É estranho, muito estranho, o clima de inquietação vivido nos últimos dias na Câmara Legislativa
A cassação de Raad Massouh é um assunto tratado com muita desconfiança e
sempre distante de jornalistas. A postura de isolamento adotada pelo
deputado Patrício desde o dia em que teve acesso ao processo
0014790-37.2011.807.0000 que investiga a suposta malversação de recursos
oriundos de uma emenda parlamentar de autoria do deputado Raad Massouh,
tem deixado alguns parlamentares de orelha em pé.
“Patrício sumiu”, denunciam alguns.
Aos poucos que conseguiram acesso ao corregedor da Câmara Legislativa
durante esses dias de sumiço, uma frase a ele atribuída tem deixado
alguns de seus colegas preocupados, perguntado sobre o processo de Raad,
responde curto e grosso, "Irei cumprir o que manda a lei".
As expectativas dos cidadãos que acompanham o caso Raad são as de que a
Câmara Legislativa dê exemplo de inclemência aos malfeitos, que devem
ser punidos com rapidez e firmeza mesmo. Já pessoas próximas ao
investigado e até alguns de seus assessores alardeiam em Sobradinho sua
base eleitoral que, “já está tudo acertado, o relatório da corregedoria
será apresentado rejeitando a acusação de quebra de decoro, não tem
como comprovar nada contra nosso deputado".
Raad afirma aos quatro cantos que está tranquilo e que inclusive, “foi inocentado da busca e apreensão“ (sic)
O assunto é delicado.
A preocupação de alguns parlamentares com o resultado do caso Raad
justifica-se pelo fato de que muitos deles estão sendo investigados, e
um desfecho negativo para o colega do PPL poderá indicar que poderão
amargar o mesmo destino.
Vale lembrar que o julgamento na Câmara Legislativa é político e independente do resultado do julgamento no judiciário.
Fontes ouvidas pelo blog afirmam que o conteúdo das investigações
realizadas pelo Ministério Público e Polícia Civil do Distrito Federal,
levou ao "indiciamento" e a consequente abertura do processo no Conselho
Especial do TJDFT (Raad tem foro privilegiado). Os que conhecem o teor
da investigação, afirmam que o trabalho minucioso desenvolvido no
inquérito levará à condenação de todos os envolvidos, e adiantam, “as
provas coletadas são consistentes, não há como eles escaparem".
Já no âmbito político, a incerteza predomina quanto ao destino do parlamentar investigado.
Na condição de magistrado, Sidney Patrício corregedor da casa, decidirá
não só o futuro político do ex-secretário de micro e pequenas empresas
do GDF, dará aos pares a previsão de como poderá ser o resultado das
futuras representações que tenham como fundamento as demais
investigações. Para a população, o veredito de Patrício decidirá quem
sabe, a sua reeleição.
Portanto, a missão de Patrício não é difícil, é só como ele mesmo diz, cumprir o que manda a lei.
Fonte: Edson Sombra
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