O CORPO FALA

Na homenagem pelos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso hoje em Brasília, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não escondeu o desconforto. Ele chegou justamente quando Serra discursava. Como havia uma cadeira vazia perto de FH __ a de Serra __ Sarney foi colocado ali. A assessoria correu e buscou outra cadeira, para acomodar o orador. Aperta daqui e dali, quando Serra voltou para o seu lugar, ocupou a cadeira ao lado de Sarney.

Sarney, que sempre se senta à mesa com as mãos juntas e os braços relaxados sobre a bancada, fechou-se na hora. Cruzou os braços e permaneceu assim o tempo todo, num visível desconforto. Foi a primeira vez que Sarney se sentou ao lado de Serra nos últimos nove anos. Afinal, o presidente do Senado sempre culpou o ex-governador paulista pela derrocada da candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República, em 2002. E sabe como é, pai nunca perdoa aquele que magoou uma filha. E Sarney nunca perdoou Serra. Nem depois de hoje, quando os dois tiveram a oportunidade de ficar juntinhos. Ao final da solenidade, perguntado como havia se sentido, Sarney comentou com um amigo: "É veja só que castigo..."

Em tempo: Serra, por sua vez, nem reparou. Afinal, ele sempre negou qualquer participação na derrocada da candidatura de Roseana. 

Fonte: Blog da Denise - Correio Braziliense