Rompimento do PSB com o PT em Brasília foi antecedido de inúmeras reuniões
O Partido Socialista Brasileiro vai marchar com novos aliados em 2014. O
primeiro sinal da cizânia com o PT foi dado neste fim de semana, quando
o PSB decidiu romper oficialmente com Agnelo Queiroz. A votação que
levou à busca de um caminho diferente e não àquele novo que se esperava
construir juntos foi francamente favorável ao senador Rodrigo Rollemberg
– 241 a 43.
O episódio do rompimento da aliança PT/PSB na capital da República não
deve ser visto como um fato isolado. É, sim, um indicativo de que
Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional dos
socialistas, está caminhando para uma posição de independência, embora
não descarte pousar no ninho tucano e firmar um amplo acordo que mire o
Palácio do Planalto e palácios regionais.
A postura de independência proclamada no Distrito Federal está sendo
vista nos bastidores políticos como um caminho sem volta do PSB. Cansado
de não ver o cumprimento de muitos compromissos, o partido começa a
mostrar que pode tentar um voo solo. E se conseguiu romper o cordão
umbilical no Recife (quando derrotou o PT com tranquilidade) acredita
que pode repetir o sucesso a nível nacional.
Em Brasília, Rodrigo Rollemberg, que usou todos os ingredientes que
tinha à mão para induzir o PSB ao rompimento, vendeu a ideia de que a
saída da base do governo de Agnelo Queiroz não ocorreu por causa de um
fato isolado. “Todas as nossas tentativas de reverter o quadro negativo
de ineficiência e má gestão, assim como de aplicar políticas coerentes
com nossos objetivos programáticos, foram frustradas. Não vemos, neste
governo, os valores, os métodos e as políticas que defendemos para o
DF”, disse o senador por meio de nota oficial.
Os problemas que o PSB registrava em Brasília se repetem na esfera
federal. Não há diálogo entre Eduardo e Dilma – ou seus representantes
que dirigem o PT. Não bastasse isso, conforme a ótica de Eduardo Campos,
o Palácio do Planalto não mostra capacidade para solucionar problemas
graves que afetam o país, seja na área social ou econômica.
No caso específico de Brasília, o PSB ocupa cargos relevantes. Só de
secretarias, são duas (Turismo e Agricultura) além de direção de
estatais e ao menos uma administração regional (a do Lago Norte). A
nível nacional, o Ministério da Integração Nacional e diretorias da
Caixa, Banco do Brasil e Correios.
Resta saber se Dilma vai se antecipar ao rompimento programado por
Eduardo Campos, usando inclusive o pretexto do fim da parceria em
Brasília para retaliar e demitir Fernando Bezerra do Ministério da
Integração, ou se aguardará alguns dias para, vendo a poeira assentar,
agir de forma moderada a não perder um aliado reto e deixar em
banho-maria um governador que não é motivo de sorrisos na presidência da
República.
Fonte: Notibras

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