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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pitiman é o calo que mais incomoda os passos do correligionário Filippelli

 

Especialistas em marketing político sempre recomendam aos pretendentes a um cargo majoritário três regras básicas: pesquisas qualitativas, atenção às redes sociais e se posicionar ao contrário de seus oponentes, mostrando com clareza o melhor caminho para o eleitor. Na formulação do discurso, focar no máximo em quatro temas que estejam no inconsciente coletivo da massa. A repetição é que faz a perfeição, já dizia nossos avós, lição que o ex-presidente Inácio Lula da Silva fez muito bem, tanto que hoje é maior do que o PT. Outro ponto importante é como ocupar as redes sociais, ferramenta crucial para medir a percepção do eleitor, principalmente os jovens e o público feminino.Muitos pretendentes à cadeira do governador Agnelo Queiroz (PT), como a deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD), o deputado federal Luiz Pitiman (ainda no PMDB), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), o empresário Paulo Octávio (ainda no DEM), o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), e o presidente do PSD, Rogério Rosso e outros menos cotados, seguem à risca este figurino. 

Eles pesquisam, avaliam e correm atrás do eleitor, ora em reuniões ou em oportunidades cívicas. Nota-se, não incluiu-se nesta lista o monge beneditino e vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB). O silêncio deste homem incomoda muita gente, tanto à esquerda quanto à direita ou no centro. Trata-se de uma raposa felpuda e experiente que sabe se esquivar dos caçadores de crise e suas cornetas barulhentas, principalmente os nobres de jaquetas vermelhas e botões dourados. Esta raposa conseguiu a proeza de ficar quase azul, aproximando-se do verde e confundir seus predadores. Um grande feito, sem dúvida. Não é fácil ser pressionado por aliados, cúpula nacional e lideranças na ponta da cadeia alimentar política. Mas ele tem um plano B e não é só para negociar. É para ser o ponto de des(e)quilíbrio para o bem ou para o desastre (do PT). 

Filippelli sabe que o PMDB é o salvador das burradas da estrela vermelha no Congresso (e no DF), mas por enquanto, a aliança nacional recomenda discrição e cautela. Nada de cenas que exponham os sonhos do partido para 2018. Por isso, o monge beneditino não fala (por enquanto), mantendo o silêncio que antecede as grandes tempestades. Talvez seja só uma ventania, mas também pode ser um furacão. 

Mesmo estando numa zona de relativo conforto, o PMDB de Filippelli tem um grande problema para resolver: o que fazer como deputado federal Luiz Pitiman? Entrega para os adversários e seja o que Deus quiser, ou o isola até o prazo final das convenções? Enquanto isso, Pitiman constrói sua imagem de vítima de um partido que não se renova, onde o seu principal dirigente incorporou a figura dos coronéis da Velha República: só tem espaço no grupo quem se submete ao “beija mão”. 

Pouco ou quase nada se pode fazer contra Luiz Pitiman. Enquanto isso, ele cresce junto às camadas C, D e E, promovendo reuniões, participando da vida da cidade e ouvindo as queixas da população. Filippelli não pode fazer nada. Pitiman segue à risca sua estratégia de “comer pelas beiradas”. Ou seja, não dá a menor importância para as angústias do monge beneditino que tem, além de ampliar o espaço do PMDB com novos filiados, costurar uma eventual lacuna deixada por Luiz Pitiman. 

Enquanto Filippelli tenta buscar uma fórmula para expurgar ou digerir o pupilo rebelde, Pitiman surfa na onda independente, sendo cortejado por vários partidos dentro e fora da base da presidente Dilma Rousseff. “O problema do deputado Pitiman com Filippelli é fácil de resolver: basta os dois se sentarem à mesa e conversar francamente sobre o que e por que ambos estão se batendo”, resume um jornalista com apurado faro para resolver crises entre aliados. Não é tão fácil assim, considerando a entrevista esclarecedora de Pitiman ao Jornal Comunidade na semana passada. Numa das respostas ele deixa claro por que não existe mais espaço dentro do PMDB do Distrito Federal. 

