Desde o vazamento da conversa do governador com João Dias, 67 policiais civis já perderam seus cargos
Benito Tiezze |
Alguns nomeados compunham a equipe antiga, mas foram remanejados para funções diferentes. Outras 25 nomeações devem ser publicadas no Diário Oficial de segunda-feira.
Agnelo e o novo diretor da Polícia Civil do DF. Onofre José de Morais, negaram que as exonerações tenham relação com a revelação de trechos de conversas gravadas pela Polícia Civil, em 2010. entre o governador e o PM João Dias Ferreira, acusado de desviar dinheiro do Ministério do Esporte. Ontem. Agnelo se esforçou para convencer que esse é um "processo normal".
— O diretor-geral é responsável por nomear todos os delegados e diretores. Esse é um procedimento que resgata a hierarquia, a autoridade e faz parte de um processo normal É um procedimento que fortalece a própria instituição — disse Agnelo. em meio a greve dos policiais civis que deve se prolongar, pelo menos, até quinta-feira.
Mas Onofre disse ao GLOBO que só foi convidado no dia em que o áudio da gravação foi exibido no "DFTV". da Rede Globo. E admitiu que sua missão vai além de um ajuste natural, como insiste Agnelo.
— Aceitei o convite para mudar práticas que não concordo. Para que a polícia seja uma polícia de Estado, que investiga quem quer que seja. Não concordo com polícia partidária, usada como instrumento para perseguir adversários, para perseguir pessoas — disse Onofre. ao garantir que o governador nunca o consultou sobre o vazamento das gravações nas quais Agnelo se dispõe a ajudar João Dias no processo em que o PM é acusado de desviar dinheiro público.
O governo do Distrito Federal decidiu não abrir sindicância para apurar o vazamento das gravações feitas pela Polícia Civil, hoje sob tutela do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os diálogos comprovam a intimidade de João Dias com Agnelo.
— Cabe à Justiça Federal analisar se deve ou não investigar o vazamento das gravações. Essa é uma competência do Superior Tribunal de Justiça — disse o diretor da Polícia Civil.
O DEM. que conta com apenas um deputado na Câmara Legislativa do Distrito Federal, anunciou que entrará segunda- feira com pedido de impeachment de Agnelo. A oposição no Legislativo local é formada por três parlamentares, entre 24.
Delegados dizem que existe crise no DF
Para a cúpula da Segurança. Agnelo virou refém de facções partidárias, responsáveis por indicações de delegados para cargos de chefia. O presidente do Sindicato dos Delegados. Benito Tiezze (foto), disse que não haverá trégua, enquanto o governo não cumprir compromissos firmados no começo do governo.
— Existe crise, sim senhor. Aguardamos o cumprimento do acordo para que o governo melhore as condições de trabalho e pague um passivo trabalhista. Os delegados ficaram indignados (com as demissões) — disse Tiezze.
Por Roberto Maltchik
Fonte: Jornal O Globo
Fonte: Jornal O Globo
Blog do Edson Sombra
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