Henrique Pizzolato com Lula
Antes de fugir do Brasil usando passaporte em nome de um irmão morto há
35 anos, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato já havia
usado documentos falsos de Celso Pizzolato para votar e até para prestar
contas à Receita.
Pelos registros do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, Celso compareceu
a seção eleitoral de Copacabana bairro em que Henrique vivia para
votar nos dois turnos das eleições municipais do Rio, em 2008. Em 2010,
não votou, mas pagou multas em 2011 e mantém o título regular, apesar de
ter morrido em 1978.
A situação de Celso Pizzolato na Receita Federal também é regular. Em
2007, apresentou declaração de isento, que desde 2008 não é mais exigida
pelo Fisco.
"Pelos registros oficiais, Celso está vivo. O CPF e o título são
válidos", afirma o chefe da Interpol no Brasil, Luiz Cravo Dórea, que
participou das investigações.
Como não havia registros de Pizzolato em mais de cem países, a PF
chegou a cogitar que ele poderia ter atravessado o Atlântico num iate ou
num avião de amigos.
PRISÃO
Foragido desde novembro do ano passado, Henrique Pizzolato, o
ex-diretor do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão, foi
preso na manhã de quarta-feira (5) no norte da Itália, como noticiou a
Folha.
Numa ação das polícias italiana e brasileira, ele foi detido em
Maranello (a 322 km de Roma), onde vivia na casa de um sobrinho, com
passaporte falso em nome de Celso, irmão morto em 1978 em um acidente de
carro.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o governo pedirá
à Itália a extradição de Pizzolato. No entanto, ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) avalia que a medida é "inócua". Para Celso de
Mello, o pedido é "juridicamente inviável" já que Pizzolato possui
cidadania italiana e as leis locais proíbem a extradição de seus
cidadãos. Já a Procuradoria-Geral da República considera que existem
brechas legais.
A partir de informação da polícia italiana de pedido de cidadania de
residente, a Polícia Federal descobriu que Pizzolato havia falsificado
documentos. O planejamento da fuga começou em 2007, cinco anos antes de
ele ser condenado pelo STF a 12 anos e 7 meses de prisão pelo
envolvimento no esquema do mensalão.
No momento da prisão, o ex-diretor do BB estava com a mulher e tinha €
15 mil. "Ele jogou o nome da família na lama", disse a tia de Pizzolato
no Brasil.
Fonte: Portal UOL / Folha.
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