Reportagem
do Estadão revela que durante o período em que ficou detido, Paulo
Vieira, preso pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, escreveu em
seu diário as situações e relacionamentos com personagens como Rosemary
Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, e José Weber
Holanda, ex-advogado-geral adjunto da União.
Ele escreveu 16 folhas. Os
registros seguem linha defensiva, não hostiliza ninguém. Ele confirma
relações próximas com o ex-senador Gilberto Miranda (PMDB/AM) e com Rose
Noronha, ambos alvos da Porto Seguro.
Com ela, ressalta, tem "muitos negócios". Aponta que foi padrinho de
casamento de Mirela, filha de Rose. Também escreve ser "amigo" ou "muito
amigo" de alguns personagens, como Weber Holanda, o ex-número 2 da AGU
acusado de facilitar o trâmite de processos que beneficiariam empresas
ligadas à organização. "Weber (advogado) - amigo pessoal, conheço do
tempo em que trabalhamos no MEC, sempre debatemos diversas matérias
jurídicas."
Cita ainda a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) ao abordar
liberação de um empreendimento portuário de Gilberto Miranda. "Quem
provocou o tema foi a ministra do Meio Ambiente." A ministra afirma que
nunca tratou do projeto do ex-senador e que jamais se encontrou com seus
emissários.
Em outras páginas, que intitula "elementos de defesa, o que ouvi do
processo", Vieira afirma que os pareceres que redigiu foram solicitados
por órgãos públicos. "Era muito comum o pessoal pedir minha opinião em
processos (...) pela minha experiência." Ele também reclama das
instalações na prisão. "Condição da sala é péssima. Verificar
possibilidade de prisão domiciliar", escreveu.
Fonte: Cláudio Humberto
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