O
governo continua com o mesmo número de deputados que o apoiam. No
entanto, algumas legendas, como o PSD, desapareceram da Casa, e o PDT,
que não tinha nenhum parlamentar, está com dois representantes.
Mesmo com as movimentações de filiações das últimas semanas, que
levaram a troca-trocas partidários, a Câmara Legislativa se mantém
essencialmente governista, uma característica histórica da Casa. A base
do GDF continua com 21 deputados, e a oposição tem apenas três. No
entanto, as mudanças levaram ao fortalecimento de algumas legendas e ao
enfraquecimento e até desaparecimento de outras. Se, por um lado, o PDT
ganhou dois parlamentares, por outro, o PSD, que chegou a ter a segunda
maior bancada, deixou de existir no Legislativo local.
As mudanças de sigla desde o início de 2011 alcançaram quase metade da
composição da Casa. Dos 24 deputados, 11 deixaram as legendas pelas
quais foram eleitos. Sete trocaram de lugar mais de uma vez (confira
quadro). Petistas e peemedebistas se mostraram os mais fiéis. Os
partidos do governador Agnelo Queiroz e do vice, Tadeu Filippelli,
ganharam filiados entre os distritais (um, cada legenda). Já quem mais
sofreu com a infidelidade foram as siglas criadas ao longo da
legislatura. É o caso do PSD e do PEN.
O PSD teve quatro deputados filiados nos últimos dois anos, mas perdeu
todos. O presidente regional da legenda, o ex-governador Rogério Rosso,
não se preocupa. “São deputados que não foram eleitos pelo PSD. Queremos
participar de nossa primeira eleição no DF e eleger nossos
representantes. Não estamos preocupados com a saída deles, que foram
importantes em determinado momento”, explicou. Apesar da tranquilidade
demonstrada por Rosso, o certo é que a sigla perde totalmente a voz que
tinha na Câmara.
Já o PEN chegou a ter três deputados e agora só restou um. A mudança
faz parte de uma articulação feita com o presidente regional, Alírio
Neto, deputado licenciado e secretário de Justiça do DF. Os distritais
Professor Israel Batista (PV) e Dr. Michel (PP) fizeram um acordo com
Alírio. Eles estavam interessados em deixar as legendas pelas quais
foram eleitos (PDT e PSL, respectivamente) e usaram o partido apenas
como trampolim. “Queremos fazer uma nominata com candidatos a distrital
com potencial de até 10 mil votos”, confirma Alírio.
O PDT, que tinha eleito um deputado em 2010 e ficou sem
representatividade quando Professor Israel foi para o PEN, voltou a
ganhar espaço e agora tem dois distritais na bancada. No entanto, a
tendência é de que os deputados fiquem independentes. Joe Valle, que
deixou o PSB e se tornou pedetista após a Rede Sustentabilidade ser
indeferida pela Justiça Eleitoral, é alinhado ao Buriti, tendo
indicações em áreas como a Secretaria de Agricultura e a Emater. Já
Celina Leão, que deixou o PSD, é oposicionista e tem ligação com o grupo
do ex-governador Joaquim Roriz (PRTB).
“Só o tempo vai dizer como o Joe e a Celina vão se posicionar. Com essa
onda do PDT no DF lançar o nome do Reguffe como pré-candidato ao
Buriti, a Celina está amando, pois demonstra que o partido está na
oposição. Pela parte do Joe, a questão fica delicada, uma vez que ele
não esconde de ninguém que é governista”, comenta um distrital.
O futuro pode reservar emoções extras para distritais alinhados com o
governo e cujos partidos dão indicativo de que lançarão candidaturas
fora dos interesses do Palácio do Buriti. Nessa situação, estão o
próprio PDT e legendas como o PR, que recebeu a filiação do
ex-governador José Roberto Arruda, e o PP, que recebeu o
ex-vice-governador Paulo Octávio. Dr. Michel, que se tornou progressista
no apagar das luzes, disse que não vai aceitar pressão partidária para
passar a integrar a oposição. “Eu sou base e continuarei sendo até
quando considerar que devo. Não aceito pressão de ninguém. Aliás, a
única pressão que aceito é do povo, que foi quem me deu o mandato”,
disse.
Fonte: Correio Braziliense
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