Do G1 DF/DFTV
Gravações feitas pela Polícia Federal na operação Monte Carlo mostram que os negócios do grupo do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, podem ter orientado o voto de deputados distritais na Câmara Legislativa.
No dia 15 de junho do ano passado, o deputado Raad Massouh - PPL (foto) apresentou uma emenda ao projeto de lei que prevê a instalação de postos de combustíveis em supermercados e shoppings.
Pela emenda, só seria permitida a abertura de postos por empresas que conseguissem a licença depois da aprovação da lei – ficariam de fora as grandes redes que já têm postos instalados, mas que ainda não estão em funcionamento.
As investigações da PF mostram que o grupo ligado a Cachoeira teria interesse em aprovar a emenda. Em gravação feita com autorização judicial na tarde em que a emenda seria votada, José Olímpio Queiroga – apontado como um dos chefes do grupo de Cachoeira – é cobrado por um homem identificado como Ricardo Porto, que pergunta porque o deputado Agaciel Maia - PTC (foto) não votaria a favor da emenda como teria sido combinado previamente.
Ricardo: “Rapaz, ele assinou do lado contrário à gente. Cara, cê acredita? Tô te falando cara”
José Olímpio: “Ah, mas cê tá brincando!”
Ricardo: “Tô te falando! Contra a gente! O Agaciel vai se queimar à toa, cara”
As gravações da PF mostram que, em seguida, Olímpio telefonou para o deputado distrital.
José Olímpio: “Alô, deputado, como é que tá você?”
Agaciel Maia: “Tô bem, graças a Deus. E você?”
José Olímpio: “O meu amigo Marcola, Ricardo Porto ligaram agora! Rapaz, cadê aquele seu amigo lá? Você não tá contra o Raad”
Agaciel Maia: “E não votei favorável, rapaz? (...) Eu ainda tirei um voto que era deles: o (deputado) Cristiano Araújo (PTB). (...) Agora, eu fiz aquele discurso, esculhambei com todo mundo e tal, mas votei a favor!”
O deputado Raad Massouh informou que não conhece Carlos Cachoeira e nem José Olímpio e que nunca fez qualquer acordo com os dois para a elaboração da emenda.
Por telefone, o deputado Agaciel Maia disse que nunca sofreu interferência ou fez qualquer compromisso para votar na Câmara Legislativa em favor do grupo de Cachoeira. Maia afirmou ainda que a emenda era a favor da quebra de monopólio.
O deputado Cristiano Araújo - PTB (foto), citado no telefonema, não foi encontrado pela reportagem da TV Globo para comentar o assunto. José Olímpio Queiroga Neto foi preso durante a operação Monte Carlo e está detido no complexo penitenciário da Papuda.
Nota do deputado distrital Chico Vigilante
Com muito pesar, verdadeira tristeza, venho a público me manifestar sobre a denúncia que foi ao ar no DFTV 1ª edição desta segunda-feira (30 de abril). Poderia dizer que não me causa surpresa, mas estou sim estupefato, apesar de ter dito e repetido diversas vezes que o crime organizado estava por trás da aprovação do projeto de lei complementar no 01/2011, de minha autoria, na Câmara Legislativa.
a denúncia confirma aquilo que eu bradei aos sete ventos por ocasião da tentativa de aprovação da emenda 8. A minha suspeita era exatamente esta e ela se confirma agora: esta é a força dos agentes do cartel.
Quantas vezes, nesta que é uma luta que travo sozinho desde à época da CPI dos Combustíveis, tenho falado da existência de um grupo ligado ao crime organizado combatendo duramente a aprovação do PLC 01/2011, que prevê a instalação de postos de combustíveis nas imediações dos supermercados aqui no DF.
O objetivo do PLC é um só: aumentar a concorrência no setor de combustíveis aqui no DF, quebrar o cartel e reduzir os preços a exemplo do que aconteceu em outras cidades do País e no exterior, como apontam estudos do Ministério da Justiça.
