O bicheiro Carlinhos Cachoeira tem ataque de fúria na prisão, briga
com colegas de cela e já xingou e cuspiu num agente penitenciário. Até
sua mulher tem enfrentado constrangimentos durante as visitas íntimas
Claudio Dantas Sequeira, IstoÉ
Quando foi preso no dia 29 de fevereiro,
o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira,
estava tranquilo.
Sabia com antecedência da investigação da Polícia
Federal e que sua prisão era inevitável. Também estava confiante de que
bastariam alguns telefonemas para recuperar a liberdade. Mas não foi
isso o que aconteceu.
Passados quatro meses, o contraventor continua
atrás das grades e numa situação cada vez pior.
Cachoeira tem crises de
pânico, sofre de insônia e crescentes ataques de fúria. Discute com
colegas de cela por qualquer bobagem e chegou a xingar e cuspir num
agente penitenciário. Autuado por desobediência e desacato, o bicheiro
corre o risco de se tornar um prisioneiro marcado por seu mau
comportamento.
Na sexta-feira 22, Cachoeira recebeu a visita de um psiquiatra, que o examinou e resolveu aumentar a dose diária de antidepressivos. Não adiantou muito. Na semana passada, ao ter outro pedido de habeas corpus negado pelo STJ, o bicheiro surtou novamente. Descontrolado, aos gritos e xingamentos, queixou-se de seus próprios advogados, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e sua auxiliar Dora Cavalcanti.
Na sexta-feira 22, Cachoeira recebeu a visita de um psiquiatra, que o examinou e resolveu aumentar a dose diária de antidepressivos. Não adiantou muito. Na semana passada, ao ter outro pedido de habeas corpus negado pelo STJ, o bicheiro surtou novamente. Descontrolado, aos gritos e xingamentos, queixou-se de seus próprios advogados, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e sua auxiliar Dora Cavalcanti.
Quem ouviu Cachoeira avalia que a substituição da dupla é
uma questão de tempo. “Ele está decepcionado, não imaginava que ficaria
tanto tempo preso”, diz um funcionário da Subsecretaria do Sistema
Penitenciário do DF (Sesipe). Segundo o servidor, a adaptação da maioria
dos presos leva em média oito meses.
No caso de Cachoeira, a ansiedade é
alimentada pelo constante assédio da mídia e dos desdobramentos
políticos do caso na CPI que investiga o esquema do bicheiro.
A advogada Dora Cavalcanti ressalta que o estado psicológico de Cachoeira se agravou após a libertação de outros réus do processo, como o espião Idalberto Matias de Araújo, o Dadá; o ex-diretor da Delta Claudio Abreu; o ex-vereador Wladimir Garcez; além de Lenine Araújo e o empresário José Olímpio Queiroga Neto. “As outras pessoas foram sendo soltas e a angústia dele aumentou”, afirma.
A advogada Dora Cavalcanti ressalta que o estado psicológico de Cachoeira se agravou após a libertação de outros réus do processo, como o espião Idalberto Matias de Araújo, o Dadá; o ex-diretor da Delta Claudio Abreu; o ex-vereador Wladimir Garcez; além de Lenine Araújo e o empresário José Olímpio Queiroga Neto. “As outras pessoas foram sendo soltas e a angústia dele aumentou”, afirma.
AZEDOU
A harmonia do casal Carlinhos Cachoeira e Andressa Mendonça
já não é mais aquela demonstrada durante a CPI há um mês
Além disso, as condições carcerárias de
Cachoeira pioraram ao deixar a ala federal, onde dividia com dez pessoas
uma cela projetada para 24 internos. No Centro de Detenção Provisória
(CPD), ele se acotovela com outros sete internos num espaço de apenas
nove metros quadrados.
O desconforto só é amenizado por um colchão que
ele recebeu de seus advogados. Para quem estava acostumado a uma vida
social intensa, boa comida e viagens, o dia a dia de privações pode ser
insuportável. “Ele não está aguentando, reclama muito da comida e da
falta de privacidade”, diz outro agente.
Cachoeira tem direito a três refeições por dia. No almoço e no jantar, o prato se repete: arroz, feijão, uma verdura e um tipo de carne. Quando pode, ele corre para a lanchonete do presídio, onde consegue comprar a preço de mercado frutas, salgados e refrigerantes – a entrada de comida é proibida na Papuda. Além disso, só dispõe de R$ 100 por semana, quantia máxima que um interno pode portar.
Cachoeira tem direito a três refeições por dia. No almoço e no jantar, o prato se repete: arroz, feijão, uma verdura e um tipo de carne. Quando pode, ele corre para a lanchonete do presídio, onde consegue comprar a preço de mercado frutas, salgados e refrigerantes – a entrada de comida é proibida na Papuda. Além disso, só dispõe de R$ 100 por semana, quantia máxima que um interno pode portar.
A rotina inclui ainda banho de sol duas horas por
dia. Pela manhã (das 9h às 11h) ou à tarde (das 13h às 15h). O bicheiro
não usa uniforme de presidiário, mas é obrigado a utilizar peças brancas
e em número limitado. Ele mesmo tem que lavar suas roupas, mas pode
usar sabonete próprio.
De acordo com agentes penitenciários ouvidos por ISTOÉ, o temperamento de Cachoeira oscila entre a irritação e momentos de apatia. “Às vezes, ele chora à noite”, conta um funcionário. Ele diz que o bicheiro se sente abandonado pela mulher, a bela Andressa Mendonça. Não por culpa dela.
De acordo com agentes penitenciários ouvidos por ISTOÉ, o temperamento de Cachoeira oscila entre a irritação e momentos de apatia. “Às vezes, ele chora à noite”, conta um funcionário. Ele diz que o bicheiro se sente abandonado pela mulher, a bela Andressa Mendonça. Não por culpa dela.
O problema é que Cachoeira,
como preso temporário, só tem direito a visitas quinzenais e apenas 30
minutos de privacidade no parlatório, a suíte reservada para as visitas
íntimas.
O encontro mais recente ocorreu na quinta-feira 28. Segundo
relatos, a harmonia do casal já não é a mesma daquela demonstrada
durante a CPI há cerca de um mês. Os dois teriam discutido por ciúmes e
Andressa chegou a questionar se Cachoeira tem ou não curso superior, o
que significaria condições melhores de alojamento.
O diploma do curso de administração que o contraventor disse possuir é considerado suspeito pela PF. Caso consiga comprovar sua formação superior, o bicheiro poderá ser transferido para o Centro de Internação e Reinserção (CIR), uma unidade considerada mais confortável. Mas, se depender de bom comportamento, Cachoeira deve continuar a ver o sol nascer quadrado por um bom tempo.
O diploma do curso de administração que o contraventor disse possuir é considerado suspeito pela PF. Caso consiga comprovar sua formação superior, o bicheiro poderá ser transferido para o Centro de Internação e Reinserção (CIR), uma unidade considerada mais confortável. Mas, se depender de bom comportamento, Cachoeira deve continuar a ver o sol nascer quadrado por um bom tempo.
Fonte: Estação da Notícia - Da redação em 30/06/2012 15:12:07
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