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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CAPIBERIBE CRITICA ELEIÇÃO JUDICIALIZADA E CHAMA TSE DE 'TRIBUNAL DE EXCEÇÃO'

Após entregar seu diploma à mesa diretora do Senado, o senador eleito e aind anão empossado João Capiberibe (PSB-AP) afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral foi transformado em um "tribunal de exceção". Pela lei, o Senado deve empossá-lo após cinco sessões deliberativas. Leia os trechos principais de sua entrevista concedidas nesta quarta-feira em Brasília:

Qual o significado político do seu retorno ao Senado?

Depois de seis anos exilado internamente – porque considero a minha cassação um segundo exílio – eu vejo que houve um bom senso na decisão do Supremo, pois ele, mesmo com muito atraso, respeitou a Constituição e não permitiu a mudança das regras do jogo com o jogo em andamento.


Não é ruim ter sido beneficiado pela suspensão da Lei da Ficha Limpa? 
 
Considero que isso faz parte da luta política. Esta não é a minha primeira cassação. Durante a ditadura, tive cinco anos de cassação dos direitos políticos e seis anos de prisão. Naquele momento, nós tivemos uma derrota pela opção de luta que fizemos. E agora, na democracia, perdi por uma armação bem engendrada. Eu não tenho dúvida de que, assim como o Tribunal Militar que me condenou em 1971, o TSE é um tribunal político e de rara existência nas democracias ocidentais. Eu tenho a impressão que só existe no Brasil. Trata-se de um tribunal de exceção. E uma lei que permite que o adversário político persiga o vitorioso, termina promovendo o que aconteceu comigo e com a deputada Janete. Fomos condenados e assim está no acórdão de 2004 do Tribunal Superior Eleitoral que cassou nosso mandato com base em duas testemunhas que nos acusaram de comprar dois votos por R$ 26,00, pagos em duas parcelas. Isso para o juiz do TSE foi suficiente para cassar o mandato de um senador e de uma deputada federal, que eu considero uma agressão à democracia e à vontade popular.
 
Como será sua convivência no Senado com o seu principal adversário político, o senador José Sarney? 
 
Tenho divergência com o Sarney há muitos anos. Ele foi presidente da Arena, partido da ditadura militar, no mesmo período em que fui preso. Temos, sim, divergências políticas quase impossíveis de se conciliar, mas a convivência é possível. Não terei dificuldades em ter uma convivência tranquila com ele no Senado.

Fonte: claudiohumberto.com.br

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