Saida do então presidente da república Fernando Collor de Mello e Rosane Collor de Mello do Palácio do Planalto em 2 de outubro de 1992 |
Em entrevista a um programa de televisão na noite deste domingo (15/7), a ex-primeira-dama Rosane Collor deu detalhes sobre o período que viveu com o ex-presidente Fernando Collor de Melo. "Já disse na Justiça que, se algo ocorrer na minha vida, o responsável será Fernando Collor de Melo", disse.
As primeiras revelações de Rosane foram sobre religião. Segundo ela, Collor fazia rituais de magia negra nos porões da casa da Dinda, residência utilizada pelo então presidente em Brasília. "Ele acreditava que com isso, pessoas que desejavam mal a ele, voltava. Ele fazia trabalhos em cemitérios e com sacrifícios de animais", afirma.
Rosane disse ainda existir uma "maldição do Collor", pois, segundo ela, "pessoas, que tentaram prejudicá-lo, morreram de forma estranha". "Eu não participava da grande maioria desses rituais. Ele fazia isso para se proteger de inimigos políticos", explicou a ex-primeira-dama.
Sobre a relação com o então tesoureiro da campanha, Paulo César Farias, Rosane disse que Collor mentiu ao afirmar que PC não frequentava a casa deles após as eleições. "O PC continuava a tomar café da manhã. Uma vez por semana, ele estava com Fernando, quando ele era presidente da república. Depois, quando saíram as notícias ruins, ele nunca mais apareceu".
Rosane afirmou ainda que não acredita em um envolvimento de Collor na morte de PC e que estavam no Taiti ao saber da notícia. "Ele ficou preocupado e agradeceu por não estar no Brasil", disse.
Sobre a experiência do poder, Rosane disse que ela e Collor não estavam preparados para isso. "O poder é efêmero, um dia acaba", esclareceu. A ex-primeira-dama afirmou ainda que sofria assédio de parlamentares por ser jovem. "Havia palavras mais gentis, ganhei joias e as entregava para o Collor, ele sabia o que fazer com elas. Era normal", explica.
Impeachment - No momento do impeachment de Collor, Rosane pediu para ficar com o então presidente no Palácio do Planalto, mas ele negou. "A cada voto, ele me ligava. No momento que viu que não adiantava mais, ficou desesperado. Em casa, procurei acalmá-lo. Tive problemas de insônia depois. Qualquer movimento dele, eu acordava. Achava que ele pudesse cometer suícidio", afirmou.
Ao assinar o impeachment e descer a rampa do Palácio pela última vez, Rosane disse que Fernando Collor quis abaixar a cabeça. "Naquele momento, segurei a mão dele e disse "vamos em frente", "levanta a cabeça"", lembrou.
Ao fim dos relatos, Rosane afirmou que briga na justiça por uma pensão maior. Atualmente, ela recebe R$ 18 mil do ex-marido. "Amigas minhas, que se separaram, têm pensão de quase R$ 40 mil", explica. "Fernando foi o grande amor da minha vida e a grande decepção" finalizou.
Fonte: Correio Braziliense
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
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