De acordo com a Polícia Civil, o deputado fraudou licitação pública.
A Polícia Civil do Distrito Federal pediu à Justiça o indiciamento do deputado Cristiano Araújo
(PTB) pelo crime de fraude a licitação. Um relatório da Delegacia de
Repressão ao Crime Organizado (Deco) cita evidências de participação do
parlamentar em contratações irregulares de pesquisadores para
desenvolver projetos patrocinados pela Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP/DF), na época em que o PTB, partido do distrital, exercia influência sobre a área de ciência e tecnologia.
Esse
é um desdobramento das operações Firewall 1 e 2, que promoveram buscas e
apreensões em endereços de alvos sob suspeita de desvios de recursos
públicos. Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial
indicaram vinculação entre pesquisadoras contratadas, supostamente sem
qualquer qualificação, e Cristiano Araújo.
Com boa aparência, as moças recebiam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil para lecionar ou fazer pesquisas na área de ciência e tecnologia. A investigação policial apontou direcionamentos nas contratações de pessoal e total desrespeito a critérios de qualificação sob a coordenação do distrital.
Com boa aparência, as moças recebiam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil para lecionar ou fazer pesquisas na área de ciência e tecnologia. A investigação policial apontou direcionamentos nas contratações de pessoal e total desrespeito a critérios de qualificação sob a coordenação do distrital.
De
acordo com o inquérito, as jovens recebiam uma espécie de mesada de
entidades contratadas pela FAP sem sair de casa. Não há registro de que
tenham executado o propósito das bolsas. A seleção deveria levar em
conta uma análise curricular, mas há indícios de que a maioria das
pessoas acabou selecionada por afinidade ou amizade.
O
pedido de indiciamento foi encaminhado à Justiça porque Cristiano
Araújo, na condição de deputado distrital, tem foro especial e só pode
ser processado e julgado com autorização do Tribunal de Justiça do DF.
Ao receber o relatório da Deco, a Promotoria de Fundações e Entidades de
Interesse Social do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT) encaminhou as conclusões para a Justiça de primeira
instância, que, em seguida, declinou a competência para o Conselho
Especial do Tribunal de Justiça do DF. No relatório, os policiais pedem
que Cristiano Araújo seja ouvido na condição de investigado.
O
caso deve chegar em breve às mãos da procuradora-geral de Justiça do
DF, Eunice Amorim Carvalhido, que terá de decidir se há elementos
suficientes para denunciar o distrital ou se serão necessárias novas
diligências. O deputado disse ontem ao Correio que apenas duas moças
contratadas tinham algum tipo de vínculo com ele, mas seria uma relação
distante. “Quando soube que havia um edital para bolsas, eu divulguei na
minha rede. Algumas pessoas devem ter se interessado e fizeram
inscrição. O edital era público”, afirma o petebista. “Da minha parte,
não houve dolo. Eu nem era ainda secretário de Ciência e Tecnologia”,
acrescentou Cristiano Araújo. (AMC e KA)
Fonte: Por Ana Maria Campos e Kelly Almeida - Correio Braziliense
Falta ainda verificar o caso do nepotismo!!!!
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