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Os petistas Lúcia Carvalho e Dirsomar
Chaves prestigiaram a cerimônia onde Arruda promoveu à categoria de
cidade o Vicente Pires, até então subordinada à Taguatinga. Foto:
Arquivo GDF |
Papai Noel poderá trazer antes mesmo do dia 24 más noticias a petistas
do DF. Alguns históricos. O caso se refere a uma investigação iniciada
pela Polícia Federal no início deste mês. Segundo noticiou o Correio
Braziliense, no dia 8/12, um relatório produzido por servidores da
Secretaria do Patrimônio da União lotados na regional do Distrito
Federal (SPU/DF) atribuiu uma área do governo federal, localizada no
Setor Habitacional Vicente Pires, a um particular. O terreno tem 344
hectares e vale, segundo levantamento da PF, R$ 380 milhões.
O fato veio a público numa nota perdida no início do mês de dezembro,
no dia seguinte desapareceu da imprensa. A nossa combativa e livre
imprensa da Capital vem omitindo nas suas coberturas os desdobramentos
ocorridos desde então. O certo é que as investigações progrediram e
depoimentos foram colidos. As conclusões preliminares da Federal podem
alcançar, nas próximas horas, gente bem graúda.
Os tentáculos das investigações federais podem alcançar suplentes de
deputados distritais e servidores lotados no GDF e no governo federal,
além de quadros do Partido dos Trabalhadores. Tem gente na regional do
Patrimônio da União que está com os nervos à flor da pele.
As investigações têm focos variados. O eixo central está concentrado na
liberação de documentos que deram sustentabilidade a regularizações de
áreas em Vicente Pires por grileiros, áreas que são na verdade de
propriedade da União. O Registro Paroquial da fazenda Vicente Pires data
de 1858. Nela, se encontravam os córregos Samambaia e Córrego do Vallo,
dando orgiem a um terceiro fluxo de água, o qual recebeu o nome de
Vicente Pires. Conta a lenda que o Rei de Portugal a teria doado a um
cura de São Paulo, chamado Vicente Pires, muito próximo e leal à Coroa
Lusitana.
A fazenda era um grande latifundio. Para a constituição do Distrito
Federal, parte dela foi desapropriada pela União no início de Brasília e
parte permaneceu nas mãos dos herdeiros do então proprietário. Depois
da criação de Brasília, Vicente Pires se transformou numa Colônia
Agrícola. Muitos “produtores rurais” amigos do poder, beneficiados com a
cessão das terras a preços simbólicos, fracionaram seus módulos rurais,
criando o que é hoje um dos maiores aglomerados urbanos do Distrito
Federal.
Os petistas Lúcia Carvalho e Dirsomar Chaves prestigiaram a cerimônia
onde Arruda promoveu à categoria de cidade o Vicente Pires, até então
subordinada à Taguatinga.
No governo José Roberto Arruda, sob a benção dele e de seu vice, Paulo
Otávio e com o beneplácido da direção regional da secretaria do
Patrimônio da União no DF, a ex-deputada Lúcia Carvalho, a Colônia
Agrícola foi promovida a região administrativa. Ganhava o status de
cidade.
Mas recentemente, na hora de definir que parte era de quem, a União
ficou com o osso e o filé mignon foi embora. Pode ser ainda pior: a
União pode ter perdido tudo, ter ficado até sem o osso, tudo graças a
documentos forjados dentro do próprio governo.
É para apurar os responsáveis desta maquiagem cartorial que a Polícia
Federal está se empenhando. Mas a investigação é mais ampla, ela também
está de olho em fiscais que ganhavam “um por fora” para fecharem os
olhos a algumas ocupações em Vicente Pires. Outra coisa: investigam
ainda a cobrança de “alugueres” por servidores federais nas transações
de cessão de imóveis da União no DF a terceiros.
Cada vez que os investigadores aprofundam seus trabalhos, mais coisa
ruim aparece. Assim, para muita gente do PT/DF, este poderá ser o fim do
mundo previsto nas Premonições Maias.
Fonte: Blog do Chico Sant'Anna
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