Governo não comparece a audiência
pública dos orientadores educacionais, na manhã desta sexta-feira (25) no
plenário da Câmara Legislativa. A discussão foi proposta pela presidente da
Comissão de Assuntos Sociais, deputada Celina Leão (PDT). Cerca de 200
profissionais de diferentes regiões administrativas do Distrito Federal
participaram do debate e classificaram como descaso a ausência de um
representante do governo para ouvi-los.
“Abraçamos essa bandeira e vamos
apresentar uma proposta de Emenda à Lei Orgânica para ampliar a atuação do
orientador para todas as etapas e modalidades de ensino da Rede Pública e
buscar, além do diálogo com o Executivo, uma legislação específica para contemplar
todas as demandas destes profissionais”, garantiu a deputada.
Para Celina Leão o encontro com
os orientadores educacionais não foi apenas um momento de discussão, mas de
avanço e a ausência do Estado enfatizou
o abandono do atual governo com a Educação
e com os profissionais da área.
“É uma categoria que trabalha com as emoções,
com os laços de afetividade e de confiança de alunos e pais, por isso precisam
de condições e estrutura de trabalho. É lamentável que a Secretaria de Educação
não tenha tido o cuidado de mandar um
representante para esta audiência”, observou a deputada.
Os profissionais que participaram
do debate foram unânimes em relatar o sentimento de angustia e insatisfação
diante das condições de trabalho, da sobrecarga e da falta de reconhecimento. Muitos
discorreram sobre o cotidiano de suas atividades nas escolas da rede pública e
as dificuldades encontradas no exercício de suas funções. "Há uma carência
de, aproximadamente, 500 profissionais no quadro. Há escolas onde não temos
nenhum orientador e em outras, com mais de mil alunos, temos apenas um
pedagogo-orientador", alertou Paulo Henrique Marques, coordenador da
Orientação Educacional do Gama.
Outras deficiências, também,
foram apresentadas durante a audiência, como a falta desses profissionais em
escolas localizadas na zona rural e nos centros de línguas. "Nossa atuação
devia ser preventiva, mas a Secretaria de Educação escolhe somente as escolas
onde já há conflitos para a alocação dos profissionais", reclamou Carla
Bianca Ferreira.
Os orientadores apresentaram,
ainda, situações de risco e vulnerabilidade, citando, por exemplo, o
desconhecimento por parte de diretores e coordenadores das escolas sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). De acordo com a legislação, os
orientadores precisam denunciar quando suspeitam de casos de abusos. Outro
problema que enfrentam é o trabalho infantil, principalmente nas escolas
localizadas no campo, durante a época de colheita.
REIVINDICAÇÕES - Os orientadores educacionais reivindicam
aposentadoria especial aos 25 anos, abertura imediata de Concurso Público para ampliação
do quadro de servidores, gratificação
relativa ao atendimento a alunos do ensino especial, além de espaço físico
próprio e individualizado devido a
especificidade do cargo, que presta atendimento a alunos em situação de risco
ou vulnerabilidade, que exige sigilo nas informações compartilhadas nesse
espaço, dentre outras.
Fonte: Assessoria da Deputada Distrital Celina Leão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário