Grupos
de centro-direita ainda se articulam e, por enquanto, não lançaram
nomes à disputa pelo Palácio do Buriti. O desafio será formar uma chapa
competitiva para fazer frente aos candidatos da chamada esquerda
ideológica.
Até agora, apenas os partidos do chamado campo ideológico de esquerda apresentaram-se com pré-indicados a concorrer ao Palácio do Buriti em 2014, enquanto os de centro-direita permanecem sem se reunir em torno de um nome comum. Estão na disputa o governador Agnelo Queiroz (PT), que deve ser candidato à reeleição, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT), e Antonio Carlos de Andrade, o Toninho do PSol, presidente regional da legenda no DF.
Em relação aos grupos políticos restantes, até o momento, o único nome
que se apresentou oficialmente foi o da distrital Eliana Pedrosa. A
deputada não acredita, até o momento, na criação de uma frente única
para ir contra Agnelo e outras candidaturas da esquerda ideológica
(confira Três perguntas para). Ela já conversou com DEM, com o PDT e com
o PSol. Deve negociar também com tucanos, rorizistas e arrudistas. O
presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, deu carta
branca para as conversações. “Todo partido democrático pode fazer
aliança conosco. Temos a ideia de lançar um candidato do PPS ao GDF, e a
vinda da Eliana tem sentido para articular isso”, disse ao Correio.
No entanto, no amplo grupo, há quem defenda a reunião ao redor de um só
nome com potencial para enfrentar Agnelo e a uma provável dobradinha
entre Rollemberg e Reguffe. Nesta ala, está o presidente regional do DEM
e ex-deputado federal Alberto Fraga. Ele tem dito que a fragmentação da
oposição pode favorecer o fortalecimento da candidatura do governador à
reeleição. O grande projeto de Fraga era a filiação de Roriz ao
Democratas, que daria à legenda musculatura suficiente para encabeçar
uma chapa, mas a recusa da Executiva nacional ao nome de Roriz jogou por
terra o sonho. Ainda assim, ele tem se articulado junto a rorizistas,
arrudistas e tucanos para tentar defender sua tese. Fraga acredita que,
unidos, os oposicionistas têm mais força.
O enfrentamento ao PT é uma ideia que poderia colocar dentro do mesmo
barco figuras como os ex-governadores Joaquim Roriz (PRTB) e José
Roberto Arruda (PR), Democratas e tucanos, incluindo Maria de Lourdes
Abadia. “Se não começarmos a pensar nisso com muita seriedade, podemos
dar espaço para que a disputa se polarize entre Agnelo e
Rollemberg/Reguffe e que a oposição, de fato, faça apenas papel de
figurante. Aí estaremos contribuindo para que ocorra um segundo turno
entre os dois grupos. No momento de discutir alianças, precisamos
engolir diferenças históricas e pensar em criar uma chapa que seja
competitiva de verdade. Não podemos ser só figurantes. O grande problema
será conseguir acalmar e abrigar todos os egos”, explica um
interlocutor, que tem circulado entre os grupos.
Plano B
Joaquim Roriz poderia ser o nome a reunir o grupo ao redor de uma só
bandeira. Mas a grande incógnita é saber se ele terá saúde para
enfrentar uma longa campanha. Doente renal crônico, o ex-governador
passa por sessões constantes de hemodiálise e está na fila de
transplante de rins. Seu plano B é a filha, a distrital Liliane Roriz
(PRTB). Arruda, por enquanto, não tem dito a qual cargo pretende
concorrer no ano que vem.
Já o PSDB tem de resolver-se internamente. Dos partidos, é o que mais
tem nomes com pretensas intenções de se candidatar ao governo. Entre
eles, estão os deputados federais Luiz Pitiman e Izalci Lucas, assim
como a ex-governadora Abadia. “A briga de faca lá dentro vai ser feia. E
quem ganha com isso? É claro que é o governo”, diz um petista. Outros
grupos também trabalham para se alinhar, como o PSD do ex-governador
Rogério Rosso, e o PP, do ex-vice-governador Paulo Octávio. Esse último,
inclusive, está a definir se é base ou se vai para a oposição.
Três perguntas para Eliana Pedrosa (PPS), deputada distrital e pré-candidata ao GDF
A senhora foi eleita por um partido de direita (DEM) e migrou para um de bandeira socialista (PPS). Como foi recebida?
A senhora foi eleita por um partido de direita (DEM) e migrou para um de bandeira socialista (PPS). Como foi recebida?
Fui bem recebida. Acredito que estou voltando às minhas origens. A
minha juventude foi na época da ditadura. Participei do movimento
estudantil na luta pela redemocratização. Estou me sentindo muito bem e
animada.
A senhora é pré-candidata ao governo?
Quando da minha filiação, o PPS colocou que tem a proposta de ter uma
candidatura majoritária ao GDF. Então coloquei o meu nome para
apreciação. É claro que isso só será definido nas convenções do ano que
vem, enquanto isso estamos trabalhando para construir boas nominatas
para a Câmara Legislativa e para a Câmara dos Deputados.
Até agora, alguns nomes já se apresentaram, como o do
governador Agnelo, o do senador Rollemberg e o do deputado federal
Reguffe. Dos grupos políticos que faltam se decidir, a deputada
acredita na união para escolha de um só nome para disputar o Buriti?
Até o ano que vem, alguns grupos podem até se aglutinar, mas penso que muitos vão individualizar seu caminho.
Fonte: Correio Braziliense - Por Almiro Marcos
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