Governador iludiu o povo durante a campanha eleitoral
Nem sempre no Distrito Federal a unanimidade é exemplo de legitimidade,
com os três poderes presos a conjunto de regras acumuladas nos 52 anos
da capital, atuando como um bloco maciço, com códigos próprios,
marginais à lei.
Por causa disso, a sonhada reforma administrativa para tornar a máquina
do GDF mais leve e eficiente – projeto mais condigno com a modernidade
de Brasília – é sempre adiado por falta de protagonistas para essa
mudança. Todos estão acomodados em seus casulos, nã desejando mudanças.
O poder político da capital não demonstra condições de conduzir a
pretendida reforma pelo feixe de compromissos que o escraviza ao poder
econômico cartelizador e concentrado.
Outro grave fenômeno é a repartição interna de áreas de mando,
sobretudo entre PT e PMDB, que atribuiu ao partido do vice-governador
Tadeu Filippelli as obras públicas e transportes. Levou ao fatiamento do
governo, e consequentemente à perda de coesão administrativa, criando
ilhas de patrimonialismo.
A face externa do governo local é por isso mesmo a exata expressão dos
donos do PIB de Brasília, e age como seu braço avançado para aplicar as
leis de acordo com o desejo do mix do dinheiro da influência política.
O exemplo mais típico é o conjunto arcaico de interesses que domina o
setor dos transportes públicos, cujos proprietários, embora
concessionários do Estado, agem com o domínio de um oligopólio enraizado
no poder político, e afrontando o desejo unânime da população por
mudança no sistema.
Daí, um território de 5.801.937 km2, ser administrado por um maciça
estrutura do Governo do DF com quase 40 secretarias, e gestores de 33
regiões administrativas,cada uma delas com centenas de cargos
disponíveis para nomear. Um só núcleo de poder – a Casa Civil – tem 2
mil cargos para livre provimento.
O Governo do Distrito Federal torna-se, deste modo, uma plataforma para
o acolhimento dos interesses dos cartéis econômicos e para atendimento
das necessidades de cargos requeridos pelo poder político.
Fonte: Notibras - Por Leonardo Mota Neto
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