Agnelo Queiroz afirma que deposito de R$ 5.000 feito em sua conta em 2008 foi pagamento de empréstimo
Petista era diretor de agência e deu certificado a empresa no mesmo dia em que o dinheiro foi depositado
O dinheiro foi transferido para a conta de Agnelo por Daniel Almeida Tavares, que na época trabalhava para a farmacêutica União Química.
Em julho, Tavares disse à revista "Veja" que pagou propina a Agnelo e outros funcionários em troca de facilidades na concessão de licenças à farmacêutica. O governador negou.
No ano passado, a União Química doou oficialmente RS 200 mil à campanha de Agnelo ao governo do DF.
Em nota divulgada ontem, Agnelo voltou a rejeitar a versão do lobista de que recebeu dinheiro de propina e disse que os RS 5.000 representavam o pagamento de um empréstimo que ele havia feito para Tavares.
O governador admitiu à Folha que o empréstimo foi feito informalmente, sem documento ou contrato que comprove a transação. E disse que emprestou o dinheiro ao lobista em espécie, portanto não teria como comprovar sua versão.
O governador admitiu à Folha que o empréstimo foi feito informalmente, sem documento ou contrato que comprove a transação. E disse que emprestou o dinheiro ao lobista em espécie, portanto não teria como comprovar sua versão.
Agnelo é investigado por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça) por causa de irregularidades no Ministério do Esporte. Ele foi ministro de 2003 a 2006, no governo Lula, antes de virar diretor da Anvisa, onde ficou de 2007 a 2010.
O lobista Daniel Tavares procurou a deputada distrital Celina Leão (PSD) há duas semanas afirmando que estava sofrendo ameaças e que precisava de proteção policial. Ele repetiu as acusações contra Agnelo e apresentou documentos, como extratos bancários.
Segundo a deputada, o lobista afirmou que os R$ 5.000 transferidos para a conta de Agnelo representam parte de uma propina de R$ 50 mil paga ao petista. Tavares sustenta que os demais R$ 45 mil foram pagos em dinheiro vivo.
"Fui orientada pela Polícia Federal para que ele venha à Câmara Distrital e preste depoimento oficial, inclusive para que possamos solicitar proteção policial", disse ela.
Tavares contou a interlocutores ter um vídeo que comprovaria a entrega de dinheiro a Agnelo, além de extratos de outros cinco depósitos bancários que somariam mais R$ 30 mil.
Em julho, Agnelo disse à revista "Veja" que conhecia Tavares apenas de reuniões oficiais e que iria processá-lo por conta das acusações. Na ocasião, a revista informou que Daniel ameaçava fazer denúncias contra Agnelo.
Colaborou José Ernesto Credendio, de Brasília
> OUTRO LADO <
Agnelo nega que deposito fosse para pagar propina
O governador Agnelo Queiroz (PT) nega ter recebido propina de Daniel Almeida Tavares e diz que as denúncias tem origem política.
"É mais uma tentativa desesperada da oposição de construir algo que relacione o governador a qualquer irregularidade", afirma a nota.
Sobre o depósito, Agnelo diz que "foi a devolução de quantia concedida em empréstimo à referida pessoa. Associar esse depósito a origem irregular c tentativa criminosa de acusação vazia".
Segundo a assessoria, Agnelo conheceu o lobista por meio do dono da União Química, amigo do petista.
Procurado, Fernando de Castro Marques não foi localizado. A assessoria da União Química também não foi encontrada ontem à tarde.
A Folha perguntou ontem por que Agnelo liberou a documentação da empresa no dia em que recebeu o dinheiro, mas não obteve resposta.
Por Felipe Coutinho / Felipe Seligman / Andreza Matias
Por Felipe Coutinho / Felipe Seligman / Andreza Matias
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Blog do Edson Sombra


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