REPRESENTAÇÃO PROTOCOLADA NA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA CONTRA 'AGNELO QUEIROZ'
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA.
PARTIDO SOCIAL CRISTÃO, localizado no SCS, Quadra 02, bloco B, 20, Salas 1301 a 1303, Ed. Palácio do Comércio, Brasília-DF (contatos telefônicos: 61-3323.2020), PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL, localizado no SHS lote 01 qd. 06 bloco E/623, Brasília-DF (contatos telefônicos: 11-3214-4261), PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA, localizado na CLN 110, Bloco A, Sala 203, Asa Norte, Brasília-DF, (contatos telefônicos: 61-3340-4145), PARTIDO DEMOCRATAS, Senado Federal, Anexo I, 26º Andar, Brasília-DF, (contatos telefônicos: 61-3224-1912), IZALCI LUCAS FERREIRA, cidadão, brasileiro, casado, Deputado Federal, com gabinete parlamentar no anexo III, Gabinete 284, Esplanada dos Ministérios (contatos telefônicos: 61-3215-5284), CELINA LEÃO HIZIN, cidadã, brasileira, casada, Deputada Distrital da Câmara Legislativa do Distrito Federal, com gabinete parlamentar na Praça Municipal quadra 2, lote 5, 3° andar, Gabinete 14 (contatos telefônicos: 61-3348-8142), LILIANE MARIA RORIZ, cidadã, brasileira, solteira, Deputada Distrital da Câmara Legislativa do Distrito Federal, com gabinete parlamentar na Praça Municipal quadra 2, lote 5, 3° andar, Gabinete 16 (contatos telefônicos: 61-3348-8160) vêm, respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos termos do art. 5°, inc. XXXIV, da Constituição Federal, apresentar:
REPRESENTAÇÃO
Contra:
AGNELO SANTOS QUEIROZ FILHO, atual Governador do DF, podendo ser encontrado na Residência Oficial do Governo do Distrito Federal, Águas Claras.
ONOFRE JOSÉ DE MORAES, atual Diretor-Geral da Polícia Civil do DF, podendo ser encontrado na Diretoria-Geral da Polícia Civil do DF.
I – DOS FATOS
A presente Representação versa sobre possíveis atos ilícitos praticados pelo Senhor Agnelo Santos Queiroz Filho, atual Governador do Distrito Federal e seu subordinado direto, o Delegado Onofre José de Moraes, Diretor-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal.
Notícia veiculada pela Revista Veja, do dia 1º de fevereiro de 2012, sob o título “O PT NA CAIXA DE PANDORA”, aonde o Senhor Durval Barbosa, delegado aposentado, delator de suposto desvio de verbas públicas no DF, em longa entrevista, que durou mais de quatro horas, revela um lado desconhecido da operação, a qual teria a participação de integrantes do governo e de órgãos de controle, a pedido de dirigentes do PT, e seguindo a agenda eleitoral do partido no Distrito Federal. (DOC. 01)
Durval Barbosa fez revelações quanto ao envolvimento do PT e de pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores quanto aos desdobramentos da operação que viriam a influenciar decisivamente no resultado das eleições para o Governo do DF em 2010, a favor do partido. O Ex-Delegado revelou detalhes da participação do atual Governador do Distrito Federal, como protagonista dos escândalos que abalaram a Capital Federal.
De acordo com a referida publicação, o Ex-Delegado Durval Barbosa, confirma a participação de outros petistas importantes na operação, incluindo o atual Ministro do Supremo Tribunal Federal do STF, José Antônio Dias Toffoli, que a época era Advogado-Geral da União. A reportagem relata que houve, inclusive, tentativa de suborno para que o delator mantivesse em segredo tudo que sabia contra o grupo petista.
Ainda de acordo com a mesma reportagem, Durval afirma que em junho de 2009, recebeu a visita do atual Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, na época, pré-candidato do PT ao governo do DF, onde lhe foi apresentado o vídeo no qual Arruda recebe R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Transcrevemos diálogo constante na matéria:
“o pré-candidato não escondeu a extrema excitação ao ver as imagens. Vislumbrou a oportunidade que se apresentava.
