
Filippelli: "O PT tem valores fantásticos, tem pessoas fantásticas"
Francisco Dutra, Jornal de Brasília
O
governador Agnelo Queiroz é o fiel da balança para a manutenção da
aliança entre PT e PMDB nas eleições de 2014. Palavra do presidente
regional do PMDB, o vice Tadeu Filippelli. Caso outro petista venha a
ser apresentado para a próxima corrida ao Buriti, Filippelli não vê
razões para a continuidade do casamento partidário, salvo se o PMDB
passar à cabeça de chapa. O vice-governador não esconde que a relação
com o PT ainda passa por provações. No entanto, Filippelli acha que as
diferenças podem ser superadas com construção diária. O vice também
comentou a posição do deputado Luiz Pitiman, eleito, segundo ele, por
engenharia política.
PMDB e PT juntos em 2014?
Caminhando
da forma como estamos caminhando com o PT, com o Agnelo, acho que
poderá ser um caminho a se repetir. Lógico, essa colocação que faço
aqui, esse entendimento, pressupõe a candidatura do Agnelo e sua
confirmação pelo mesmo grupo político. Não teria sentido, caso haja um
reposicionamento do PT, o PMDB não rever a sua própria posição. Mantido
esse trabalho que foi feito em conjunto, mantido o respeito aos nomes, e
o próprio posicionamento do Agnelo, creio que é um bom caminho andado
para a reconstrução da mesma chapa.
A figura de Agnelo então é central à repetição da chapa?
Sem
duvida nenhuma. É lógico que em um entendimento desse tipo, se uma das
partes tiver o direito de rever sua posição, a outra parte também terá o
direito.
Caso Agnelo não esteja presente?
Se
houver uma modificação desta, eu preferiria pensar no PMDB como cabeça
de chapa. A manutenção dessa aliança, na ausência do governador Agnelo,
subentenderia o PMDB cabeça de chapa. A ausência dele não impede a
aliança, desde que neste caso, o PMDB seja cabeça de chapa. Estamos
honrando o compromisso.
A relação com o governador é diferente da relação com o PT?
A
relação com o Agnelo, com a pessoa Agnelo, é muito especial. Ele é uma
pessoa interessante, muito respeitosa. Logicamente, a relação com o PT
tem as suas particularidades. Pode até ser difícil entender. Depois do
trabalho que fizemos em conjunto, do desafio que foi para todos nós, de
conseguirmos a vitória na última eleição e, no momento em que se sobe no
palanque logo após a apuração das urnas, ouvem-se vaias. É lógico que
isso vem de pequenos segmentos e não pode contaminar o pensamento do PT,
do Partido dos Trabalhadores, como um todo. Mas mostra que o partido
tem as suas vertentes, as suas particularidades. E isso, logicamente,
indica que nossa relação precisa ser trabalhada todos os dias. É bem
diferente de uma relação um tanto mais desarmada que tenho com o
governador, pelo perfil de pessoa humana que é o Agnelo
no dia a dia.
Particularidades do PT?
O
PT tem valores fantásticos, tem pessoas fantásticas. E isso permite um
belíssimo relacionamento. Tem pessoas, não apenas o Agnelo, que são
responsáveis pelo inicio, pela construção dessa aliança. Por exemplo, o
Chico Vigilante. Tem pessoas que entenderam, desde o primeiro momento, a
possibilidade dessa aliança. De qualquer modo, tenho de respeitar essas
dificuldades internas do PT. Eu respeito isso, porque é próprio de um
partido. Tenho de respeitar manifestações, que às vezes posso entender
como desconfortáveis, de alguns segmentos do PT, mas tenho de recordar
que nós sempre fomos opositores no plano do Distrito Federal. Às vezes,
essa linha mais intransigente nas bases surge como fruto ainda daquele
momento que vivemos e que ainda não está superado. Mas isso pode ser
construído ao longo do tempo, da mesma forma como também tenho algumas
dificuldades no PMDB. O importante é construir. Não podemos parar de
construir.
É o caso do deputado federal Luiz Pitman, que pode deixar o PMDB?
Eu
entendo que a decisão do deputado Pitiman em relação ao seu projeto
político é uma decisão dele. O partido não pode se arvorar em decidir
por ele Apenas o seguinte: ele tem manifestado politicamente uma vontade
muito grande de deixar o PMDB. Não por dificuldade com o PMDB, não por
aproximação por este ou aquele partido, mas sim em função de uma
engenharia política, de um projeto político. E nós temos de respeitar
O senhor tem conversado com ele sobre este assunto?
Sistematicamente,
constantemente. Ele foi eleito pelo PMDB. No momento tem um projeto
político que poderá levá-lo para outro partido. Então, só cabe respeitar
esse fato. Não existe nenhuma dificuldade nisso. Sempre insisto: todos
os que querem permanecer no partido, devem ter entusiasmo de estar no
partido, devem entender o partido como sua casa.
Mas ele teria espaço?
O
mesmo esforço que fizemos na última eleição para elegê-lo, sem duvida
nenhuma estaria presente para elegê-lo novamente (para deputado federal)
na próxima. Ele foi eleito com menos votos do que o Bessa, por
engenharia política que nós fizemos. O Bessa, de outro grupo político,
além de outras pessoas tiveram mais votos do que ele, que ganhou uma
coligação específica, montada para isso, que foi bem sucedida.
Logicamente, com a atenção do partido, com tempo de televisão, com
esforço dos demais pares.
Fonte: Estação da Notícia - Enviado por Carlos Honorato em 09/11/2012 08:20:38
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