Agnelo não nega que tenha conversado com João Dias, afirmando que "atendia, rotineiramente, a ligações de inúmeras outras pessoas, já que era liderança política na cidade". Segundo a nota, os diálogos entre os dois não caracterizam crime, tanto que o Ministério Público Federal indiciou sete pessoas após analisar o conteúdo das gravações, mas poupou Agnelo.
Em outra nota, a Secretaria de Comunicação do GDF traz um ponto a ponto em que tenta rebater as acusações que pesam sobre o governador. Segundo o texto, Agnelo Queiroz e João Dias tinham uma relação de correligionários. Os dois já foram filiados ao PCdoB e se candidataram na eleição de 2006: Agnelo a senador e o PM a deputado distrital. A nota destaca ainda que, em 26 de março de 2006, quando Agnelo era ministro do Esporte, ele ordenou que fosse investigado um convênio celebrado com uma das ONGs de João Dias, a Federação Brasiliense de Kung Fu.
"Agnelo Queiroz sempre manteve relações com correligionários, como rotina da vida político-partidária", diz o texto, que acrescenta: "Agnelo sempre participou de incontáveis reuniões e recebeu infinitas ligações, razão por que não se pode especificar, contando com a memória, datas e horas de contatos com as diversas pessoas com quem ele, como político, trocou conversas e cumprimentos".
Agnelo não cita na nota, mas os diálogos gravados pela Polícia Civil são de fevereiro e março de 2010, quando ele já era pré-candidato ao governo do DF pelo PT.
No ponto a ponto, o GDF repete o argumento de que o MPF não denunciou o atual governador do Distrito Federal e cita uma certidão emitida pelo Diretor de secretaria da 10ª Vara Federal, no dia 28 de outubro de 2011, em que não consta o nome de Agnelo.
"Se da análise detida realizada pelo MPF nos autos anteriormente citados houvesse qualquer indício de participação do governador do Distrito Federal, certamente ele teria sido arrolado no polo passivo da referida ação, o que não ocorreu", diz a nota.
Agnelo também reafirma que houve direcionamento político na origem da investigação, que começou pela Polícia Civil do Distrito Federal, e, sem citar os nomes, faz referência a personagens da cena política local, como o ex-governador José Roberto Arruda e o ex-procurador de Justiça do DF Leonardo Bandarra.
"É fundamental relembrar que no momento em que o inquérito "revelado" pela imprensa foi produzido, o Distrito Federal tinha um governador na cadeia, uma Polícia Civil acéfala e um Ministério Público local que reagia ao comando de um personagem que terminou sendo investigado, defenestrado de seu posto e que hoje responde a ações judiciais.
Foi parte dessa polícia e parte desse Ministério Público, àquele momento envolvidos na luta política de um submundo que Agnelo Queiroz já então se propunha a extirpar, quem iniciou, orientou e divulgou o tal inquérito que ganhou destaque na mídia", afirma a nota.
O ponto a ponto da Secretaria de Comunicação do GDF também diz que nada consta no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a gestão de Agnelo Queiroz no Ministério do Esporte, entre 2003 e 2006, no tocante aos convênios do programa Segundo Tempo. O texto reconhece que o TCU identificou problemas na execução de alguns desses convênios, mas que o então ministro não foi responsabilizado por isso.
Fonte: O Globo
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
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