– Você garante tirar o Arruda do páreo?
– Garanto!
– Então, eu vou ganhar a eleição.”
Ainda, segundo a publicação, “o petista saiu da reunião com uma amostra do material e o compromisso de envolver a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal nas investigações. Em troca, prometeu ao Delegado uma secretaria de estado no futuro governo” demonstrando, conluio e omissão na denúncia de possíveis atos criminosos.
Relatou ainda o Ex-Delegado durante a entrevista que:
“A conversa prosseguiu: "Esse aqui (Arruda) já está fora, mas você têm de se preocupar com o outro (o ex-governador Joaquim Roriz, na época pré-candidato ao governo do DF)", disse Durval. Agnelo teria então revelado que o plano para eliminar os adversários era ainda mais abrangente: "Esse (Roriz) está aniquilado". Cinco meses depois desse diálogo, com a ação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, o esquema de corrupção ruiu.”
Durval conta ainda que, recentemente o atual Diretor-Geral da Polícia do DF, supostamente, a mando de seu Chefe direto, Governador do DF, Agnelo Queiroz, o procurou e ofereceu R$ 150.000 reais pelo seu silêncio. Foi quando ele resolveu procurar a polícia, segue trechos da entrevista:
O senhor prestou depoimento à Polícia Federal na semana passada revelando que assessores de Agnelo Queiroz ofereceram dinheiro em troca do seu silêncio. Foi isso mesmo. O atual chefe da Polícia Civil de Brasília procurou um amigo meu e ofereceu 150 000 reais para que não houvesse nenhuma denúncia contra o governo dele. Está tudo gravado.
As declarações de Durval vêm confirmar a participação direta do atual Governador do DF, nas ações que culminaram na queda do Ex-governador do Distrito Federal Jose Roberto Arruda, vez que Agnelo Queiro se beneficiou das denúncias do Ex-Delegado, além de ficar clara sua omissão diante dos fatos que teve conhecimento, para lograr êxito nas eleições que se seguiam. Veja as declarações sobre a visita de Agnelo Queiroz ao seu escritório:
“O senhor mostrou ao governador Agnelo Queiroz a fita do então governador José Roberto Arruda recebendo o pacote de dinheiro antes mesmo de entregá-la à polícia? Mostrei, no meu computador, em meu gabinete. Foi no primeiro semestre de 2009, um ano antes da campanha eleitoral.
Qual foi o motivo do encontro entre o senhor e Queiroz? Eu não confiava nas autoridades que comandavam o Ministério Público do Distrito Federal. Decidi contar o que eu sabia, e queria que as denúncias fossem investigadas pela Procuradoria-Geral da República. Achei que ele podia ajudar.
E o que aconteceu? Quando viu o material, o Agnelo pediu ajuda para tirar o Arruda da disputa eleitoral. Ele falou: "Você faz isso para mim? Você tira o Arruda do páreo?".
O senhor concordou? Eu falei: "Esse aqui (Arruda) já está fora, mas você tem de se preocupar com o outro (o ex-governador Joaquim Roriz, também pré-candidato ao governo do DF)". Ele falou: "Não se preocupe que esse já está aniquilado". Ele, ao que parece, já sabia que a Lei da Ficha Limpa, um ano antes de ser aprovada, impediria a candidatura do Roriz. Ele ficou tão entusiasmado que me ofereceu, caso tudo desse certo, uma secretaria de estado.
O Agnelo ficou com cópia do material? Ele pegou uma cópia de outra fita. Ele pegou a cópia de uma fita do vice-governador Paulo Octávio mostrando que assessores dele estavam cobrando propina para facilitar negócios no governo. Aí ele falou: "Nossa, essa fita é horrível". Eu falei: "Leva como exemplo para o procurador".
Um amigo do senhor contou que o ministro Dias Toffoli também teve acesso a esse material antes da polícia e do Ministério Público. É verdade? Sim. O ministro Dias Toffoli recebeu uma amostra quando ele ainda era advogado-geral da União. Mas isso é outro enredo.
