Capital Federal. E a principal
reivindicação na ocasião, foi à má utilização dos recursos públicos
destinados a Copa.
Na
semana passada, a presidente Dilma Rousseff, no “Programa Mais Médico”,
anunciou que irá contratar médicos estrangeiros para o interior do
país, com um salário de R$ 10 mil por mês. O anuncio da presidente gerou
polêmica, pois, com a atual crise econômica do país, muitos consideram
uma temeridade arcar com altos salários para uma determinada categoria.
Porém, o governo afirma que esta foi a única alternativa encontrada,
para alcançar aqueles que necessitam de assistência médica em regiões
precárias.
Investimentos: Ao
que tudo indica, o atual governo tem encontrado dificuldades em
investir os recursos públicos. Para efeito comparativo, com os R$ 5
milhões gastos, seria possível construir duas Unidades de Pronto
Atendimentos (UPAs) no DF. Um exemplo é a Unidade de São Sebastião, que
somente neste ano atendeu 49. 152 pessoas.
Com
o dinheiro investido na abertura da Copa, seria possível ainda fazer a
contratação de 40 médicos no “Programa Mais Médico”, recebendo um
salário de R$ 10 mil, totalizando um gasto de R$ 416 mil reais mensais e
R$ 4,800 milhões aos cofres públicos ao final de 12 meses. Sendo que o
governo teria uma economia de aproximadamente R$ 200 mil por ano.
Discrepância: Outro
fato que chamou atenção e também para efeito comparativo, no último mês
de março, o cantor Amado Batista recebeu R$ 400 mil da Administração
Regional do Itapoã para fazer um show que durou aproximadamente quatro
horas. Já no evento de abertura da Copa das Confederações, foram gastos
R$ 5 milhões e cada artista não passou mais do que trinta minutos no
palco. Ou seja, Amado Batista levou 55 mil pessoas no Itapoã, Fórmula
Náutica (evento mundial) levou 45 mil pessoas e Gustavo Lima levou
apenas 20 mil pessoas. Qual festa teve maior sucesso?
Fonte: Guardian Notícias - Por Nayara Ribeiro e Jean Marcio Soares - redacao@guardiannoticias.com.br
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