Por Karla Maranhão e Felipe Meirelles- Colaborou José Seabra - Marcello de Oliveira Lopes, do alto dos seus 1 metro e 90 e mais de 120 quilos, faz jus ao seu apelido. Marcelão é bacharel em Administração e pós-graduado em Marketing, além de ser servidor público desde 1994. Sua ficha mostra que é um profissional vitorioso. São diversos elogios e nenhuma punição ao longo da carreira policial.
Atuou em diferentes delegacias, onde adquiriu a bagagem que hoje possui. Por sua especialização na área de inteligência policial se apresenta como homem de confiança de Cláudio Monteiro, secretário-chefe de Gabinete do governador Agnelo Queiroz.
Essa condição permitiu que ele fosse nomeado assessor especial da Casa Militar. Sua atividade tem proporcionado a colheita de bons frutos: evitar que supostos criminosos sejam nomeados para a equipe do governo.
Marcelão faz lembrar Elliot Ness. Surge de peito aberto no auge da crise para combater os muitos Scarface que proliferam por Brasília; outra das suas missões é fechar as torneiras do Niágara goiano que tentam respingar na capital da República.
Notibras localizou o homem responsável por filtrar nomes indicados a ocupar cargos nos segundo e terceiro escalões do governo. Ele falou em on e em off. Mas pela função que exerce não se deixou fotografar.
O Elliot Ness candango apareceu no cenário político da capital da República com a mesma missão do seu homônimo americano. Vem quase um século após a implantação nos Estados Unidos da Lei Seca. Mas, ao contrário do agente do FBI, ele não é um intocável.
- Intocáveis são as pessoas de bem que tentam manchar. É o governador Agnelo Queiroz e grande parte da equipe dele, disse Marcelão durante uma conversa descontraída em nossa redação.
Quem ouve o policial falar associa muito do que se passa em Brasília ao quadro Os Intocáveis, que virou série famosa de televisão na década de 60. É verdade que 50 anos separam os fatos relatados no seriado aos capítulos reencarnados em Brasília. Mesmo porque, o que emerge por aqui é de um campo distinto.
Nossa Lei Seca está restrita aos motoristas nas avenidas e estradas, mas liberada nos bares e restaurantes. Porém, mesmo que em versão moderna, o ilícito em nossas terras permanece nas relações escusas entre o público e o privado, autoridades e empresários, nos jogos de azar, subornos e chantagens. Exatamente como na Chicago dos anos 20. A metodologia é a mesma daquela que foi derrotada pelo famoso agente do Tesouro Americano.
Herdeiro de uma agência de publicidade (a Plá Comunicação, de propriedade da esposa e de uma irmã) Marcelão reconhece que os negócios da família e ele próprio são alvo de ataques de todos os que tiveram seus interesses contrariados após um filtro dos nomes.
Mas isso não intimida o policial, responsável por um verdadeiro raio-x no histórico dos nomes indicados para cargos comissionados. Até porque, não é de hoje que a Plá atende contas do governo. Seu leque de atuação é grande. Com filial no Rio, tem mais de 30 clientes da iniciativa privada.
Sobre os nomes vetados, exemplos são muitos, embora alguns mereçam ser preservados por estarem em pleno processo de investigação. Mas Marcelão faz um relato impressionante. Como o suposto vínculo de Cláudio Monteiro com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Marcelão lembra, a propósito, que Cláudio Monteiro foi procurado antes da posse de Agnelo por Cláudio Abreu, diretor da Delta Engenharia. Nesse encontro, Abreu apresentou quatro nomes para ocupar cargos no SLU.
Surpreso e chocado, Cláudio Monteiro rechaçou de imediato as indicações, segundo relato de Marcelão.
- Não vamos abrir as portas em benefício de ninguém. Colocar pessoas ligadas a Delta para cuidar do lixo, é como abrir a porta do galinheiro para a raposa.
Após esse episódio Abreu saiu da reunião cabisbaixo. Porém, logo depois, bateu na porta de outros futuros integrantes da equipe do governador. Mesmo assim, não teve sucesso em seu pleito.
Entre os nomes que foram sugeridos pela Delta e vetados após serem garimpados por Marcelão, estão os do coronel Paulo Abreu e um outro conhecido apenas pela alcunha de Serjão, ex-diretor do SLU que sonhava em voltar para aquela estatal.