Como assim? Você se lembra da Christiane (Araújo, ex-assessora de Durval)? Foi ela que levou. Entreguei a ela antes de fazer a delação porque ela tinha um relacionamento muito próximo com ele. Eu queria saber como encaminhar as denúncias.
Ele ajudou? Depois disso, a Procuradoria da República entrou no caso. É fato que o vice-governador Paulo Octávio renunciou por causa disso.
É fato que o vice-governador Paulo Octávio renunciou por causa desse vídeo? Com certeza foi. A carga em cima dele foi muito grande.
O senhor prestou depoimento à Polícia Federal na semana passada revelando que assessores de Agnelo Queiroz ofereceram dinheiro em troca do seu silêncio. Foi isso mesmo. O atual chefe da Polícia Civil de Brasília procurou um amigo meu e ofereceu 150 000 reais para que não houvesse nenhuma denúncia contra o governo dele. Está tudo gravado.
O senhor recebeu ameaças de morte depois da delação? Recebi três ameaças concretas e algumas mais veladas, que são objeto de apuração. A polícia já desarticulou uma armadilha para me matar.
Por que o senhor resolveu dar esta entrevista? Não era desejo meu dar entrevista, mas os atropelos e as pressões contra mim têm sido muito grandes. Acuaram minha família, envolveram meus filhos em histórias escabrosas, tentam me transformar em um criminoso. Tudo para me desmoralizar e, com isso, minimizar as denúncias que fiz. Na época, o denunciante disse ter desistido de apresentar as provas que possuía, às autoridades competentes, em decorrência de ameaças que vinha recebendo.”
Ao ser procurado pela Revista VEJA, o atual Governador do DF afirmou que, a época, se limitou a assistir aos vídeos. Entretanto, esta versão foi totalmente rechaçada pelo Ex-Delegado Durval Barbosa.
Não restam dúvidas que os vídeos e áudios apresentados por Durval foram essenciais para o projeto eleitoral do então candidato a Governador Agnelo Queiroz, que segundo a matéria, contou com a efetiva participação de membros do governo e de órgãos de controle do Estado, na efetivação de seu projeto político.
Durante a entrevista dada a Revista Veja, o Delegado afirma que nunca cobrou o cumprimento da promessa que lhe fora feita em troca das informações prestadas.
No dia 31 de janeiro de 2011, terça-feira, após a divulgação da revista Veja, foi publicado no jornal local “Correio Braziliense”, pagina 22, do caderno cidades, entrevista do Diretor-Geral da Polícia Civil do DF, Onofre de Moraes, sob o título “DELEGADO DIZ QUE DENÚNCIA É RETALIAÇÃO”. (Doc. 02)
O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre de Moraes, afirmou ao Correio Braziliense que “acredita que a acusação de que teria oferecido propina ao jornalista Edson Sombra é retaliação a investigações conduzidas pela corporação. Nas últimas semanas, a Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária (DOT) encontrou indícios de irregularidades contra a empresa da mulher do jornalista, Wânia Luzia de Souza”.
Transcrevemos trechos da entrevista de Onofre:
“Durval afirmou que o senhor teria oferecido R$ 150 mil ao Sombra para ele parar de bater” na atual gestão. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Para quem desviou R$ 200 milhões de recursos… Ele (Sombra) foi à DOT no dia 23 para prestar depoimento e, no dia seguinte, saiu a notícia de Durval Barbosa na Polícia Federal. Eles trabalham juntos.
Teria sido retaliação às investigações? É o que tudo indica. (O Sombra) era meu amigo há 30 anos e de repente se voltou contra mim, acredito eu, porque ninguém tinha coragem de investigá-lo. Meus delegados aqui têm liberdade para investigar quem quer que seja. Não quero saber quem é e nem vou impedir nenhuma investigação. O Durval também ficou irritado porque a delegada da DPCA que apurou aquele inquérito da pedofilia foi lotada na direção da academia. Eles eram acostumados a mandar na polícia, direcionar essas investigações, mas agora acabou.
