
Que Durval entregou meia população de políticos e de empresários do DF é sabido.
A notícia do depoimento do qual o delator participou hoje (23/08) na 2ª Vara de Fazenda Pública é que Durval Barbosa recarregou a metralhadora giratória e apontou para o governo e a Câmara. Atuais.
Diante do juiz Álvaro Ciarlini, que conduziu o depoimento do ex-distrital Rogério Ulysses
sobre a ação a que ele responde por improbidade administrativa, Durval
disse: "A organização criminosa investigada pela Caixa de Pandora foi
instalada em 2003, funcionou em 2009 e continua agora. Não vai parar
nunca". Sem mais detalhes.
Ex-secretário de Relações Institucionais
do GDF e réu confesso, sobre o qual recaem várias ações judiciais,
Durval já foi condenado por fraude em licitação, peculato e corrupção.
Do alto de sua vivência, Durval afirmou
em juízo que a propina paga a deputados distritais na gestão passada
"tinha o objetivo de comprar apoio político, fazer caixa de campanha e
manter interesses pessoais."
Embora tenha admitido que não tinha
"intimidade" com Rogério Ulysses e que nunca entregou dinheiro a ele,
Durval acusa o ex-distrital de ter recebido propina como os demais
colegas da legislatura passada e que em um só mês Rogério levado entre
R$ 50 e R$ 60 mil por meio de "operadores do esquema".
Rogério negou durante a audiência que
tenha se valido de quantia que não fosse o salário e a verba
indenizatória que recebia como deputado. "Sou de origem humilde, arrimo
de família, tudo o que gastei na campanha está devidamente declarado à
Justiça", defendeu-se.
Rogério foi questionado sobre a situação
financeira de seus pais, que são aposentados e retificou sua condição
de arrimo. "Meus pais se mantêm sozinhos, não me expressei bem. É que
sustento meus quatro filhos".
A condição de paternidade, aliás, é
recente. Rogério virou pai há três anos, quase na mesma época em que
surgiu a Caixa de Pandora. "Depois que deixei a política, tinha que
fazer alguma coisa. Fui fazer filho. Do contrário, pirava", disse ao
blog.
Durante a audiência, Rogério disse que
há dois meses foi cedido da secretária de Educação, onde é professor de
ensino fundamental, para a Câmara dos Deputados. Ele está assessorando o
deputado federal Wellington Fagundes (PR/MT).
Rogério responde a ação de improbidade
por participação no esquema da Pandora. Também foi denunciado pelo PGR
pelo mesmo escândalo.
Na ação de improbidade, o Núcleo de
Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do DF
cobra do distrital R$ 5.909.820, soma do desvio atribuído a ele e dos
danos morais à sociedade que o elegeu como representante.
Se Rogério volta para a política?
"Talvez. Estou pensando".
Sobre a experiência de encontrar o algoz pela primeira vez desde as denúncias...
"Eu nunca tinha encontrado Durval
pessoalmente. Não conhecia ele. Parece até cantor de forró com esses
cabelos e esses trejeitos", disse Rogério Ulysses, que em matéria de
cabelo é primo de primeiro grau do cantor Frank Aguiar.
Fonte: Blog da Lilian Tahan
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