
Por João Zisman e Ricardo Faria - Vice-presidente
do PSDB-DF, o ex-deputado distrital Raimundo Ribeiro, conversou com o
blog sobre o momento político que atravessa o Distrito Federal. Ribeiro
defendeu o afastamento imediato do governador Agnelo Queiroz, e diz
que o PSDB-DF tem projeto solo para 2014
O senhor e vários outros membros da executiva do PSDB/DF entraram com novo pedido de impeachment do Governador Agnelo. O presidente Márcio Machado não assinou. Isso não é um sinal de racha no partido?
Não, ao contrário, isso mostra que o PSDB/DF realmente é um foro democrático, onde pessoas com posicionamentos políticos diferentes convivem sem qualquer dificuldade. E neste caso específico, não existe qualquer divergência, pois se você puxar pela memória vai lembrar que o presidente Márcio Machado e o nosso presidente de honra Geraldo Campos apoiaram o último pedido de impeachment que protocolamos há mais de 03 meses na CLDF.
O senhor acredita que desta vez a CLDF vai dar prosseguimento ao pedido e abrir as investigações sobre Agnelo?
O nosso pedido não é para investigar apenas o Agnelo, mas todo o governo, pois nunca na história deste país, se viu tanta corrupção num governo como está evidenciado nesse governo do PT/PMDB.
Além disso, como medida preventiva estamos requerendo o imediato afastamento do governador, por razões óbvias: a imprensa tem noticiado que ele como governador está corrompendo testemunhas, ameaçando opositores, invadindo registros sigilosos até em órgãos federais, e o pior, praticando todos esses atos usando a estrutura da máquina administrativa e policial.
Quanto a CLDF, acredito que desta vez ela abrirá o processo, até mesmo por uma questão de sobrevivência, pois os deputados já perceberam que o sentimento reinante nas ruas é de repulsa em razão de todas essas denuncias que pesam contra o governo Agnelo.
Desde o inicio do Governo Agnelo, que o Senhor tem sido um opositor ferrenho, inclusive tecendo ácidas criticas. Por quê?
É necessário esclarecer duas coisas: não sou opositor ao governo, me oponho à incompetência e a roubalheira. E esse governo parece reunir as duas, senão vejamos: a saúde está falida, as escolas nem sequer funcionam e a violência atingiu índices estratosféricos.
Chegamos ao absurdo de três homicídios por dia, o que nos coloca no mesmo patamar das cidades mais violentas do Brasil. O trânsito é caótico, o transporte público não funciona, as obras deixadas por governos anteriores continuam inacabadas, as categorias profissionais estão em greve, enfim nada funciona nesse governo, a não ser o crime, pois a todo o momento a imprensa não entorpecida pelas verbas publicitárias, noticia denuncias contra agnelo e altos membros do seu governo.
O senhor também apresentou um pedido de investigação no Ministério Público Federal e Distrital. Como estão as investigações?
Há mais de um mês, juntamente com um grupo de advogados integrantes do movimento “SOU ADVOGADO, QUERO TRANSPARENCIA”, protocolei requerimento pleiteando transparência e agilidade nas investigações que envolvem o governo Agnelo.
Infelizmente até o presente momento não tivemos qualquer resposta, e este silencio é muito ruim para toda a sociedade, em especial a do DF, pois se as denúncias forem falsas, estar-se-ía cometendo uma grande injustiça com o governo Agnelo, mas se forem verdadeiras, os cofres do DF estão sendo saqueados continuamente.
Enfim, o MP não tem o direito de não informar a sociedade acerca do seu trabalho investigativo, até mesmo porque existe um principio de natureza constitucional que deve sempre ser observado, que é o principio da transparência, aí eu lhe pergunto: se ficarem comprovadas as denuncias, quem responderá pelos saques ocorridos desde quando as denuncias foram tornadas públicas? Cabe indagar também: porque o MP não agiu com rapidez visando estancar a roubalheira?
Enfim, são perguntas que só o futuro poderá responder. Apesar de vários indícios, ainda não quero acreditar que o aparelhamento do Estado feito pelo PT tenha contaminado membros do MP de qualquer maneira, não tenho dúvida de que cedo ou tarde, as quadrilhas que saqueiam os cofres públicos serão desmascaradas e os agentes públicos, políticos ou não, terão de responder pelos seus atos, principalmente pelas suas omissões.
O Governador Agnelo diz que estas denúncias que são feitas contra ele, partem de uma quadrilha que ele desmantelou quando entrou no governo. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Então o mundo inteiro é uma quadrilha e o governo Agnelo só tem santo, pois as denuncias são feitas pelos principais veículos de comunicação do país, como Veja, Época, Istoé, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, O Globo e muitos outros. Além disso, é importante destacar que quem está envolvido nas denuncias é ele e vários servidores de alto escalão do governo dele, inclusive secretários de estado. E o pior é que as denuncias são feitas e continuam sem resposta convincente. Aí é só analisar para saber de qual quadrilha ele está falando.
O que o senhor acha de membros da Casa Militar terem invadido a caixa de emails do deputado Franscheschini?
Trata-se de um atentado a democracia e faz parte de uma lógica vigente no PT de que o Estado, quando são eles os governantes, deve controlar a sociedade, principalmente quando essas parcelas da sociedade “ousam” se opor a prática policialesca deles.
Importante dizer que neste caso especifico, trata-se de um crime já confessado pelos seus autores, faltando saber apenas quem são as vitimas de tal arapongagem.
Já se sabe que além do deputado Fransceschini, violaram também o sigilo dos jornalistas Edson Sombra e Donny Silva. Falta descobrir quem mais foi vítima dessa ação criminosa.
O que o senhor acha que o futuro reserva para o DF?
Acho que todos estes escândalos têm um lado positivo, que é desmascarar algumas pessoas que se posavam de vestais da moralidade e agora a máscara caiu. Quem não se lembra do discurso moralista do PT antes da imprensa descobrir a roubalheira do Mensalão? Então eu acho que a sociedade está conhecendo as pessoas que se dizem seus representantes e precisa trabalhar para que eles nunca mais possam ocupar cargos públicos, pois já se sabe que usam os cargos para fins ilícitos.
Sabe-se que o senhor defende a candidatura própria do PSDB/DF. Em 2014 o senhor pretende se candidatar?
Quem
me conhece há muito tempo sabe que eu procuro agir sempre por
principio, nunca em razão das circunstancias. Por principio, sempre
defendi que, no primeiro turno, todos os partidos lancem candidatura
própria, até mesmo para que se possa avaliar o tamanho de cada partido;
num eventual segundo turno é que se devem fazer alianças. Este é o
espírito da lei que instituiu os dois turnos nas eleições.
Quanto a eu ser candidato, não creio que este seja o momento de discutir nomes, mas sim discutir projetos. Após os projetos formatados, procura-se o candidato que poderá melhor representar esses projetos.
Quanto a eu ser candidato, não creio que este seja o momento de discutir nomes, mas sim discutir projetos. Após os projetos formatados, procura-se o candidato que poderá melhor representar esses projetos.
Fonte: Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
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