PT tentou obstruir, mas base aliada conseguiu aprovar requerimento.Deputados de oito partidos aliados votaram contra orientação do Planalto.
Deputados no plenário durante a sessão que aprovou a criação de comissão externa para apurar irregularidades na Petrobras
Em
meio à crise entre o governo federal e a base aliada no Congresso, a
maioria dos integrantes do chamado "blocão", grupo de partidos aliados,
mas insatisfeitos com o governo, impôs nesta terça-feira (11) a primeira
derrota ao Planalto no Legislativo ao aprovar a criação de uma comissão
externa de deputados para investigar denúncias de propina na Petrobras.
"A
comissão externa não é acusatória, é investigatória. Essa comissão é
apenas para investigar. O bem da Petrobras é o que todos nós queremos, e
esta Casa cumpriu seu dever." - Deputado Henrique Alves (PMDB/RN), presidente da Câmara.
O
texto recebeu 267 votos a favor, 28 contrários e 15 abstenções. De
acordo com o requerimento, apresentado por DEM e PSDB, um grupo de
parlamentares irá à Holanda para acompanhar as investigações sobre
suposto pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa
holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias
petrolíferas.
O
texto aprovado pelos deputados contraria o governo, que alega que a
investigação pode prejudicar a imagem da estatal do petróleo.
O
PT tentou obstruir a votação, utilizando instrumentos previstos no
regimento interno para postergar a análise da matéria, recebendo apoio
apenas do PC do B entre os aliados. Dentro da base governista, votaram
pela aprovação da comissão PMDB, PR, PSC, PTB, além de parte do PDT, PP,
PROS e PSD.
Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT/SP), a criação da comissão externa seria um “erro político” "Vai
colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma
investigação que não existe, e a Câmara ainda pode ficar em maus lençóis
ao não ter acesso às investigações", disse Chinaglia.
Vai
colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma
investigação que não existe, e a Câmara ainda pode ficar em maus lençóis
ao não ter acesso às investigações." - Deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP), líder do governo na Câmara.
No
entanto, a oposição e cinco partidos que formam o "Blocão" defenderam
aprovar o texto, entre os quais o PMDB, segunda maior bancada da Câmara.
A
relação do Palácio do Planalto com a base aliada tem se deteriorado nos
últimos meses. Partidos reclamam do não cumprimento de acordos quanto à
liberação de recursos de emendas parlamentares, criticam a demora da
presidente Dilma Rousseff em concluir a reforma ministerial, e se dizem
excluídos das decisões políticas e de lançamentos de programas do
governo federal.
O foco da crise é a Câmara dos Deputados e a relação tumultuada que o Planalto tem com o líder do PMDB, Eduardo Cunha
(RJ). Nesta segunda, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com
lideranças do PMDB, mas não convidou Cunha, o que foi interpretado por
parlamentares como uma tentativa de isolar o líder peemedebista.
Em resposta, o "Blocão"
e a bancada do PMDB na Câmara anunciaram publicamente apoio ao
peemedebista e disseram que eventual tentativa de excluí-lo significaria
ignorar toda a base aliada da Casa.
Saiba mais:
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Após a aprovação da comissão de externa para investigar a Petrobras, Eduardo Cunha negou que a votação tenha sido uma tentativa de “retaliar” o Planalto. "Não tem nenhuma intenção de vingança", afirmou.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB/RN), também defendeu a aprovação do requerimento. "A comissão
externa não é acusatória, é investigatória. Essa comissão é apenas para
investigar. O bem da Petrobras é o que todos nós queremos, e esta Casa
cumpriu seu dever", afirmou.
PT
tentou obstruir, mas base aliada conseguiu aprovar requerimento.
Deputados de oito partidos aliados votaram contra orientação do
Planalto.
Fonte: G1.
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