Presidente da CLDF, Cabo Patrício: queda de braço com o PT pela reeleição
Reza a lenda que político, do mais intelectualizado ao simplório,
conserta relógio suíço calçado com luvas de boxe. Parece ser o caso dos
deputados distritais.
Enquanto o Palácio do Buriti se movimenta para
medir forças com o Legislativo, a casa de leis conspira ou, na melhor
das hipóteses, sinaliza ao governador que é um poder independente e não
aceita tutela do Executivo, como lembrou um aguerrido deputado da base.
Tudo jogo de cena.
O que eles querem mesmo é negociar mais cargos e
liberação de emendas parlamentares, como ficou evidente na sessão de
quarta-feira, 20. De acordo com o portal da CLDF, “as críticas se
referiram à falta de responsáveis claros pela liberação de recursos e o
prejuízo para comunidade decorrente da não realização de diversas obras e
eventos”.
A grita dos deputados acendeu a luz amarela no Buriti, alertando
Agnelo de que o jogo da eleição da mesa diretora da Casa já está com a
bola rolando. O presidente do Legislativo, Cabo Patrício (PT), chuta a
bola para marcar um gol de placa em Agnelo. “O governador manobrou muito
mal essa eleição na Câmara Legislativa, ao estimular a eleição da
deputada Arlete Sampaio (PT) sem negociar ou comunicar aos partidos
aliados. Deu no que deu. Patrício ficou melindrado e despertou em outras
legendas a cobiça, antecipando o jogo que só ocorreria no final do
ano”, resume um assessor parlamentar que acompanha o processo com lupa.
Sobre o episódio das emendas, Patrício negou que a mesa diretora
tenha solicitado ao GDF a prerrogativa de poder dimensionar, por ato
próprio, o porcentual das emendas de cada parlamentar que seriam
executadas. “Não pedi isso e não vou entrar nesse jogo rasteiro, faço
esse debate com muita tranquilidade.” Ele sabe que o Buriti quer vê-lo
pelas costas, mas tem a convicção de sua força na Casa. Pretendente para
ocupar a cadeira de Patrício é o que não falta. Vai desde o novato
Agaciel Maia (PTC), os veteranos Alírio Neto (licenciado do PPS) e
Arlete Sampaio (PT), passando por Rôney Nemer (PMDB) e quase uma meia
dúzia de outros pretendentes.
Os áulicos de Agnelo, como o deputado Chico Vigilante, já disseram
centenas de vezes que são contra a emenda da reeleição. Vigilante traduz
literalmente a insatisfação da corrente Construindo um Novo Brasil,
predominante no governo e que “deseja enquadrar Patrício aos costumes”.
Portanto, Patrício sabe que sua vida de articulador pela reeleição não
será fácil. Soma-se aos percalços naturais de seu partido o fato de que
ele “pode vir a ser, caso seja reeleito, o coveiro do PT”, como definiu
um aliado do presidente do Legislativo. A explicação para este temor
petista está no fato de que, se Patrício não for reeleito, ele pode
vazar muitas informações que comprometem o futuro político de Agnelo.
Fala-se muito na possibilidade de expulsá-lo do partido, ideia do grupo
de apoio a Agnelo. “Duvido muito que esse grupo consiga isso.
Se eles cometerem esta besteira, Patrício tem convites para outras
legendas dentro do campo socialista e aí o jogo será duro”, alerta o
aliado de Patrício. Muita água vai passar por baixo desta ponte chamada
reeleição da mesa diretora da Câmara Legislativa, mas uma coisa é certa:
Cabo Patrício, reeleito ou não, será a pedra no sapato de Agnelo. Por
isso, Vigilante pisa em ovos quando fala sobre Patrício. Como bom
maranhense, ele sabe que em determinados momentos, é melhor recuar e
atacar só quando o “adversário baixar a guarda”. Pelo visto, Patrício
não vai tirar o dedo do gatilho tão cedo.
Fonte: Jornal Opção
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