A polícia recolheu documentos na Administração de Taguatinga
Uma semana após a Polícia Civil e o Ministério Público do DF e
Territórios (MPDFT) deflagrarem a Operação Átrio, as administrações de
Taguatinga e de Águas Claras permanecem sem gestores. Carlos Jales e
Carlos Sidney foram exonerados há sete dias após serem apontados como
integrantes de um grupo suspeito de irregularidades na concessão de
alvarás de construção de pelo menos seis grandes empreendimentos nas
duas cidades. A escolha de secretários e de administradores regionais
fica a cargo do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.
Empresário do ramo de automóveis, Carlos Jales assumiu a função de
administrador regional de Taguatinga por indicação do deputado distrital
Washington Mesquita (PTB). Ambos são frequentadores assíduos da
Paróquia São Pedro, liderada pelo padre Moacir Anastácio. O religioso é
responsável pela organização da Festa de Pentecostes, que reúne, em
média, meio milhão de pessoas em cada dia de evento.
Nos últimos dias, o governador Agnelo tentou entrar em contato com
Moacir Anastácio, mas não foi atendido. Frequentadores da Paróquia São
Pedro garantem que o pároco está “muito triste” com o suposto
envolvimento de Jales no esquema investigado pela polícia e pelo MPDFT.
No dia da Operação Átrio, há uma semana, Moacir falou aos fiéis, durante
a missa, sobre confiança. Dois dias antes, Jales esteve na paróquia. A
reportagem tentou falar com o religioso de ontem, mas não o encontrou.
Por meio de nota, a assessoria de Comunicação do GDF informou que “mesmo
estando com gestores interinos, esses órgãos estão funcionando
perfeitamente.”
Alvarás
Desde 2011, policiais e promotores investigam um esquema de pagamento
de propina em troca de agilidade na liberação de alvarás de construção
de empreendimentos comerciais e residenciais. De acordo com a apuração,
viagens, dinheiro e troca de favores políticos eram negociados para que
os documentos fossem emitidos em até 15 dias.
Na quinta-feira passada, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado
(Deco) e promotores do MPDFT deflagraram a Operação Átrio para prender
os dois administradores e ouvir outras 12 pessoas, entre elas o
ex-vice-governador do DF Paulo Octávio. Jales e Sidney tiveram as
prisões temporárias prorrogadas na última segunda-feira e permanecem
presos.
Fonte: Kelly Almeida - Correio Braziliense
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