Manifestantes pediram a destituição do presidente do Senado em pelo menos 43 municípios brasileiros. Mobilização também foi realizada em cinco cidades do exterior: Dublin, Paris, Lisboa, Melbourne e Auckland
Os brasileiros foram às ruas para prostestar contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), em pelo menos 43 cidades do país e outras cinco no exterior, durante o fim de semana. Ao todo, as manifestações, organizadas nas redes sociais, mobilizaram pelo menos 2 mil pessoas que pediram a destituição do senador do cargo mais alto do Congresso. Adversários do senador alagoano já se organizam para tentar abrir novo processo contra o peemedebista no Conselho de Ética da Casa, aguardando apenas posição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre denúncias feitas contra Renan.
Os primeiros protestos ocorreram no sábado, em oito cidades. No domingo, um grupo de 10 amigos sem ligação com movimentos sociais ou partidos conseguiu mobilizar manifestantes em 43 cidades do Brasil e cinco fora do país — Dublin (Irlanda), Paris (França), Lisboa (Portugal), Melbourne (Austrália) e Auckland (Nova Zelândia). Em terras brasileiras, Florianópolis foi a cidade que levou o maior número de pessoas às ruas: 500, de acordo com os organizadores, seguida do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, com 300 cada. Nos atos internacionais, o mais expressivo ocorreu na capital irlandesa, com 150 manifestantes. Em Brasília, 60 pessoas se reuniram ontem de manhã na Esplanada.
Um dos idealizadores da mobilização de ontem, o empresário Carlos Rua, de São Carlos (SP), comenta que o grupo se inspirou nos caras-pintadas, que pressionaram o Congresso em 1992 a provocar o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTB de Alagoas. “Se naquela época conseguiram derrubar o presidente do país, por que não conseguiremos a cassação do Renan? Queremos chegar a um número de pessoas juntas tão alto quanto eles e fazer os brasileiros mostrarem de novo a cara contra a corrupção”, comenta Rua. Segundo ele, já há outra manifestação simultânea marcada para 19 de abril, com 70 cidades confirmadas. Pela internet, outros grupos se organizam para um outro manifesto, em 9 de março.
Na última quarta-feira, representantes de movimentos sociais fizeram um ato contra Renan em frente ao Congresso e entregaram simbolicamente a sete parlamentares a lista de 1,6 milhão de assinaturas coletadas na internet pedindo a saída do presidente do cargo. Dias antes, Renan havia divulgado uma nota comentando a mobilização virtual contra ele. “A mobilização na internet é lícita e saudável, principalmente, entre os jovens”, afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues (PSol/AP), que recebeu o grupo de manifestantes, destaca que as manifestações ajudam a sensibilizar os parlamentares, mas na prática qualquer ação contra Renan depende de o STF receber a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente do Senado, em que o acusa de peculato, falsidade ideológica e falsificação de documento por ter desviado verba de gabinete para pagar pensão a um filho. “O que há, por enquanto, já estava nas ações arquivadas em 2007, mas, caso o Supremo acate a representação, existirão fatos novos para levarmos o caso ao Conselho de Ética”, ressalta Randolfe.
Nas ruas
Segundo os organizadores, cerca de 2 mil pessoas em todo o país defenderam a saída de Renan da presidência do Senado. Florianópolis teve a maior quantidade de manifestantes: 500
Brasília
Rio de Janeiro
Florianópolis
Salvador
São Paulo
Belo Horizonte
Fonte: Correio Braziliense - Por Adriana Caitano
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