Executiva nacional determinou que os integrantes do partido deixem os
cargos no governo do Distrito Federal; quatro vagas no primeiro escalão
são da legenda
Brasília 247 – Na manhã desta terça-feira 8, o Partido Popular Socialista (PPS) decidiu sair da base aliada do governo Agnelo Queiroz. Com a determinação, o secretário de Justiça, Alírio Neto, os administradores regionais do Guará, Carlos Nogueira, e de Planaltina, Nilvan Vasconcelos, e o diretor-geral do Procon-DF, Oswaldo Morais, terão rever suas posições.
Todos os 16 membros da Executiva votaram favorável ao afastamento. Há cerca de 15 dias, o PPS-DF se reuniu manteve a posição de aliado do governo petista. A decisão ainda pode ser revista pela legenda no Distrito Federal (DF), mas a recusa em deixar os cargos pode levar à intervenção da Executiva Nacional em Brasília.
“Não devemos deixar de adotar posições com receio do que se possa vir. Para falar em decência é preciso ser decente. Há algum tempo estamos tendo conversas com os colegas do DF, mas as denúncias envolvendo o governador se avolumaram, inclusive com a abertura de um processo no Superior Tribunal de Justiça”, argumentou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP). Segundo o dirigente, o partido não deve assumir o ônus de continuar num governo acusado de tantas “malfeitorias”.
Posição compartilhada pelo ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e ex-deputado federal, Raul Jungmann (PPS-PE). “Diante das últimas denúncias envolvendo Cachoeira, o governador e setores do GDF, a nossa convicção é de que o PPS corre o sério risco (se permanecer na base de apoio) de não poder dar explicações sobre aquilo que é inexplicável”, justificou Jungmann.
Até o final do dia, a decisão deve ser oficializada por meio de um comunicado ao diretório regional do partido.
Dança das cadeiras?
A assessoria do secretário da Justiça Alírio Neto afirmou que estão aguardando a oficialização do partido para tomar uma decisão. “Não fazemos ideia de qual seria o motivo da Executiva pedir o afastamento. Não acreditamos que seja o possível envolvimento de Agnelo com Cachoeira, porque se fosse isso o PPS já teria tomado esta posição em Goiás, onde a situação é bem mais complicada”, explicou a assessoria da pasta.
Desde o dia 26 de abril o secretário está afastado do partido e a tendência é que Alírio Neto não deixe o cargo. "Hoje tenho um compromisso forte no enfrentamento às drogas. Acho muito difícil desistir desta proposta", afirmou Alírio.
O diretor do Procon-DF, Oswaldo Morais, disse que deve permanecer no cargo. O administrador do Guará, Carlos Nogueira, contou que vai avaliar a situação quando foi notificado oficialmente. O administrador de Planaltina, Nilvan Vasconcelos, não quis se manifestar sobre a decisão.
De acordo com a reunião do diretório regional do dia 27 de abril, um novo encontro para definir os rumos do partido no DF deve acontecer no mês de junho.
CPI da Arapongagem
Claúdio Abrantes e Luiza de Paula são os dois deputados do PPS na Câmara Legislativa. No dia 17 de abril, o partido anunciou que apoiava a investigação e liberou os seus deputados para assinar o documento para a criação da CPI.
Com o partido fora da base aliada do GDF, a participação de Luzia de Paula como membro da CPI da Arapongagem, comissão que vai investigar as escutar ilegais no Distrito Federal, ganha um peso ainda maior.
Alianças em outros estados
Durante a reunião da Executiva Nacional do PPS, o deputado federal Augusto Carvalho (DF) defendeu que o partido discuta nos estados onde tem alianças com governadores supostamente envolvidos com o caso “Cachoeira” se deve ou não permanecer na base destes governos. O parlamentar citou o caso de Goiás, onde o governador Marconi Perillo também deverá ser investigado no STJ por suposto envolvimento com o bicheiro preso na operação Monte Carlo da Polícia Federal.
Nacionalmente, o PPS faz parte da oposição ao governo Dilma.
O porta-voz do GDF, Ugo Braga, afirmou que o governo não vai comentar a decisão da Executiva Nacional do PPS.
Com informações do G1.
Com informações do G1.
Fonte: Brasília 247
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