Quando foi a última vez que vocês tiveram algum tipo de contato? Foi aqui na minha sala, no dia 19 de janeiro, quando o Sombra e a esposa dele me procuraram. Ele disse que estava sofrendo perseguição. Olha aí a perseguição (diz apontando para o material da investigação espalhado sobre a mesa).
Existiu algum outro encontro? Eu cansei de frequentar a casa dele. Fui lá diversas vezes, como todas as pessoas. Acredito que eu era o último amigo dele, porque ele não tem mais amigos. A vida deles é filmar, gravar e acabar com a vida das pessoas.”
Ocorre que na entrevista dada ao Correio Braziliense, Onofre de Moraes, afirma, categoricamente, que “Enquanto eu for diretor da Polícia, não vou me curvar nem para Edson Sombra, nem para Durval Barbosa”.
Mas, curiosamente, após a ampla divulgação na mídia eletrônica, no dia 27 de janeiro de 2011, da entrevista dada pelo Ex-Delegado Durval Barbosa, mostrando as ligações entre o atual Governador do DF e o Diretor-Geral da Polícia Civil do DF, num possível esquema de compra e coação de testemunha e de oferecimento de vantagens pessoais para “blindar” políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores, inclusive o próprio Governador, o Diretor-Geral da Polícia Civil, Onofre de Moraes, esteve na residência do Jornalista Edson Sombra, fiel depositário, junto com o Ministério Público Federal, de todo o material do Inquérito da Caixa de Pandora, que será julgado pelo STJ.
Em seu sítio eletrônico, o Jornalista Edson Sombra, no dia 31 de janeiro de 2012, à tarde, publica matéria com o título “ONOFRE DE MORAES NÃO VAI ME CALAR E MUITO MENOS ME DESMORALIZAR – PARTE I”, em resposta as declarações dadas por Onofre de Moraes, ao Correio Braziliense. Postou, ainda, vídeo onde comprova a ida do atual Diretor da Polícia Civil, à sua casa. Vejamos trecho da matéria do referido Blog: (DOC. 03)
“Onofre de Moraes não vai me calar e muito menos me desmoralizar - parte I
Não foi novidade para mim a entrevista concedida ao jornal Correio Braziliense pelo diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre de Moraes. Acuado pelo peso de sua consciência, ele parte para tentar me desmoralizar perante a sociedade e os poderes constituídos da República e do Distrito Federal. Como diz o ditado, “é o abraço dos afogados”.
Já sabia que isso iria acontecer. Onofre, como é conhecido, tenta com a entrevista de hoje encobrir o uso da máquina pública, especificamente a Polícia Civil, para manter-se no cargo. Não entrarei no jogo baixo e sujo que ele pretende jogar. A verdade é soberana.
Desde que ele começou as insinuações para estancar as denúncias que eu fazia contra autoridades do GDF em meu blog, eu tomei as precauções necessárias, pois temia ser alvo de um grande plano para me desmoralizar e, com isso, contaminar todas as investigações onde figuro como testemunha ou denunciante.
A população vai tomar conhecimento de tudo, com vídeos, áudios e testemunhos de pessoas idôneas. Tudo no tempo certo, seja da Polícia Federal, do Ministério Público ou da Justiça. Não posso me valer da vaidade pessoal, expondo tudo o que tenho conhecimento e provas, simplesmente para servir de produto comercial ou para dar suporte a golpes urdidos contra quem quer que seja.
O que toda a sociedade do Distrito Federal toma conhecimento pela boca desse delegado são, nada mais, nada menos que ilações e acusações infundadas, pois a verdadeira história tramada contra minha pessoa as autoridades competentes já têm conhecimento. E posso adiantar: não é do dia 18 de janeiro para cá. Tudo está devidamente registrado, e oficialmente.
