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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eleição para a CLDF: O golpe do mestre


Após semanas de especulações em torno da nova composição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa, o governador Agnelo Queiroz (PT) decidiu, sutilmente, desenhar o formato por ele há tempos desejado.

Mesmo depois do lançamento de uma possível candidatura do deputado Chico Leite (PT) e do Partido dos Trabalhadores ter se manifestado favoravelmente à reeleição do atual presidente, o deputado Patrício, eis que hoje, após reunião a portas fechadas com a bancada petista, Agnelo decidiu escolher o seu candidato: o ex-líder do Governo na Casa, o deputado Wasny de Roure (PT).

Wasny de Roure
Para vice-presidente, agradando o bloco do PMDB, o nome seria o de Agaciel Maia (PTC), que preside a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Casa. 

Na Primeira-Secretaria, o nome que já era ventilado foi ungido: o do distrital Washington Mesquita que, apesar de ser do bloco oposicionista do PSD, é intimamente ligado ao governador Agnelo Queiroz. Uma demonstração da força do líder do Pentecostes, padre Moacir.

Para segundo-secretário, o professor Israel Batista, que recebe mais um agrado após ter deixado o partido que o elegeu, o PDT, que deixou a base, para filiar-se ao novo PEN – legenda que já nasceu dentro da ala governista de Agnelo na Câmara Distrital.

Por fim, na terceira e última Secretaria, quem conseguiu o aval do Buriti teria sido o distrital Aylton Gomes (PR), que, se confirmado, realizaria um feito histórico: manter-se na Mesa em dois biênios consecutivos da mesma Legislatura. Até agora, Gomes ocupa a Segunda Secretaria da Casa.

A jogada é considerada um xeque-mate de Agnelo Queiroz para o próprio Agnelo. Isso porque, numa primeira análise, o governador teria agradado a todos, principalmente o PT, com a manutenção de um petista no comando da Casa. E ainda a força de um aliado como Agaciel Maia na vice-presidência. Ex-diretor do Senado, Maia é querido por caciques do PMDB, como Renan Calheiros e José Sarney.

Numa análise mais crítica de alguns petistas insatisfeitos, a versão tem outro formato. É sabido que o grande interesse de Wasny de Roure é pendurar as chuteiras ao ser indicado para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do DF, fato que pode acontecer até o início do ano que vem. Por isso, o presidenciável teria consultado diversos especialistas para saber, no caso de renúncia após assumir a presidência da Câmara, se haveria nova eleição. A resposta foi clara: não seria necessário.

Com essa segurança jurídica, Wasny teria decidido participar da jogada de mestre de Agnelo: tornar-se presidente até a indicação de seu nome para o TCDF. Com isso, quem herdaria o comando da Casa seria Agaciel Maia, que vinha sendo cogitado como possível candidato à presidência, mas que enfrentou resistências por conta da quantidade de denúncias de supostas irregularidades quando dirigiu o Senado Federal.

Apesar de os nomes já terem sido decididos pelo governador Agnelo Queiroz, nada é definitivo. Como no jogo político tudo muda a cada instante, até dia 14 – data prevista para a eleição – muita coisa pode acontecer.

Fonte: Blog do Edson Sombra

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