Prestes a ser confirmada como vice na chapa do governador de Pernambuco, a ex-senadora Marina Silva pretende dificultar acordo dos tucanos com o PSB em São Paulo. Em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Paraná, a negociação está em andamento.
A união de socialistas e tucanos em Pernambuco, com a entrada de dois nomes do PSDB na gestão do presidenciável Eduardo Campos
(PSB), é apenas o primeiro passo para aproximação dos dois grupos
políticos em outras unidades da Federação. A lógica é unir onde for
possível. A ex-ministra Marina Silva, que deve ser confirmada como vice
na chapa de Campos até o fim do mês, não colocou obstáculos em
Pernambuco por ser o quintal do governador, no entanto, já vetou a
aliança em São Paulo, onde Geraldo Alckmin (PSDB) tentará a reeleição.
Os marineiros também podem complicar o namoro do PSB com o PSDB
principalmente em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Paraná.
O
deputado federal Walter Feldman (PSB/SP), muito próximo a Marina Silva,
avalia que o cenário de Pernambuco é atípico. “É uma realidade local. A
nossa posição é ter candidatura própria. Em São Paulo, no Rio de
Janeiro e em Minas Gerais, estamos lutando para isso. Não ter
candidatura própria é um problema porque dificulta a explicitação de um
programa alternativo para o Brasil. Em Pernambuco, não temos esse
problema uma vez que o governo de lá já é do PSB”, explicou.
Feldman
afirmou ainda que, no plano nacional, a Rede Sustentabilidade apoia
Eduardo Campos, mas isso não significa que ocorra divergências nos
estados. “Onde a Rede se sentir incomodada, vamos ter candidatura
própria. Não podem jogar para a gente essa posição de dificultar. A
avaliação é de que, em Pernambuco, não há problema em o PSDB apoiar a
candidatura do PSB do ponto de vista programático. Lá, não existe a
polarização que vemos em outros estados”, comentou. Dos principais
partidos que faziam oposição a Eduardo Campos nas eleições de 2006,
apenas o DEM ainda não aderiu ao governo. O PMDB do senador Jarbas
Vasconcelos aliou-se em 2012.
Para
o deputado Júlio Delgado (PSB/MG), o que aconteceu em Pernambuco já é o
efeito prático do jantar entre Eduardo Campos e Aécio Neves, no fim do
ano passado, num restaurante no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro.
“Pernambuco é apenas o primeiro ato. A nossa intenção seria compor em
São Paulo também. No Paraná e no Pará, a mesma coisa. Eduardo e Aécio
fizeram a primeira sinalização. A iniciativa de Eduardo já foi tomada”,
ressaltou.
Fonte: Correio Braziliense / Posted by Sandro Gianelli.
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