Começamos um novo ano e com ele novas esperanças.
As promessas e a realidade que vivemos.
Em dezembro de 2010, os brasilienses, açoitados pelo escândalo da Caixa
de Pandora, mas esperançosos, haviam acabado de eleger Agnelo dos
Santos Queiroz Filho governador do Distrito Federal. O político do PT,
às vésperas de ser empossado, em entrevista ao DFTV, disse que estaria
recebendo uma herança maldita. De fato, o trabalho que se via no
horizonte tinha que ser árduo e executado com probidade e competência. O
governador tampão, Rogério Rosso, era apontado nas pesquisas como o
pior governador brasileiro, e apenas 29% dos brasilienses, segundo
pesquisa do Datafolha, avaliavam sua gestão como sendo boa ou ótima.

Ainda era dezembro de 2010 quando em entrevista ao DFTV, Agnelo
Queiroz (PT/DF), afirmou que a saúde padecia, “com a falta de controle,
manutenção e informatização. Também a falta de controle da verba da
saúde e de manutenção; as salas de cirurgias desativadas; equipamentos
sucateados; descontrole nos estoques e desabastecimento de remédios”.

Agnelo Queiroz (PT/DF) disse, na campanha, que assumiria, ele mesmo, a pasta da
saúde. No entanto, preferiu delegar, e Rafael Barbosa (PT/DF) foi
nomeado secretário de saúde.
Dentre as suas primeiras medidas, exonerou milhares de servidores que
ocupavam cargos comissionados e decretou estado de emergência no âmbito
da saúde do DF, permitindo, assim, compras em caráter emergencial e sem
licitação. Justificou a medida com a constatação de que a saúde pública
encontrava-se em “crise profunda e sistêmica”. O novo secretário de
Saúde, Rafael Aguiar Barbosa, explicava naqueles idos que, com a
decisão, a saúde se tornaria a grande prioridade do GDF — como havia
prometido Agnelo durante a campanha. “O decreto coloca toda a estrutura
do DF, toda a administração pública, à disposição da saúde. Poderemos
requisitar, por exemplo, servidores de outros órgãos e médicos da
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para atuar nos hospitais, caso
haja necessidade”, justificava Barbosa.

No primeiro 05 de janeiro pós-posse, Agnelo Queiroz e Rafael Barbosa
fizeram uma visita técnica ao Hospital Regional da Ceilândia.
Encontraram o caos e prometeram soluções no prazo de 10 dias. Um dia
antes, no Hospital Regional do Gama, a dupla disse que pediria auxílio
ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT/SP) para estancar a crise da
saúde pública no Distrito Federal.

Nunca antes na história do Distrito Federal, tantas medidas foram
anunciadas em prol da melhoria da saúde. O discurso, ecoado pela
imprensa, sinalizava dias melhores.
No dia 08 daquele janeiro, o secretário de saúde, Rafael Barbosa,
anunciou uma parceria com o HUB para o tratamento de câncer. Em 10 de
janeiro anunciaram um posto do SAMU no Hospital de Base.

Aos 12 de janeiro, o GDF anunciava a contratação temporária de médicos,
e no dia seguinte, 13 de janeiro, depois da exoneração de quase 18 mil
comissionados, o governador Agnelo Queiroz anunciou a contratação de 10
mil comissionados. Incoerência, diziam alguns. Não, dizia o governo, era
o início da arrumação da casa com a economia de 8 mil cargos.
No mesmo 13 de janeiro de 2011, Agnelo Queiroz prometeu que a farmácia
central teria controle logístico, e assim evitaria o desperdício,
fraudes e falta de medicamentos.


No dia 21, o Governador Agnelo Queiroz, em visita ao HRT disse: “nem na
guerra se trata pessoas dessa forma”. A frase foi dita ante a
constatação da caótica situação do hospital. Para o Governador, pior do
que Taguatinga, apenas o Hospital Regional do Gama. Queiroz inclusive
anunciou a construção de um novo hospital no Gama.
No dia 24 de janeiro de 2011, Queiroz anunciou reformas no terceiro
andar do HRAN, setor em que funciona a unidade de queimados.
Enquanto isso, os portadores de doenças graves e crônicas, em menor
números, tais como os hemofílicos, os portardores de fibromialgia,
fenilcetonúricos, da síndrome de down, e outros, permaneciam
esquecidos. Alguns mais engajados, conseguiram a manutenção, mesmo que
precária, dos tratamentos, outros, apertando daqui e dali, ficaram sem a
maior parte do necessário a um acompanhamento digno.
Será chegada a hora de em 2014, se cobrar do governador Agnelo dos
Santos Queiroz Filho que ele demonstre o cumprimento das promessas
feitas na campanha e nos primeiros dias de governo? Ou os eleitores do
DF lhe darão um novo crédito para mais quatro anos de mandato, na
esperança de que as promessas se tornem realidade?
O caminho que nunca foi novo, parece conduzir o Distrito Federal ao
precipício, ao caos absoluto. A saúde, sob a gestão Agnelo Queiroz e
Rafael Barbosa, diz a pesquisa do Ibope, não melhorou, pelo contrário,
em vários aspectos tomou contornos mais dramáticos do que se via nos
governos anteriores.