Quanto a fazer acusações a Durval Barbosa, o delegado, hoje diretor-geral, presta um desserviço ao judiciário e a toda a sociedade, além de se mostrar despreparado quando o assunto é jurídico. Se Durval Barbosa relatou em depoimento o que lhe havia informado, foi para se preservar. Afinal, naquela ocasião, nem eu havia tomado conhecimento do encontro de Durval com autoridades da Polícia Federal.
Além do que, todos sabem que como beneficiário de uma delação premiada, Durval não poderia proferir alguma inverdade, sob pena de ser excluído do programa - sem dúvida, o que muito bandido gostaria que acontecesse. Repito: A responsabilidade de todas as gravações deste episódio é minha. Posso e vou provar tudo.
Mas, para que não paire perante a sociedade e as autoridades sérias constituídas no DF de que esta nota é um blefe, fica a primeira pergunta que Onofre terá que responder. Após a publicação da matéria pela revista Veja na última sexta-feira, ele me procurou no sábado pela manhã em minha casa.
Se realmente sou tudo o que ele disse, o que veio fazer aqui? Vejam as imagens.”
Ponto que deve ser ressaltado é o esclarecimento oficial da “Instituição Polícia Civil do DF”, que reconhece a ida do seu Diretor-Geral, em dia não oficial (sábado), 28 de janeiro de 2012, à casa do Jornalista Edson Sombra. Transcrevemos a nota: (DOC. 4)
“Em razão do vídeo publicado pelo jornalista Edson Sombra, em seu blog, na data de hoje (31), o Diretor-geral, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Onofre Moraes, esclarece que no dia 28 deste mês, por volta das 10h, compareceu à residência do jornalista Edson Sombra, em retribuição à visita feita por este e sua esposa ao seu gabinete, no dia 19 do mês corrente. Dr. Onofre afirma que a visita ao amigo, de muitos anos, tinha a única finalidade de informar que o jornalista não era objeto de qualquer tipo de perseguição da PCDF.
Divisão de Comunicação / DGPC”
Após a tentativa de intimidação, por parte de Diretor-geral da Polícia Civil, Onofre de Moraes, em seu sitio eletrônico, datado de 1° de fevereiro de 2012, o Jornalista Edson Sombra, veio apresentar respostas a tudo que disse sobre o Governador do DF e seu subordinado, o Senhor Onofre de Moraes. Vejamos: (DOC. 5)
“Ontem, na entrevista concedida ao Correio Braziliense, ele me desafiou a provar o que eu disse. Então vamos aos fatos.
Passadas as eleições e com a posse de Agnelo, o doutor Onofre passou a frequentar a minha casa de forma constante, diariamente e em muitas ocasiões, participava de conversas entre eu e outros amigos. Na época, ele estava muito indignado com a indicação da Dra. Mailine Alvarenga para a Direção-Geral da PCDF. Reclamava por ter trabalhado para eleger Agnelo Queiroz e não ser reconhecido.
Achava-se injustiçado, reclamava da falta de compromisso do atual governador, já que esperava ver realizado seu antigo sonho de ser diretor geral da Polícia Civil.
Eu já naquela ocasião também questionava sobre tudo o que ocorria na área de saúde e denunciava aqui em meu blog. Por outro lado, tentava receber faturas de serviços prestados ao GDF no governo anterior, mas tinha muita dificuldade.
Certo dia, depois de ouvir minhas reclamações sobre essas notas “esquecidas” pelo governo atual, o delegado Onofre propôs me ajudar. Outras pessoas já haviam tentado antes intermediar o pagamento pelo trabalho já prestado, mas sempre houve muita dificuldade e o GDF nunca pagava.
Naquela altura, cresciam as denúncias sobre a situação da saúde pública do DF e ele sonhava em assumir a principal cadeira da Polícia Civil.
Eu ainda me preocupava com o surgimento da suposta acusação de pedofilia contra Durval Barbosa e Onofre, por diversas vezes, comentou que tal denúncia contra Durval partira de um grupo que objetivava desestabilizar as investigações da Caixa de Pandora. Mesmo assim, sempre aconselhou para que eu me afastasse de Durval.
