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18 votos a 16, comissão rejeita conclusões do relator. Parlamentares
passam a votar os cinco votos em separado. Mas tendência é a CPI
terminar sem relatório final
Depois de sete meses de funcionamento, a CPI do Cachoeira derrubou há
pouco o relatório apresentado pelo deputado Odair Cunha (PT/MG). O texto
do relator foi rejeitado por 18 votos a 16. Ele pedia o indiciamento de
29 pessoas e a responsabilização de 12 pessoas que possuem foro
privilegiado, como o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o
prefeito de Palmas, Raul Filho (PT) e o deputado Carlos Alberto Leréia
(PSDB/GO). Todos são acusados de terem ligação com o bicheiro Carlinhos
Cachoeira no esquema de exploração de jogos ilegais que envolveu agentes
públicos e privados.
Em uma sessão tumultuada, parlamentares da base aliada se juntaram à
oposição para errubar as conclusões de Odair Cunha. Neste momento, a
comissão examina os cinco votos em separado apresentados na reunião de
11 de dezembro, quando o relator leu o seu parecer. Além dos votos em
separado, foram apresentadas dez sugestões. O relator acatou apenas uma
delas, feita pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS), para compartilhar
todas as informações produzidas pela comissão e os documentos que estão
em poder da CPI com o Ministério Público. A sugestão foi aprovada por
unanimidade pelos parlamentares.
“A CPI não pode se furtar da sua responsabilidade de fazer as suas
conclusões diante de tudo o que ouviu e viu nesses meses de
investigação. […] No relatório fazemos um juízo de valor com base nas
provas que a CPI colheu, mas é claro que órgãos de investigação
permanente podem fazer as suas conclusões”, afirmou Odair.
Alguns parlamentares que haviam criticado o relatório final, defenderam
hoje a sua aprovação com o argumento de que a CPI precisava ter um
parecer final. Para o senador Randolfe Rodrigues (Psol/AP), a CPI perdeu
diversas oportunidades de avançar nas investigações e se omitiu em
alguns momentos. Por isso, argumenta o senador, era dever do colegiado
aprovar o relatório final.
“Precisamos ter um relatório, mesmo que ele esteja aquém do desejado.
Mas é um relatório que pede o indiciamento de Fernando Cavendish [dono
da empreiteira Delta] e transfere ao Ministério Público as informações
que apontam e indicam as empresas que receberam recursos da Delta e do
governo federal. pode não ser o relatório perfeito, mas será uma luz de
lamparina na noite de impunidade do Brasil”, disse.
Fonte: Congresso em Foco - Por Mariana Haubert

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