E a reforma no Hospital Regional da Asa Norte? No setor de queimados,
não passou de mais um dos tantos factóides criados pelo governo naquele
janeiro? E a construção do novo hospital no Gama? A população segue
sofrendo com o descaso.
Faltou boa-vontade? Faltou competência? Ou ambos, competência e
boa-vontade? Ou o fantasma da Caixa de Pandora continua a rondar o GDF?
Exigentes, nossos leitores dirão; Sombra, você só fala da saúde, e o
resto? Esclareço que nossa preocupação precípua com a saúde tem uma
razão de ser, e sei que todos compartilharão da mesma opinião. Ninguém
em sã consciência, vive ou trabalha bem, sabendo que ele próprio e
outros estão sem saúde. Pode faltar tudo, mas se tiver saúde, o restante
fica bem mais fácil.
Desejamos que em 2014, o governador Agnelo Queiroz prove aos
brasilienses que a pesquisa do Ibope está errada. Ou os quatro anos
foram poucos?
Todas as promessas acima, a exemplo de inúmeras outras, ou foram
descumpridas pelo Governador Agnelo dos Santos Queiroz Filho, ou a sua
área de comunicacão foi incompetente para demonstrar os avanços que ele
diz ter implementado. Tal constatação justifica que, próximo a ingressar
no último ano de governo, seus índices de aprovação não cheguem nem ao
patamar de 10%? Lembramos que Rogério Rosso (PSD), em um governo tampão e
breve, tinha índices quase três vezes melhores do que o atual
governador. É o que disse a última pesquisa realizada pelo Ibope.
Desejamos também que a segurança pública que na última pesquisa feita
pelo Ibope foi reprovada por 69% da população, volte ser uma das
melhores do Brasil, e que o novo secretário de segurança, apareça na
televisão também quando a noticia não for boa para o governo.

Desejamos que a CEB volte a ser a empresa que nos orgulhava, e não
deixe as cidades tanto tempo sofrendo com os apagões, exemplos tristes
vividos por todos os brasilienses durante os últimos três anos.
Desejamos que Agnelo, chefe do Executivo local, que tem batido o pé
para aprovar o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico (PPCUB), que
prevê alterações no centro de Brasília, retire o mostrengo em forma de
projeto que se encontra na Câmara Legislativa. Do jeito que foi
gestado, irá parir um monstrengo, desvirtuará o tombamento da capital e
não haverá retorno.
Desejamos que o governo cumpra a promessa, e finalmente realize o
concurso público para substituir os funcionários comissionados, que hoje
ocupam cargos nas 30 administrações regionais do DF, evitando que
alguns indicados políticos, façam delas, as extensões de gabinetes de
seus deputados distritais, que preferem vender o voto da população que
os elegeu.
Desejamos que a Copa do Mundo de 2014, traga muitas manifestações às
ruas de Brasília, manifestações de alegria, de felicidade, e que a
seleção brasileira contrarie os prognósticos pessimistas, que dizem que
ela não será a campeã. Desejamos que as pessoas ganhem as ruas durante a
copa, mas transbordando de felicidade.
Desejamos que sejam aprofundadas as investigações e as denúncias de
superfaturamento de tudo, estádio, shows realizados tendo como
patrocinadores alguns deputados distritais, através de emendas, e que
durante os últimos três anos se valeram delas para se perpetuarem no
poder.

Desejamos um 2014 sem comoção popular, sem retrocessos e crises.
Brasília não merece mais desgastes, aborrecimentos, e muito menos ser
usada para novos mensalões.
Ficamos por aqui, e se Deus quiser, ele nos atenderá e poderemos ter um 2014 menos sofrido e melhor que o ano de 2013.
Nós que fazemos de nosso blog um espaço dedicado ao público que busca a
informação, sem censura, e com isenção, desejamos que em 2014 não
tenhamos que relatar tantos fatos que denigram a nossa cidade, como
fizemos nos últimos anos. Só queremos um Distrito Federal melhor.
Fiquemos todos com Deus e até o ano que vem!
Edson Sombra e equipe
Fonte: Edson Sombra