O assessor especial da Casa Militar não nega seu conhecimento com Idalberto Dadá.
- Nos conhecemos no meio da atividade policial. Dadá se integrou a um grupo de amigos e cheguei mesmo a contribuir em alguns dos empreendimentos dele, como o time de handebol Anjos de Sobradinho e a associação dos garis, presidida por Dadá.
Idalberto Dadá estava interessado na doação de um lote, pelo SLU, para construir a sede da associação dos garis. Sem vislumbrar nenhuma irregularidade, levou Dadá a Cláudio Monteiro.
- Foi meu único erro. Esperava estar apresentando um defensor de uma categoria profissional, e não um homem que tinha, então, ligações com um contraventor, admite Marcelão.
Quando recebeu Dadá, Cláudio Monteiro sugeriu que fosse dirigido um requerimento ao SLU em defesa do pleito do terreno para a sede dos garis. Nada mais foi discutido.
Sobre o episódio da doação de um rádio Nextel, Marcelão fala sem titubear:
- Eu estava com viagem programada a Orlando e Miami e me foi oferecido um Nextel. Aceitei para usar durante minha ausência do país. Tão logo voltei, devolvi, me oferecendo inclusive a pagar a conta. Sobre o fato de Cláudio Monteiro ter ficado com outro aparelho, isso não existe, garante Marcelão.
Os crimes cometidos pelo Scarface goiano e integrantes do seu sistema empresarial não foram classificados. Serão ainda tipificados no decorrer das investigações, depoimentos, delações e outras fontes de informações e provas.
Todos no seu círculo de negócios sabiam, sem dúvida, que a imagem de uma catarata que escorre ininterruptamente é bela porque está sempre em queda. Sempre, sem parar. E que a aparente beleza que contemplavam de abundância é menos inesgotável do que supunham.
Quedas d’ água secam. Nascentes secam. Fontes também secam. O ideal é que o curso das investigações tenha um guia que assuma publicamente a condução do roteiro, explique os perigos envolvidos na aproximação com o Niágara e deixe também um mapa detalhado da trilha e dos exploradores.
Algo, por assim dizer, que corrobore com o trabalho feito por Marcello Lopes. E que os respingos sejam contidos, como tem acontecido até agora.
Atuou em diferentes delegacias, onde adquiriu a bagagem que hoje possui. Por sua especialização na área de inteligência policial se apresenta como homem de confiança de Cláudio Monteiro, secretário-chefe de Gabinete do governador Agnelo Queiroz.
Essa condição permitiu que ele fosse nomeado assessor especial da Casa Militar. Sua atividade tem proporcionado a colheita de bons frutos: evitar que supostos criminosos sejam nomeados para a equipe do governo.
Marcelão faz lembrar Elliot Ness. Surge de peito aberto no auge da crise para combater os muitos Scarface que proliferam por Brasília; outra das suas missões é fechar as torneiras do Niágara goiano que tentam respingar na capital da República.
Notibras localizou o homem responsável por filtrar nomes indicados a ocupar cargos nos segundo e terceiro escalões do governo. Ele falou em on e em off. Mas pela função que exerce não se deixou fotografar.
O Elliot Ness candango apareceu no cenário político da capital da República com a mesma missão do seu homônimo americano. Vem quase um século após a implantação nos Estados Unidos da Lei Seca. Mas, ao contrário do agente do FBI, ele não é um intocável.
- Intocáveis são as pessoas de bem que tentam manchar. É o governador Agnelo Queiroz e grande parte da equipe dele, disse Marcelão durante uma conversa descontraída em nossa redação.
Quem ouve o policial falar associa muito do que se passa em Brasília ao quadro Os Intocáveis, que virou série famosa de televisão na década de 60. É verdade que 50 anos separam os fatos relatados no seriado aos capítulos reencarnados em Brasília. Mesmo porque, o que emerge por aqui é de um campo distinto.
Nossa Lei Seca está restrita aos motoristas nas avenidas e estradas, mas liberada nos bares e restaurantes. Porém, mesmo que em versão moderna, o ilícito em nossas terras permanece nas relações escusas entre o público e o privado, autoridades e empresários, nos jogos de azar, subornos e chantagens. Exatamente como na Chicago dos anos 20. A metodologia é a mesma daquela que foi derrotada pelo famoso agente do Tesouro Americano.