Enquanto isso Onofre fomentava a queda da Dra. Mailine e prometia, que caso ele chegasse à Direção-Geral, iria mudar muitos conceitos na PCDF e pedia a minha ajuda.
Eu tentava receber as faturas do GDF, mas o governo não pagava, como até hoje não pagou.
Certo dia, Onofre pediu explicações sobre os meus créditos e o por quê de eu denunciar tanto a saúde pública do DF. Expliquei tudo. Sobre as denúncias na rede pública, eram em função dos desmontes que estavam sendo feitos, dentre eles o fornecimento do PKU, espécie de leite para alimentar crianças que nascem com fenilcetonúria, doença que cria resistência do organismo à lactose.Também me indignava com o descaso no tratamento dos hemofílicos no DF, que já foi referência mundial.
Foi então que Dr. Onofre me fez uma primeira proposta para “resolver” meu problema, mas me impôs uma condição: “blindar” o atual secretário de Saúde, Rafael Barbosa. “Não mate a galinha dos ovos de ouro”, dizia ele.
Naquele momento, me senti surpreso, pois não sabia da proximidade dele (Onofre) com Rafael Barbosa. Após, descobri que há e não é pequena.
Certa vez, reforçou o pedido a favor de Rafael. Pediu-me para “pegar leve com o secretário”, pois, segundo Onofre, Rafael estaria com um problema de ordem familiar e estava vivendo um momento “muito ruim”.
Naqueles dias, vivíamos notícias de planos para interferir e provocar a queda da delação premiada de Durval Barbosa, que todos sabem que foi intermediada por mim junto às autoridades competentes. As notícias de bastidores davam conta que seriam vazados para a imprensa dossiês contra Durval e que, entre outros, ele seria exposto como pedófilo.
Onofre só se preocupava com três coisas: a queda de Mailine Alvarenga, resolver minha pendência financeira com o governo local e falar mal de Agnelo Queiroz, por vezes diante de outras pessoas.
Em sua entrevista de ontem ao Correio Braziliense, Onofre diz que “mandei na polícia”. Em nenhum momento fiz qualquer pedido para ele ou para qualquer integrante da Polícia Civil para que interferisse em “investigações” da polícia, nem neste caso ou em outro qualquer.
Naquele momento, sendo conhecedor do que acontecia para desmoralizar as investigações da Pandora e desmoralizar o inquérito 650, prestei depoimento ao Ministério Público do Distrito Federal, e não divulguei a ninguém.
Onofre tenta a todo custo a minha desmoralização. Não vai conseguir. Eu vou até o fim. A sua entrevista concedida ao Correio Braziliense me acusando de práticas como se eu fosse um bandido, não me intimidará.
Não temo qualquer tipo de exposição na mídia. Quem escolhe enfrentar os poderosos tem que saber que estará sujeito a este tipo de retaliação.
Dizer que não me fez proposta não tem o menor cabimento, tanto que chegou a me oferecer que, chegando à direção geral da PCDF, ele reuniria um grupo de empresários para “me ajudar”.
Já que há tantas dúvidas quanto a existência de gravação, digo que não é gravação. São gravações e hoje estou tornando público a primeira. Nela aparecem além de Onofre e do doutor Mauro Cezar, um empresário que diz ter adquirido o terreno onde hoje se encontra a Feira do Paraguai e que pretendia denunciar pela imprensa uma possível irregularidade na Terracap, ficando claro que além de não cobrar pela divulgação dos fatos, desautorizei qualquer tipo de negociação por quem quer que seja. Após a saída do empresário, continuamos a conversa sobre diversos assuntos.
Quanto ao boato de possível busca e apreensão em minha residência, tenho a dizer que eu seria muito bobo se deixasse os conteúdos das minhas denúncias e investigações jornalísticas em minha casa.
Sobre o conteúdo alegado em sua entrevista no Correio Braziliense, solicitarei ao jornal e provarei para a opinião pública não serem verdadeiras as informações constantes da "entrevista", e que o veículo foi usado por uma pessoa com o cargo de diretor de uma instituição que é considerada a melhor do Brasil.
