Ministro Marco Aurélio Mello afirma que a corte suprema não se curvará às pressões e ao clamor público; "vamos atuar pouco importando o aplauso e a crítica", disse ele
Durante  encontro em Teresina, como revelou ontem o Estado,  presidentes dos  Tribunais de Justiça do País afirmaram que o STF está  "emparedado" e  sugeriram que "alguns réus" do mensalão estariam atuando  para  desestabilizar a Corte.
O  ministro foi direto: "Nessa quadra psicodélica, tudo é possível".   Procurado por meio de sua assessoria, o presidente do STF, Cezar Peluso,   não quis comentar as manifestações feitas pelos magistrados. Para  Marco  Aurélio, ao contrário do que deveria ser, existe atualmente no  Supremo  "uma preocupação muito grande em relação à repercussão das  decisões". "O  dia em que atuarmos de acordo com o clamor público  estaremos mal",  afirmou. O ministro lembrou que já disse no plenário do  STF que a  magistratura está intimidada. "Será que o Supremo também  está?"
Ele  citou o fato de o tribunal não ter julgado no ano passado a Ação   Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona o poder do CNJ de   iniciar, por conta própria, investigações contra magistrados suspeitos   de envolvimento com irregularidades, apesar de ela ter sido colocada na   pauta semanas antes.
"Qual  foi a sinalização quando deixou de chamar a Adin (do CNJ)? Qual  é a  leitura que se faz? Só o ingênuo não percebe", afirmou. Diante do  fato  de o plenário não ter julgado o processo, Marco Aurélio decidiu  sozinho  o pedido de liminar, determinando que o CNJ inicie investigações   contra magistrados somente após os tribunais locais já terem apurado as   suspeitas. O processo sobre o poder de investigação do CNJ foi colocado   novamente na pauta do plenário e o julgamento está previsto para a   próxima quarta-feira.
Fonte: Brasília 247 - 29 de Janeiro de 2012 às 11:04            
          
 

 
 
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