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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

TRAÍDO, CLÁUDIO ENTREGA CARGO E AGNELO SEGURA IRMÃO-CAMARADA

A la Roberto e Erasmo Carlos, Agnelo e Cláudio, juntos por uma saída nas horas difíceis
A la Roberto e Erasmo Carlos, Agnelo e Cláudio, juntos por uma saída nas horas difíceis  

A crise deflagrada com a saída do delegado Onofre Morais do governo teve contornos mais sérios do que se possa imaginar.

Quando a tensão parecia fora de controle, Cláudio Monteiro, chefe de Gabinete de Agnelo Queiroz, agiu como um chef que comanda uma cozinha cheia de panelas de pressão.

Convocou o então diretor da Polícia Civil ao Palácio do Buriti e não cobrou explicações. Apenas mandou que assinasse a cartão de demissão que lhe foi apresentada.

- Você é meu amigo, teve meu aval para assumir o cargo, mas não posso ser traído. Jamais imaginava passar por uma situação dessas, disse Cláudio a Onofre, num encontro que não demorou mais que três minutos.

De posse da carta assinada pelo delegado, o chefe de Gabinete seguiu para a residência oficial de Águas Claras. Passava um pouco das 11 horas da quinta-feira 2.

Das mãos de Cláudio Monteiro, o governador Agnelo Queiroz recebeu duas cartas com pedido de demissão irrevogável. A de Onofre, redigida em computador, e a dele, de próprio punho.

A primeira correspondência o governador leu, cofiou a barba, murmurou expressões impublicáveis e deu como aceito o pedido de demissão de Onofre. Mas a segunda carta, ele rasgou em pedacinhos e mandou que os papéis fossem transformados em cinzas.

- Governador, eu não posso continuar. Fui traído. A partir de agora minhas noites insones serão mais tristes, regadas a lágrimas. O senhor não pode carregar um fardo que não é seu.

Cláudio estava decepcionado com todas as confidências de Onofre tornadas públicas pelo jornalista Edson Sombra. Quando se dirigiu a Agnelo, usou o tom formal. De um subordinado falando ao superior.

Agnelo tirou a gravata de governador, colocou a mão sobre o ombro esquerdo de Cláudio. Os dois saíram caminhando sobre as escassas e tímidas sombras formadas pelos eucaliptos de Águas Claras.

O contato da mão do médico sobre o ombro do amigo fez Agnelo sentir tremores quase imperceptíveis, fruto da angústia que se apoderava de Cláudio.

Mas logo se fez governador e disse ao chefe de Gabinete que via nele um escudeiro, um braço direito. E tirou de Cláudio toda a responsabilidade pela indicação de Onofre.

Persuadido por Agnelo, Cláudio Monteiro decidiu permanecer no cargo. Mas deixou claro que não queria mais ninguém ligado a ele em funções públicas, muito menos na esfera policial.

Já com o astral elevado, Cláudio renovou a decepção com o episódio, enfatizando que seu perfil de homem público, de cidadão brasiliense, não lhe permitia passar por constrangimentos semelhantes.

Quem presenciou de longe os dois voltando para o abrigo da residência sustenta que ficou comovido com a cena. Fazia lembrar o reencontro de Roberto e Erasmo Carlos.

E alguém diz ter ouvido Agnelo cantarolar trechos de uma música assinada pela dupla que encantou a Jovem Guarda. Algo do tipo você, meu amigo de fé, meu irmão, camarada; amigo de tantos caminhos, de tantas jornadas...

O coração de menino de Cláudio fez dos seus olhos uma torrente de lágrimas durante todo o final de semana.

Nesta segunda-feira 6, quando foi despachar com o governador, o chefe de Gabinete ouviu de Agnelo novos trechos da música cantarolada na quinta-feira 2.

- Há momentos difíceis da vida, em que precisamos de alguém para ajudar na saída.

Fonte: Publicado em 6 de Fevereiro de 2012 por Notibras

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