Polícia apura suposto envolvimento do secretário no mensalão do DF. 'Ação tem por objetivo garantir isenção nas apurações', disse em nota.
O secretário de Justiça do Distrito Federal, Alírio Neto, informou por meio de nota divulgada na tarde desta quarta-feira (23) que decidiu se afastar do cargo por 30 dias. Neto está sendo investigado pela corregedoria da Polícia Civil desde agosto, por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora.
Neto informou ainda que pediu a abertura de uma sindicância interna para apurar as denúncias.
A investigação começou na Secretaria de Transparência, que em março deste ano abriu processo disciplinar para apurar denúncias feitas por Durval Barbosa, delator do escândalo da Caixa de Pandora.
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Com o afastamento de Neto, assume a pasta o secretário-adjunto, Jefferson Ribeiro. Ele afirma que deve começar a trabalhar como chefe da Sejus nesta quinta-feira (24), após a publicação do afastamento de Neto no Diário Oficial do DF.
"A minha ideia é manter os projetos inciados pelo secretário Alírio Neto, principalmente o de enfrentamento ao crack. O consumo de crack está crescendo em escala alaramente no DF e esta é a eprioridade número um da Sejus", afirmou Ribeiro em entrevista ao G1.
Neto foi secretário de Justiça também durante o governo de José Roberto Arruda. De acordo com Durval Barbosa, Neto, um ex-diretor geral da Polícia Civil e mais dois servidores da corporação, um delegado e um agente, se beneficiaram de contratos com empresas de informática.
As empresas responsáveis pelo Na Hora móvel e fixo, administrados pela Secretaria de Justiça, pagariam 10% do valor dos contratos em propina. Barbosa afirmou em depoimento que 40% desse total iam para o secretário de Justiça, que também receberia dinheiro desviado dos contratos de prestadoras de serviço da Polícia Civil e do Detran. O restante seria distribuído a outros integrantes do primeiro escalão do GDF.
Em nota divulgada nesta terça (23), Neto afirmou que as empresas citadas por Durval Barbosa não prestaram serviço para a Secretaria de Justiça durante o período em que ele foi secretário. Disse ainda que pediu apuração das denúncias ao Ministério Público Federal.
Mensalão do DEM
O suposto esquema do mensalão do DEM de Brasília foi descoberto depois que a Polícia Federal deflagrou, em novembro de 2009, a operação Caixa de Pandora, para investigar o envolvimento de deputados distritais, integrantes do governo do DF, além do então governador, José Roberto Arruda, e de seu vice, Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM) em um suposto esquema de pagamento de propina. Octávio e Arruda sempre negaram as acusações.
Arruda chegou a ser preso, deixou o DEM para não ser expulso e teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral. Paulo Octávio renunciou ao cargo para defender-se das acusações. Durante meses, o DF esteve ameaçado de intervenção federal, devido ao suposto envolvimento de deputados distritais, integrantes do Ministério Público e do Executivo com o esquema denunciado por Durval Barbosa.
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