No relatório da Operação Porto Seguro, a PF sustenta que Rosemary Noronha era "o braço político da quadrilha" que se instalou em órgãos públicos para compra de pareceres. Celso Vilardi, advogado de Rose, afirma que “solicitar reunião não é crime"
No relatório da Operação Porto Seguro que entregou à Justiça Federal
na última sexta-feira, a Polícia Federal sustenta que Rosemary Noronha,
ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, era "o
braço político da quadrilha" que se instalou em órgãos públicos para
compra de pareceres técnicos fraudulentos.
A
PF sustenta que Vieira era o líder da organização que teria se
infiltrado nas repartições federais, inclusive três agências
reguladoras, para atender interesses empresariais, como do ex-senador
Gilberto Miranda, que também foi indiciado no inquérito da Porto
Seguro.
Um irmão de Paulo, Rubens Vieira, chegou a cargo estratégico - diretor
de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) pelas mãos de Rose, conclui a PF.
"(Rosemary) marcava reuniões, colocava pessoas de interesse de Paulo em contato com autoridades", assinala o relatório da PF.
Rose foi indiciada pela PF em quatro crimes: corrupção passiva,
falsidade ideológica, tráfico de influência e formação de quadrilha.
Nomeada para o cargo em 2009 pelo então presidente Lula, ela foi
demitida no último dia 24 pela presidente Dilma Rousseff, quando
estourou a Operação Porto Seguro. Segundo a PF, Rose mantinha "relação
estável" com a organização, não agia apenas pontualmente. O relatório
da PF diz que Rose "não usava propriamente o gabinete (da Presidência da
República), mas se valia certamente do cargo e da influência".
No despacho de indiciamento de Rose - que não prestou depoimento,
ficou em silêncio a PF assinala vantagens que ela recebeu no exercício
da função, como passagens para cruzeiros marítimos, obtenção de
nomeações de familiares - inclusive a filha, Mirelle - em cargos
públicos sem concurso." O documento da PF reitera observações já feitas
anteriormente, quando do indiciamento criminal de Rose.
Segundo a PF, a ex-chefe de gabinete da Presidência foi enquadrada por
tráfico de influência e corrupção "em razão da identificação de
constante trocas de favores com relevante valor financeiro entre ela a
o grupo de Paulo Vieira, cobranças de serviços de reforma prestados,
cobrança de pagamento de "30 livros" por trabalho realizado, promessa
de influência para indicação para cargos, produção de documentos
ideologicamente falsos".
A PF diz ainda que Rose agia "como particular, e valendo-se de sua
amizade e acesso com pessoas em diversos órgãos públicos, para atuar e
influir em nomeações e indicações."
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
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