Herdeiro de uma agência de publicidade (a Plá Comunicação, de propriedade da esposa e de uma irmã) Marcelão reconhece que os negócios da família e ele próprio são alvo de ataques de todos os que tiveram seus interesses contrariados após um filtro dos nomes.
Mas isso não intimida o policial, responsável por um verdadeiro raio-x no histórico dos nomes indicados para cargos comissionados. Até porque, não é de hoje que a Plá atende contas do governo. Seu leque de atuação é grande. Com filial no Rio, tem mais de 30 clientes da iniciativa privada.
Sobre os nomes vetados, exemplos são muitos, embora alguns mereçam ser preservados por estarem em pleno processo de investigação. Mas Marcelão faz um relato impressionante. Como o suposto vínculo de Cláudio Monteiro com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Marcelão lembra, a propósito, que Cláudio Monteiro foi procurado antes da posse de Agnelo por Cláudio Abreu, diretor da Delta Engenharia. Nesse encontro, Abreu apresentou quatro nomes para ocupar cargos no SLU.
Surpreso e chocado, Cláudio Monteiro rechaçou de imediato as indicações, segundo relato de Marcelão.
- Não vamos abrir as portas em benefício de ninguém. Colocar pessoas ligadas a Delta para cuidar do lixo, é como abrir a porta do galinheiro para a raposa.
Após esse episódio Abreu saiu da reunião cabisbaixo. Porém, logo depois, bateu na porta de outros futuros integrantes da equipe do governador. Mesmo assim, não teve sucesso em seu pleito.
Entre os nomes que foram sugeridos pela Delta e vetados após serem garimpados por Marcelão, estão os do coronel Paulo Abreu e um outro conhecido apenas pela alcunha de Serjão, ex-diretor do SLU que sonhava em voltar para aquela estatal.
O assessor especial da Casa Militar não nega seu conhecimento com Idalberto Dadá.
- Nos conhecemos no meio da atividade policial. Dadá se integrou a um grupo de amigos e cheguei mesmo a contribuir em alguns dos empreendimentos dele, como o time de handebol Anjos de Sobradinho e a associação dos garis, presidida por Dadá.
Idalberto Dadá estava interessado na doação de um lote, pelo SLU, para construir a sede da associação dos garis. Sem vislumbrar nenhuma irregularidade, levou Dadá a Cláudio Monteiro.
- Foi meu único erro. Esperava estar apresentando um defensor de uma categoria profissional, e não um homem que tinha, então, ligações com um contraventor, admite Marcelão.
Quando recebeu Dadá, Cláudio Monteiro sugeriu que fosse dirigido um requerimento ao SLU em defesa do pleito do terreno para a sede dos garis. Nada mais foi discutido.
Sobre o episódio da doação de um rádio Nextel, Marcelão fala sem titubear:
- Eu estava com viagem programada a Orlando e Miami e me foi oferecido um Nextel. Aceitei para usar durante minha ausência do país. Tão logo voltei, devolvi, me oferecendo inclusive a pagar a conta. Sobre o fato de Cláudio Monteiro ter ficado com outro aparelho, isso não existe, garante Marcelão.
Os crimes cometidos pelo Scarface goiano e integrantes do seu sistema empresarial não foram classificados. Serão ainda tipificados no decorrer das investigações, depoimentos, delações e outras fontes de informações e provas.
Todos no seu círculo de negócios sabiam, sem dúvida, que a imagem de uma catarata que escorre ininterruptamente é bela porque está sempre em queda. Sempre, sem parar. E que a aparente beleza que contemplavam de abundância é menos inesgotável do que supunham.
Quedas d’ água secam. Nascentes secam. Fontes também secam. O ideal é que o curso das investigações tenha um guia que assuma publicamente a condução do roteiro, explique os perigos envolvidos na aproximação com o Niágara e deixe também um mapa detalhado da trilha e dos exploradores.
Algo, por assim dizer, que corrobore com o trabalho feito por Marcello Lopes. E que os respingos sejam contidos, como tem acontecido até agora.
Fonte: Notibras
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
Marcelão e Cláudio Monteiro dois anjos,só falta as asas e a áurea.
ResponderExcluirEste "jornalista" não tem vergonha na cara?
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