Para exercer atividade, redes não buscam área específica ou licitação
Assim, a aprovação da lei que permite a exploração da atividade de venda de combustível em supermercados será um presente e tanto para o setor. Isso porque desembolsaram o equivalente a uma área apenas e vão poder explorar duas atividades. Fonte: Jornal de Brasília

Para funcionar, os 315 postos de combustíveis existentes no Distrito Federal tiveram que adquirir áreas específicas para a atividade, vendidas por meio de licitação junto à Terracap. Uma lógica que as grandes redes de supermercado tentam mudar à medida que não entraram na concorrência para comprar terrenos destinados a esse tipo de instalação e, mesmo assim, lutam para exercer tal atividade.
Um exemplo disso é o hipermercado Extra, no final da Asa Norte, que já conta com toda a estrutura e só não funciona porque está à espera de autorização legal para explorar a atividade de posto dentro do seu estacionamento.
Também já tentaram, sem sucesso, instalar postos nas lojas de Brasília o Carrefour, Makro e o Grupo Pão de Açúcar. Para os supermercados, garantem os especialistas em mercado, exercer a atividade é lucro certo, garantido pela ausência de licitação.
E não falta oferta de terrenos para postos no DF. Num posto à venda na Asa Sul, por exemplo, o terreno chega a custar R$ 8 milhões, com uma venda mensal de 260 mil litros de combustíveis.
Pode ficar mais em conta ainda: se for apenas a Fundo de Comércio, ou seja, o direito de exercer atividade naquela área, o valor cai para R$ 2 milhões. Mesmo com essa oferta, os supermercados nunca se interessaram.

Prova disso é que, por exemplo, um lote de 713 metros quadrados no Guará licitado pela Terracap em maio teve preço mínimo de R$ 4 milhões para posto, e um terreno para supermercado no Recanto das Emas, com seis mil metros quadrados, sai por R$ 4,8 milhões. “Nessas licitações onde são vendidos terrenos para postos não aparecem supermercados. Por quê?”, questiona o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes (Sindcombustíveis), Antônio Matias.
DESTINAÇÃO ESPECÍFICA
Segundo a área técnica da Terracap, estatal responsável pela venda dos terrenos públicos no DF, nas licitações já é especificada a destinação de cada área. Se usada para outro tipo de atividade, contraria a norma. Por isso, haveria necessidade de os supermercados passarem por licitação caso queiram áreas para explorar a venda de combustíveis. O sindicato vai além: “É preciso que passem por licitação pública como todos os empreendimentos do setor o fizeram até hoje”, defende o presidente Carlos Ulhôa Fonseca.”Se a lei retroceder pode privilegiar grandes grupos econômicos que já recebem diversas benesses do Estado na forma de incentivos fiscais”, enfatiza.
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