DEM e PSDB formalizam pedido de abertura de processo contra o governador. Decisão de levar investigação à frente caberá ao deputado Patrício, aliado do governo
Além dos pedidos dos dois partidos, Alberto Fraga e Raimundo Ribeiro também entraram com pedidos de impeachment como cidadão comuns. Um quinto pedido foi protocolado pelo advogado Rogério Pereira. Para trazer força ao movimento, políticos da bancada nacional dos dois partidos comparecerem à Câmara Legislativa.
Os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Agripino Maia (DEM-RN), Álvaro Dias (PSDB-PR) e os deputados federais Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) estiveram presentes. Além de Raad, apenas as deputadas Celina Leão e Liliane Roriz, ambas do PSD, apoiaram o movimento oposicionista. Deputado da base, Olair Francisco (PTdoB) chegou a ir ao local onde o protocolo era feito, mas não participou e rapidamente se retirou.
Nos pedidos de impeachment, Fraga e Ribeiro argumentam que apesar das denúncias contra Agnelo se referirem a um período em que ele não era governador, parte delas tem repercussão no atual governo. Por isso o pedido de impeachment seria possível. Citam o episódio de exoneração de delegados da Polícia Civil e a mudança no comando da corporação, que teriam sido motivadas pela divulgação de gravações de áudio que mostram Agnelo conversando com o delator do esquema denunciado, o policial militar João Dias.
Fraga também acusa Agnelo de, no ato da posse, não ter apresentado à Câmara a declaração pública de seus bens. "Temos toda uma cronologia que mostra que Agnelo continua beneficiando, em sua gestão, seus parceiros que cometeram crimes antes desse governo, como Daniel Tavares, que foi funcionário no atual governo".
Fraga refere-se ao atual pivô das denúncias contra Agnelo. Tavares é o ex funcionário de um laboratório de medicamentos, a União Química, e afirmou que teria pagado propina a Agnelo quando o atual governador ainda trabalhava como dirigente da Anvisa. Depois, o denunciante voltou atrás e disse ter sido coagido por deputadas da oposição para dar a versão. Daniel trabalhou na Administração de Brasília no atual governo.
Os partidos mostraram preocupação com relação à possível "blindagem" dos pedidos na Câmara pela base aliada ao governo. "Vamos dar um tempo para ver a posição da Mesa, caso nada seja feito vamos procurar a Procuradoria Geral da República para pedir esclarecimentos imediatos sobre as denúncias", disse Raimundo Ribeiro.
Tanto Ribeiro quanto Fraga foram secretários na gestão de José Roberto Arruda, ex-governador do DF derrubado após denúncias de desvio de recursos no episódio que ficou conhecido como Caixa de Pandora.
"O ritual é o mesmo, mas não é por isso que não vamos investigar", disse Fraga, quando questionado sobre a situação que levou Arruda a ser preso em 2010.
Fonte: Brasília 247 - 09 do Novembro de 2011 às 20:34
"O ritual é o mesmo, mas não é por isso que não vamos investigar", disse Fraga, quando questionado sobre a situação que levou Arruda a ser preso em 2010.
Fonte: Brasília 247 - 09 do Novembro de 2011 às 20:34
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