A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acaba de de desmembrar o processo da Operação Caixa de Pandora.
A decisão foi tomada por unanimidade, com base no voto do relator, ministro Arnaldo Esteves Lima.
Com
a decisão, o STJ vai julgar apenas as acusações contra o conselheiro
Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, que tem foro especial
naquela corte. Os outros 36 denunciados, entre os quais o ex-governador José Roberto Arruda,
o ex-vice-governador Paulo Octávio, e três deputados distritais Rôney
Nemer (PMDB), Benedito Domingos (PP) e Aylton Gomes (PR), serão julgados
pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territorios (TJDFT).
Arruda e Paulo Octávio
foram denunciados pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção
ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os deputados e
ex-parlamentares envolvidos no esquema responderão por corrupção passiva
e lavagem de dinheiro.
O
ministro Arnaldo Esteves citou o artigo 80 do Código de Processo Penal,
segundo o qual essa separação é facultativa e justificada quando o
órgão julgador reconhece motivo relevante. O relator apontou o elevado
número de acusados -- são 37 denunciados -- e a complexidade do caso
como "limites intransponíveis para a razoável duração do processo, além
da eficiência" como motivo para o desmembramento. São 38 volumes e 323
apensos.
Uma
cópia integral do processo será encaminhada para a Justiça do Distrito
Federal. Como há três deputados distritais denunciados, o caso deverá
ser encaminhado ao Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF, foro
para ações criminais envolvendo parlamentares locais. A
procuradora-geral de Justiça do DF, Eunice Amorim Carvalhido, deverá
acompanhar o caso.
O
processo da Operação Caixa de Pandora teve início no Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), onde houve o primeiro
depoimento de Durval Barbosa com as acusações de desvios de recursos dos
contratos de informática e um suposto esquema de pagamento de mesadas
para deputados distritais em troca de apoio ao governo na Câmara
Legislativa.
Além
de Nemer, Benedito e Aylton Gomes foram denunciados Eurides Brito
(PMDB), Leonardo Prudente (sem partido), Rubens Brunelli (sem partido),
Odilon Ayres (PMDB), Rogério Ulysses (sem partido), Pedro do Ovo (sem
partido), Berinaldo Pontes (PP) e Benício Tavares (PMDB). Também estão
na ação penal, protocolada em junho do ano passado pelo procurador-geral
da República, Roberto Gurgel, oito empresários, além de Durval Barbosa,
o delator da Caixa de Pandora.
Fonte: Correio Braziliense - Ana Maria Campos
Agora, na prática, o caso recomeçará da estaca zero, onde todos os recursos estarão disponíveis aos réus. Com o tempo a favor, será remota a possibilidade de prisões.
ResponderExcluirNo entanto, há também implicações políticas. Até 2014, será praticamente impossível transformar o ex-governador Arruda num político ficha-suja. Com isso, ele poderá até concorrer novamente ao governo do Distrito Federal, caso as pesquisas se mostrem favoráveis a ele...