Brasília e Lisboa – O deputado federal Anthony Garotinho (PR/RJ)
reiterou hoje (4), durante audiência na Câmara com o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, denúncia de que a ex-chefe de gabinete da
Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha
depositou 25 milhões de euros no Banco Espírito Santo (BES), de
Portugal, após entrar com o dinheiro no país usando a mala diplomática.
Garotinho disse ter sondado a informação com o banco português, mas
que, devido à lei de sigilo bancário, não obteve nenhuma resposta. A
denúncia havia sido publicada pelo deputado em um blog pessoal. Momentos antes, na Câmara dos Deputados, o ministro da Justiça havia classificado a denúncia de “fantasiosa”. Rosemary Nóvoa de Noronha foi exonerada do cargo após ser investigada na Operação Porto Seguro.
Contatado pela Agência Brasil em Portugal, o BES
informou oficialmente, por meio do assessor Paulo Tomé, não ter
“registro de qualquer depósito realizado pela senhora mencionada”, e
ainda que ela não é cliente do banco. Além disso, acrescentou Tomé, um
depósito desse montante “seria necessariamente detectado” pelos sistemas
de controle instalados no BES.
“O BES dispõe de um sistema de prevenção e detecção de branqueamento
[lavagem] de capitais, equipado de ferramentas informáticas de última
geração, que responde integral e eficazmente a todas as exigências da
legislação em vigor e dos normativos de referência internacional”,
informou Tomé.
Cardozo pediu ao deputado que enviasse informações mais detalhadas
sobre a denúncia. “De qualquer forma, me parece inverossímil que uma
pessoa declarasse ter em uma mala diplomática 25 milhões de euros”,
disse o ministro. O superintendente regional da PF em São Paulo, Roberto
Troncon Filho, informou que a PF não tem nenhuma informação sobre o
assunto. "Mas podemos buscar essas informações com nosso adido em
Portugal", acrescentou.
Fonte: Agência Brasil
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