Ao ser perguntado em “como está sua relação com seu partido, o PMDB?”, a resposta foi fulminante: “Eu diria que muito desgastada, e que não é de hoje. Sempre contribuí com o PMDB, seja colaborando e coordenando candidaturas do partido até disputando eu mesmo uma eleição em 2010. No início de 2011, convidado pelo governador e pelo vice, que é presidente do meu partido, fui para a Secretaria de Obras para ajudar a tirar a cidade do caos. Peguei a cidade toda abandonada. Era buraco e mato para tudo quanto é lado. Obras paradas, até a Ponte JK, um de nossos principais símbolos, ameaçava desabar. Mas foi só este trabalho começar a ser destacado pela imprensa que acabei sendo sacrificado. Saí por divergências com o PT e a forma de gestão empreendida pelo partido. As frases usadas foram duras, inclusive que era o PT contra o Pitiman. Acho que hoje boa parte de Brasília entende e apoia a minha saída, quis ajudar e não deixaram. Mas meu partido não. Nem no momento da saída, nem hoje, recebi qualquer gesto de solidariedade do PMDB. Este foi o primeiro momento difícil dentro do PMDB”. 

Como se vê, a corda esticou muito e pode arrebentar rapidinho. 

Eliana Pedrosa e Paulo Octávio sonham; Roriz ressente-se da saúde

Enquanto isso, o governador Agnelo Queiroz (PT) arde no caldeirão do inferno político, amargando números negativos de popularidade e vendo os oponentes esquiando nas regiões administrativas. Eliana Pedrosa, raposa felpuda e calejada nos embates políticos, mira dois objetivos: o primeiro é colocar a imagem de pré-candidata ao governo. Orientada por marqueteiros, mas sobretudo, por um craque em arrebanhar lideranças: o ex-presidente da extinta Brasiliatur João Oliveira. Ele, além da habilidade em comandar equipes, conhece como ninguém líderes que levantam as massas e cantam em coro aquilo que está no inconsciente delas. João Oliveira, para os chegantes, pode ser só um dos homens da inteligência de Eliana. 

Este cacife não é o bastante, mas o plano B de Eliana passa pela ocupação de espaço como pretendente ao Palácio do Buriti e deságua “na pior das hipóteses, na presidência da Câmara Legislativa em 2015”. Sonho? Pode ser, mas Eliana não é mulher de ficar só em sonhos. Ela sabe que é melhor ser reeleita deputada distrital com uma grande votação, do que simplesmente ser derrotada na disputa pelo governo. Eleita presidente da Câmara Legislativa é melhor do que nada. 

Por fim, chegamos ao empresário Paulo Octávio. Desde a eleição do então governador Cristovam Buarque pelo PT (hoje no PDT), Paulo Octávio convive com as nuances do poder. Passou pelos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Sem dúvida, mesmo que o petismo desdenhe, trata-se de um homem experiente e com uma visão de gestão pública acima da maioria dos pretendentes ao cargo de governador. Ama o Distrito Federal acima de qualquer questionamento. 

Empresário bem sucedido, Octávio domina como ninguém os labirintos da economia estatal que move o DF, trafegando entre as variadas correntes do pensamento político e econômico da cidade com desenvoltura. Também tem como ponto positivo um capital político acima de 10% em todas as intenções de votos. Detalhe: entre as classes A, B e C. Nada mal para quem está fora da mídia política há um bom tempo.

Qual a leitura que se faz e que lição se pode tirar dessa análise? Existe muito espaço para se construir alternativas para substituir o PT do doutor Agnelo. Basta dar uma volta na quadra de lideranças que surgem bons nomes.

E Joaquim Roriz? Continua uma incógnita judicial e também de ordem física. Com todo o respeito à história do ex-governador, dificilmente um homem que necessite de hemodiálise de 24 em 24 horas consegue levar até o final uma campanha política acirrada e fragmentada como será a do Distrito Federal. Roriz tem voto, história e gratidão, mas saúde numa guerra como será a disputa de 2014 é munição de primeira necessidade. Mesmo que o fator José Roberto Arruda venha para desequilibrar a disputa, dificilmente Roriz alcança o segundo turno.

Fonte: Blog do Cafezinho

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