Esta gravação é de apenas uma das visitas que recebi do doutor Onofre, outras gravações serão postadas. Sei que será cansativo ouvir e ver até o final, mas somente assim a sociedade entenderá o que me levou ao extremo ao gravar tais conversas.
Devo informar aos leitores que os cortes que serão verificados foram necessários por conterem palavras de baixo calão. Contudo o original já foi entregue às autoridades competentes.
A honra das pessoas que me cercam, e muito menos a minha, será jogada na lama por quem quer que seja.”
No primeiro dos diversos vídeos a serem apresentados por Edson Sombra, trechos da gravação comprometem a cúpula da Polícia Civil do DF, que pode estar sendo utilizada como instrumento político pelo atual Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Veja a clara ameaça do então Chefe de Delegacia, caso não fosse nomeado Diretor-Geral da Polícia Civil do DF, ao Governador do DF. (DOC. 06)
"Eu liguei e falei: “quando o seu governador tiver saindo do camburão da Polícia Federal e eu estiver aposentado e vendo, eu só vou falar: pede à diretora para tirar ele”. Foi o recado que eu mandei, direto", disse Onofre Moraes. Na conversa, não fica claro para quem Onofre teria ligado.”
Note-se que no vídeo citado alhures registra-se, também, a presença de outro Delegado de Polícia, Mauro Cesar Lima, que posteriormente foi nomeado, por Onofre de Moraes, o Diretor do Departamento de Polícia Especializada. O que demonstra que ambos trabalharam conjuntamente para alcançarem seus objetivos, qual seja, a cúpula da Polícia Civil do DF.
Parte do vídeo consta outro personagem, Cláudio. Nota-se que o único elo de ligação entre os Delegados, aspirantes à cúpula da Polícia Civil, é com um outro Delegado, influente junto ao Governador, o ex-chefe de Gabinete do Governador Agnelo, Senhor Claudio Monteiro. Sugerindo que o Cláudio citado na reportagem trata-se de Cláudio Monteiro.
Estes são os fatos gravíssimos que merecem acompanhamento minucioso por parte dessa D. Procuradoria Geral, no intuito de esclarecer e dar resposta jurídica a sociedade brasiliense.
II - PEDIDO
Por todo o exposto, os requerentes leva ao conhecimento desta d. Procuradoria os fatos acima indicados, requerendo:
a) o recebimento da presente Representação, que contém, em anexo, cópia das reportagens jornalísticas e vídeos; (DOC. )
b) instauração imediata de ação penal contra os representados, Agnelo Santos Queiroz e Onofre de Moraes, ante a latente e imoral utilização da estrutura estatal do GDF para interferir no andamento de investigações que acontecem no inquérito que tramita no STJ, adotando-se para tanto, as medidas cautelares exigidas ao caso, no intuito de preservar minimamente as provas e as testemunhas imprescindíveis a elucidação da verdade, vez que sabidamente, estamos diante do maior caso de utilização do Poder Estatal para encobrir atos ilícitos, já revelado na Capital do País.
Brasília/DF, 02 de fevereiro de 2012.
PARTIDO SOCIAL CRISTÃO – PSC
PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL – PMN
PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA – PSDB
PARTIDO DEMOCRATAS – DEM
IZALCI LUCAS FERREIRA - Deputado Federal
CELINA LEÃO HIZIN - Deputada Distrital
LILIANE MARIA RORIZ - Deputada Distrital
RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS EM ANEXO
DOC. 01 (REPORTAGEM DA REVISTA)
DOC. 02 (REPORTAGEM CORREIO BRAZILIENSE)
DOC. 03 (BLOGO EDSON SOMBRA – PARTE I)
DOC. 04 (NOTA ESCLARECIMENTO PCDF)
DOC. 05 (BLOGO EDSON SOMBRA – PARTE II)
DOC. 06 (VÍDEOS)
DOC. 07 (REPORTAGENS DIVERSAS)
Fonte: Blog Informando e Detonando
Ninguém merece.. porque não aceitam denuncia contra o Agnelo.. não da pra entender!!!!!!!
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