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Brasília, Distrito Federal, Brazil
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A CADEIRA DO BURITI É O ALVO

 
Por Wilson Silvestre - Ao completar mais de um ano à frente do governo sem concluir obras, ou inovar no ponto de vista da gestão, Agnelo passa a imagem de fraco, inepto para lidar com o serpentário do Distrito Federal e seus vorazes predadores.

Somam-se a este inferno zodiacal, denúncias que, requentadas ou não, circundam o Buriti à espreita de uma chance para levá-lo ao cadafalso político.

Como em política não existe espaço vazio, os grupos perceberam que Agnelo está enfraquecido e com pouca bala na agulha, ou seja, com pouca tinta na caneta para nomear. Assim, anteciparam a sucessão em quase três anos.

Estas dificuldades aliadas ao desmonte da máquina pública para agasalhar tanta gente incomodam setores produtivos temerosos de que contratos e acordos possam ser quebrados.

Este temor fica evidente nas discussões entre empresários ligados à Fibra e outros segmentos organizados, tanto do setor de serviços, quanto gráfico.

Outro fator que Agnelo deve observar é o tempo que lhe resta de mandato. Na prática, ele tem pouco mais de dois anos e meio para reverter esta situação. É muito tempo? Depende da evolução das denúncias requentadas ou não que possam brotar na aridez do Planalto.

Mesmo sentado sob uma maioria confortável de apoio partidário e tutelado por um legislativo cooperante, Agnelo imagina que em poucos meses reverte os números acapachantes de rejeição ao governo. “No Legislativo está tudo tranquilo, não havendo sinal algum de rebeldia ou insatisfação com o governo.

Até as comissões da Casa foram confirmadas sem ter problema”,  confirma Chico Vigilante.  Ele não compartilha a tese de que o governo não inspira confiança à sociedade. “De­pois de um longo período de organização da casa, agora o trabalho vai aparecer aos olhos do brasiliense”, assegura.

Mas este otimismo contradiz com as intensas conversas de bastidores, assanhando partidos e até aliados para articular ou criar factóides.

Até aí, tudo dentro da normalidade, mas quando um senador com um capital político como  Cristovam Buarque (PDT) vem a público e diz que “com este governo não dá para ser aliado”, soa como senha aos demais para se lançar na disputa.

Cristovam foi mais além e disse ao jornalista Eduardo Brito, do “Jornal de Brasília”, que espera do PT outro candidato em 2014 que seja capaz de fazer uma boa administração no Distrito Fe­deral.

Chute na canela é pouco diante de uma crítica deste calibre. Rompido com Agnelo por cau­sa das mudanças feitas na educação, Cristovam busca criar uma frente, “não para negociar cargos, mas atender os anseios da população que já não tem esperanças desta gestão”.

Desentendimento - Na outra ponta, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) imagina que o cenário tende a piorar pelos lados de Agnelo. Não haverá trégua nas denúncias e o governo vai ser revirado com lupa pela imprensa em busca de indícios que o leve às cordas do ringue político.

Como tem pela frente quase sete anos de mandato, disputar o governo em 2014 é tudo que deseja. “Rol­lemberg vai construir nestes dois anos que antecede as eleições, alianças com partidos que, certamente, vão ficar fora da mesa do poder”, conta um experiente deputado federal e amigo do senador socialista.

Este deputado garante que Rol­lemberg vai se tornar figurinha carimbada nos eventos de Brasília e do Entorno. Tem lógica esta avaliação, já que Agnelo trombou com Rollemberg por conta de denúncias na suposta compra de vaga para primeira suplência dele. 

Os dois ficaram meio chamuscados desde a convenção, quando não faltaram acusações de toda ordem. Passada a campanha, as abóboras não se ajeitaram no movimento da carruagem do Buriti.

De olho no Entorno por conta da força política do PMDB e, principalmente de Marconi Perillo no Entorno, Rollerberg vislumbrou a possibilidade de ter espaço na mídia, propôs investir 0,5% do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) nos municípios com os piores Índices de Desen­volvimento Humano (IDH) do Entorno, até alcançar 5% no total. Foi a gota d’água. 

Agnelo esbravejou soltando os cachorros na ideia. Mas Rollemberg gostou da repercussão e foi em frente, desbravando o caminho do Entorno. “Ele quer neutralizar a força do PT na região, pois muitos candidatos petistas estão esperando reforço de Brasília para anabolizar suas pré-campanhas. 

Rollemberg sabe que a joia da coroa será o Entorno por causa do PAC de R$ 6 bilhões que a presidente Dilma Rousseff pretende investir nos próximos três anos”, garante o deputado. A lógica deste raciocínio está focada na Copa do Mundo de 2014.

Como investir em Brasília e deixar o Entorno na miséria? Ha­verá tanta segurança para os turistas? Este é um dos motivos que preocupam os gestores do evento. Bom para Goiás e para a população, principalmente os mais pobres.

Pretendentes - Para não perder espaço nesta marola de especulações, os escudeiros de Geraldo Magela, Rogério Rosso, Tadeu Filippelli e mesmo do deputado Izalci Lucas, se aventuram reservadamente, a traçar cenários para 2014.

Claro que nem sobre tortura, fieis aliados de Agnelo como Filippelli e Magela, emitem sinal de que 2014 “é logo ali”. Já Izalci Lucas, amaldiçoado pelo PR em parceria com o PT, deve buscar uma legenda de oposição ao governo de Agnelo.

Na base do governo federal não dá para fazer oposição e ganhar a simpatia do brasiliense. 

Rosso - Ele deve captar a insatisfação do funcionalismo público, acostumados aos generosos aumentos salariais e, que por conta dos novos tempos de contenção nos gastos, vão ser tratados a pão e água.

Na outra vertente, se encontra o PSD liderado por Rogério Rosso, o príncipe da classe média e voz, ainda tímida dos remanescentes do rorizismo. É bom prestar atenção nos passos do moço.

Ele não só faz barulho tocando guitarra, mas também tem poeira nos pés nos rincões das cidades administrativas do DF. Todos estes personagens estão na frente da Porta da Esperança aguardando a chamada de 2014. Por enquanto, antecipada pelo governo Agnelo.

Fonte: Jornal Opção 
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro

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