Por Carlos Pacheco - Dois grandes personagens da cena política brasileira nunca estiveram tanto em evidência na mídia quanto agora: o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Os fatos absolutamente graves que os colocaram na pauta dos principais veículos de comunicação do País exigiriam, num primeiro momento, declarações plausíveis sobre os escândalos com os quais são os protagonistas. A opinião pública espera até agora explicações no mínimo razoáveis sobre os fatos. Mas o governador e o ministro preferem sair pela tangente.
Antecipando mais uma vez a mídia local, o Jornal das Cidades, em sua edição de nº 174, publicou íntegra de polêmica reportagem da Revista Época. No texto, o repórter apurou que uma dirigente de entidade ligada a hemofílicos, ex-colega de Agnelo Queiroz, foi condenada pelo Tribunal de Contas da União e acusa o chefe do Buriti por envolvê-la em fraudes do famigerado Programa ‘Segundo Tempo’.
Mas, surpreendentemente, Agnelo ignorou as denúncias. Mais uma vez. Somente o ex-ministro Orlando Silva prestou esclarecimentos no Congresso, embora isso não tenha sido suficiente para ser incluído na fila dos ministros que caíram.
A uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o petista disse, por meio de sua assessoria, que “a palavra de um governador de Estado já é por si uma prova”. Essa resposta lacônica foi dada ao jornal, quando este solicitou as provas de que o depósito de R$ 5 mil feito por um lobista (Daniel Tavares) em sua conta bancária teria sido apenas o pagamento de um empréstimo pessoal.
Enquanto Agnelo se esquiva das acusações, a sua popularidade cai verticalmente. É o que constatou enquete feita pelo JC num local de grande movimento – e também publicada na edição nº 174 –, na Rodoviária de Brasília. O resultado da enquete foi comprovado pela pesquisa da O&P Brasil. Segundo o instituto, em dez meses de governo, 73% dos moradores do Distrito Federal consideraram a administração petista “ruim” ou “péssima”.
Já o ministro Carlos Lupi ainda deve explicações ao povo brasileiro. Lupi tem sido alvo de denúncias sobre supostas irregularidades envolvendo convênios entre a pasta e organizações não-governamentais. O ministro chegou a ser convocado pela Câmara e pelo Senado para esclarecer o fato de ter viajado em um avião custeado pelo diretor da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira. Num primeiro momento, Lupi negou que tenha viajado, mas, quando se viu na foto divulgada pelo site Grajaú de Fato, mudou a versão, claro.
O ministro deveria, além de apresentar explicações plausíveis, ter um melhor comportamento diante das câmeras ou gravadores. Afirmar que só sai do ministério se for abatido “a bala” e, depois, dirigir-se à presidente Dilma Rousseff com um sonoro “eu te amo”, mostra certo grau de instabilidade emocional.
Bem, em janeiro, haverá a reforma nos ministérios e alguns observadores políticos acreditam que Lupi estaria com os dias contados. E o PDT, irá continuar no governo? Há mais mistérios no ar do que os aviões de carreira...
Fonte: Jornal das Cidades
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
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