Por Daniel Cardoso - Após
a decisão do PMN de desistir da fusão com o PPS, ficaram claras as
diferenças entre as duas legendas. No DF, membros dos dois partidos se
dizem satisfeitos com o recuo na união, que criaria a Mobilização
Democrática e tentaria atrair, assim, parlamentares insatisfeitos com os
próprios partidos. Para o presidente do diretório regional do PPS no
Distrito Federal, Francisco Andrade, a fusão poderia ser positiva
nacionalmente, com o partido buscando mais espaços. Entretanto, Andrade
não via com bons olhos o alto risco de a nova legenda ser presidida por
Jaqueline Roriz. Ele admite que nunca foi favorável à mudança.
HISTÓRIAS DIFERENTES
“Em
Brasília, teríamos problemas. O PMN pode até ter uma cultura de
ativismo, militância, mas o PPS teria que se vincular a uma figura com
história completamente diferente e maculada por denúncias”, disparou.
“Sem a fusão, nos sentimos mais à vontade. Até tentamos o diálogo, mas
não tivemos sucesso”, afirmou. Do outro lado, a deputada federal Jaqueline Roriz
afirmou estar “feliz com a decisão da executiva nacional do partido”.
Para ela, as ideologias não poderiam ser conciliadas. “Nós do PMN
acreditamos na aliança visando o fortalecimento das bases nos Estados e
municípios, uma forma de trazer novos vereadores, alianças e filiações”,
avaliou.
OUTROS RUMOS
Os
dois distritais do PPS na Câmara Legislativa do DF, Cláudio Abrantes e
Alírio Neto, desfiliaram-se em dezembro do ano passado, após a legenda
abandonar a base governista. O PMN também não é representado na CLDF e
vive situação semelhante ao PPS. Nas últimas eleições, Celina Leão
conseguiu sua vaga pelo partido, mas deixou a legenda em direção ao PSD,
na época recém criado.
Objetivo era vitaminar a bancada
A
união entre os dois partidos poderia resultar em uma bancada com mais
força na Câmara Federal. Atualmente, o PPS conta com 11 deputados,
enquanto o PMN possui três. Com a soma dos parlamentares, a MD poderia
ficar à frente de PCdoB e PV, por exemplo, com 14 representantes. No
Senado, nenhum deles tem representantes. A entrada de deputados já
eleitos faria o número crescer ainda mais, tornaria a legenda mais
relevante em todo o Brasil e daria até mais tempo no horário eleitoral
na campanha do ano que vem.
OLHO NO PLANALTO
Até
mesmo o ex-governador de São Paulo José Serra era especulado no novo
partido e poderia ser candidato à presidência, já que, no PSDB, o nome
forte é Aécio Neves. A decisão pela fusão ocorreu em abril e aguardava o
registro no Tribunal Superior Eleitoral. Os dois motivos que fizeram o
PMN recuar na criação do novo partido foram as divergências entre
integrantes dos diretórios regionais e também pelo fato de que o PPS
ainda esperava um parecer do TSE.
A
consulta ao Tribunal foi estimulada pelo PSD, que questionava a
possibilidade de parlamentares migrarem ao novo partido sem que ficasse
configurada a infidelidade partidária. O PPS lamentou, em nota, a
decisão do PMN, mas insistiu que o partido continuará firme na oposição
ao governo federal do PT.
Fonte: Jornal de Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário