Cachoeira e a companheira |
Carlinhos Cachoeira acaba de ser amordaçado. E a Constituição da
República, que garante a livre manifestação, acaba de ser rasgada.
A quem interessa proibir Cachoeira de falar ???? E isso depois de tantas águas rolarem. …
É importante frisar ter Cachoeira, na Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI), exercitado o direito constitucional que lhe garantia o
silêncio. Só que agora quer falar. E com a imprensa, pois continuam as
suas reservas com relação à CPMI.
Ele quer falar e basta. Não interessa se vai mentir ou pressionar. A
valoração sobre o pronunciado competirá às autoridades e, em especial, à
sociedade civil.
Por despacho, o juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções
Criminais do Distrito Federal, proibiu Cachoeira de dar entrevista ao
jornal Folha de S.Paulo.
Na verdade, a decisão judicial colocou uma mordaça em Cachoeira.
Apesar de preso, Cachoeira mantém intacto o direito de falar com a imprensa. Lógico, dentro do período reservado para visitas.
O momento para a fala de Cachoeira é auspicioso. Ele perdeu força e,
a cada dia, está mais enfraquecido. Colher a sua manifestação é
relevante, ainda que ela seja para transmitir recados e pressionar os
que atuaram em concurso externo à sua organização criminosa.
Com efeito, depois da cassação do ex-senador Demóstenes e das
revelações feitas nas revistas CartaCapital (filmagem coordenada por
Cachoeira e referente ao empresário José Dirceu em hotel de Brasília) e
Época (sobre a venda da casa que serve de residência a Cachoeira e
pertencia ao governador Marconi Perillo), a fala de Cachoeira poderá ser
relevante, à luz do interesse público na busca da verdade real.
A visão míope e o despacho que fere a Constituição por parte do juiz
Bruno André Silva Ribeiro não ajudam em nada. Importante frisar que
Cachoeira aceitou ser entrevistado pela Folha de S.Paulo.
Pano rápido. Viva o Brasil que, diariamente, se fortalece na disputa
para se transformar na “Capital Mundial da Impunidade e da Blindagem”,
no campo criminal, a potentes e poderosos.
Wálter Fanganiello Maierovitch
Fonte: Terra – blogs
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