Depois de entregar áudios, João Dias diz que 20 ONGs denunciarão propina no Esporte
O POLICIAL João Dias deixa a sede da Polícia Federal, em Brasília: “Ao todo, 20 donos de ONGs vão lá (na PF) entregar tudo” |
Em novo depoimento à Polícia Federal, sem a presença de seus advogados, o policial militar João Dias Ferreira, ex-militante do PCdoB, informou que outras sete ONGs também vão denunciar o esquema de propina no Ministério do Esporte. Ao todo, o policial espera arregimentar representantes de 20 ONGs que teriam cometido fraudes no programa Segundo Tempo por sugestão de altos funcionários do ministério.
— Eu já conversei com sete ONGs. Vamos conversar com outras. Ao todo, 20 donos de ONGs vão lá (na Polícia Federal) entregar tudo — disse João Dias ao GLOBO.
Segundo o PM, um grupo de servidores saía a campo em buscas de ONGs, oferecia convênios e, em contrapartida, exigia a contratação de algumas empresas aliadas da organização. Algumas empresas forneciam parte dos estoques de alimentos, equipamentos e uniformes. Outras cediam notas fiscais falsas. A partir dos contratos com empresas reais ou fictícias, parte do dinheiro dos convênios destinados a estimular a prática de esporte entre crianças do Distrito Federal retornava para o caixa de dirigentes do PCdoB. As verbas eram usadas para financiamento de campanhas eleitorais e enriquecimento ilegal.
No interrogatório, João Dias entregou ainda aos delegados Fernando de Sousa e Jackson Rimac os 14 áudios de duas comprometedoras conversas que teve com quatro dirigentes do ministério e com o ex-jogador Tony Mattos, supostamente um dos principais arrecadadores de dinheiro do PCdoB em Brasília. A denúncia mais grave foi dirigida a um ex-secretário nacional de Esporte Educacional do Ministério. Segundo João Dias, esse ex-secretário teria usado uma ordem de prisão falsa para tentar extorquir dele R$ 200 mil. João Dias entregou a cópia do suposto mandado de prisão que teria sido expedido em 13 de julho de 2007.
Em julho de 2007, o PM foi chamado para uma conversa com este exsecretário, na sala dele, no segundo andar do prédio sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
Por Jailton de Carvalho
Fonte: Jornal O Globo
Blog do Edson Sombra
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