O presidente do PT, Rui Falcão, descartou ontem qualquer possibilidade
de expulsão do partido dos condenados no julgamento do mensalão pelo
Supremo Tribunal Federal. O ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do
partido, José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o deputado
João Paulo Cunha (SP) já receberam condenações.
Embora o estatuto do
partido determine a expulsão de filiados condenados "por crime
infamante ou por práticas administrativas ilícitas, com sentença
transitado em julgado", a norma não será usada pela legenda. "Nenhum
deles está incluído (na punição). Não houve desvio administrativo. Quem
aplica o estatuto somos nós. Nós interpretamos o estatuto", disse
Falcão.
O presidente do PT afirmou não temer novas declarações do empresário
Marcos Valério em eventual acordo de delação premiada na Justiça. "Nós
do PT não temos nada a temer. É uma decisão dele (Valério)", disse.
Falcão participou ontem da comemoração da edição 5 mil do jornal do PT
na Câmara dos Deputados. O jornal é editado pela bancada petista na
Casa. No evento, o presidente do PT afirmou que o partido quer
contribuir para ampliar a liberdade de expressão no País. "Que a
informação não seja privilégio de poucos, mas de fortalecimento da
democracia", discursou.
Livres da condição de réu no processo do mensalão, os ex-deputados
Professor Luizinho (PT/SP) e Paulo Rocha (PT/PA) reapareceram na Câmara
durante a cerimônia petista. Os dois foram absolvidos pelo STF da
acusação pelo crime de lavagem de dinheiro. "Estou com o sentimento de
ex-presidiário. Eu fui julgado, condenado. Fui punido, cumpri pena e
agora fui libertado. Mas ainda sinto o preconceito que existe na
sociedade contra todos os ex-presidiários", disse Luizinho, líder do
governo na Câmara em 2005, quando estourou o escândalo do mensalão. Nos
últimos sete anos, Luizinho não ocupou outros cargos eletivos. "Estou
sete anos fora da política. Os prejuízos foram todos", continuou. "A
desonra, o sofrimento da minha família. Agora houve uma demonstração
clara da minha honra, mas esse ônus nunca será reposto."
Ao contrário de Luizinho, Paulo Rocha evitou conversa. "Não vou falar
nada. Ainda está no julgamento", repetia o ex-deputado, que em 2005 era
líder do PT e renunciou ao mandato de deputado para fugir do processo
de cassação. (Estadão)
Fonte: CoroneLeaks - Coturno Noturno
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