Chico Vigilante (PT)
Líder do Bloco PT/PRB na Câmara Legislativa
Gravações feitas pela Polícia Federal na operação Monte Carlo mostram que os negócios do grupo do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, podem ter orientado o voto de deputados distritais na Câmara Legislativa.
No dia 15 de junho do ano passado, o deputado Raad Massouh - PPL (foto) apresentou uma emenda ao projeto de lei que prevê a instalação de postos de combustíveis em supermercados e shoppings.
Pela emenda, só seria permitida a abertura de postos por empresas que conseguissem a licença depois da aprovação da lei – ficariam de fora as grandes redes que já têm postos instalados, mas que ainda não estão em funcionamento.
As investigações da PF mostram que o grupo ligado a Cachoeira teria interesse em aprovar a emenda. Em gravação feita com autorização judicial na tarde em que a emenda seria votada, José Olímpio Queiroga – apontado como um dos chefes do grupo de Cachoeira – é cobrado por um homem identificado como Ricardo Porto, que pergunta porque o deputado Agaciel Maia - PTC (foto) não votaria a favor da emenda como teria sido combinado previamente.
Ricardo: “Rapaz, ele assinou do lado contrário à gente. Cara, cê acredita? Tô te falando cara”
José Olímpio: “Ah, mas cê tá brincando!”
Ricardo: “Tô te falando! Contra a gente! O Agaciel vai se queimar à toa, cara”
As gravações da PF mostram que, em seguida, Olímpio telefonou para o deputado distrital.
José Olímpio: “Alô, deputado, como é que tá você?”
Agaciel Maia: “Tô bem, graças a Deus. E você?”
José Olímpio: “O meu amigo Marcola, Ricardo Porto ligaram agora! Rapaz, cadê aquele seu amigo lá? Você não tá contra o Raad”
Agaciel Maia: “E não votei favorável, rapaz? (...) Eu ainda tirei um voto que era deles: o (deputado) Cristiano Araújo (PTB). (...) Agora, eu fiz aquele discurso, esculhambei com todo mundo e tal, mas votei a favor!”
O deputado Raad Massouh informou que não conhece Carlos Cachoeira e nem José Olímpio e que nunca fez qualquer acordo com os dois para a elaboração da emenda.
Por telefone, o deputado Agaciel Maia disse que nunca sofreu interferência ou fez qualquer compromisso para votar na Câmara Legislativa em favor do grupo de Cachoeira. Maia afirmou ainda que a emenda era a favor da quebra de monopólio.
O deputado Cristiano Araújo - PTB (foto), citado no telefonema, não foi encontrado pela reportagem da TV Globo para comentar o assunto. José Olímpio Queiroga Neto foi preso durante a operação Monte Carlo e está detido no complexo penitenciário da Papuda.
Nota do deputado distrital Chico Vigilante
Com muito pesar, verdadeira tristeza, venho a público me manifestar sobre a denúncia que foi ao ar no DFTV 1ª edição desta segunda-feira (30 de abril). Poderia dizer que não me causa surpresa, mas estou sim estupefato, apesar de ter dito e repetido diversas vezes que o crime organizado estava por trás da aprovação do projeto de lei complementar no 01/2011, de minha autoria, na Câmara Legislativa.
a denúncia confirma aquilo que eu bradei aos sete ventos por ocasião da tentativa de aprovação da emenda 8. A minha suspeita era exatamente esta e ela se confirma agora: esta é a força dos agentes do cartel.
Quantas vezes, nesta que é uma luta que travo sozinho desde à época da CPI dos Combustíveis, tenho falado da existência de um grupo ligado ao crime organizado combatendo duramente a aprovação do PLC 01/2011, que prevê a instalação de postos de combustíveis nas imediações dos supermercados aqui no DF.
O objetivo do PLC é um só: aumentar a concorrência no setor de combustíveis aqui no DF, quebrar o cartel e reduzir os preços a exemplo do que aconteceu em outras cidades do País e no exterior, como apontam estudos do Ministério da Justiça.
Chico Vigilante (PT)
Líder do Bloco PT/PRB na Câmara Legislativa
Fonte: Estação da Notícia - Da redação em 30/04/2012 15:28:48
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