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terça-feira, 15 de outubro de 2013

A força dos “pequenos” candidatos a Distrital

 

Foram quase 900 em 2010, e estima-se que passará amplamente de 1.000 o número de candidatos a Deputado Distrital na eleição 2014. Matematicamente, o total poderia atingir 1.536, levando em consideração o número de partidos oficialmente registrados (32) e o máximo de candidatos permitido para cada agremiação, sem coligação (24×2= 48 candidatos). No entanto, é provável que haja algumas coligações (onde o número de vagas é de 72, mas deve ser divido pelos partidos integrantes), e que alguns partidos não tenham nominata completa a apresentar ao eleitor.

De quatro em quatro anos, exatamente um ano antes das eleições, um seleto grupo de brasilienses vira alvo de todas as cobiças. Por dois ou três meses, são escutados em reuniões de alto escalão e recebidos em gabinetes espessamente acarpetados. Até a data fatídica do encerramento das filiações partidárias, os assim chamados “pequenos” candidatos (o valor em votos do adjetivo “pequeno” podendo mudar dependendo das agremiações) são cortejados, as executivas partidárias sabendo de experiências passadas a importância da “guarnição” das famosas nominatas.

Dos 17 partidos que elegeram pelo menos um Distrital em 2010, 12 só conseguiram o feito graças a votação dos não-eleitos. Ou seja, a escolha cuidadosa da nominata permitiu a eleição do mais votado dos candidatos. Já os 8 partidos que concorreram e não elegeram ao menos um representante precisarão rever suas estratégias, que seja na formação da nominata, ou na celebração de coligação.

A tabela a seguir indica o percentagem de votos trazidos pelos “não-eleitos” em cada partido na eleição para Distrital em 2010. Sem levar em conta as coligações, aparecem com maior percentual os partidos onde o candidato melhor colocado teve votação mais modesta em relação aos eleitos de outros partidos, como Celina Leão no PMN (7.771 votos), o Professor Israel Batista no PDT (11.349 votos) e Wellington Luiz no PSC (10.333 votos). O percentual de 86,43 %, por exemplo, no PMN, indica que 86,43 % dos votos do partido vieram dos não-eleitos.

Já na outra ponta da tabela, aparecem partidos onde o total de votos, relativamente modesto, foi conseguido em grande parte pelo candidato eleito, por sinal, graças as coligações, já que tanto o PRB quanto o PRTB ficaram longe de obter o Quociente Eleitoral. O número 22,78 % para o PRB, por exemplo, indica que 78,22 % dos votos foram conseguidos por somente por Evandro Garla. Ponto em comum a estes partidos também o pequeno número de candidatos na nominata (12 no PRB, 20 no PRTB), tornando obrigatória a formação de coligação para obter êxito.


Partido  Eleitos   % não eleitos
PMN 1 86,43
PDT 1 85,23
PSC 1 83,77
PTdoB 1 82,61
PR 1 81,08
PSL 1 80,20
PTB 1 77,57
PSB 1 75,40
PSDB 1 74,88
PP 1 68,57
PMDB 2 59,19
PTC 1 50,86
DEM 2 48,09
PPS 2 45,31
PT 5 43,54
PRTB 1 30,35
PRB 1 22,78

24 64,60

Para a eleição 2014, três caminhos parecem ter sido seguidos pelos executivas partidárias. Sempre com papel, caneta e calculadora à mão, quase todas procuraram formar a maior lista de possíveis candidatos, algumas agremiações ultrapassando até a centena de nomes. O tempo (e as inevitáveis coligações) lapidará estas listas. Poucos partidos tentaram a solução da nominata “forte” em Distritais eleitos e candidatos de alta votação em 2010. O PT é o exemplo desta estratégia, aglutinando Claudio Abrantes (ex-PPS) ao grupo de cinco Deputados, sem contar vários Administradores Regionais, passados e atuais. O partido do Governador tinha sido, de longe o mais votado em 2010, realizando seu melhor resultado histórico na história do DF. Pretende repetir o feito, e até mesmo ampliá-lo, apostando em média alta. O maior risco é a briga interna, particularmente em algumas regiões onde várias candidatos correligionários se apresentarão como “dono” do espaço geográfico. Outro pé da coligação do atual GDF, o PMDB parece ter sido o mesmo raciocínio.

Os outros partidos se dividiram em duas opções, às vezes pelas contingências materiais disponíveis para oferecer aos potenciais candidatos, às vezes por opções estratégicas relacionadas aos Deputados preocupados em preservar suas cadeiras, e ainda às vezes na ótica da candidatura majoritária. Afinal, são até agora 8 pré-candidatos declarados ao Buriti ! Alguns, como o PPS ou o PSDB, concentraram seus esforços em atrair candidatos de votação comprovada entre 10 e 5 mil votos. Acrescentados à “prata da casa”, eles são destinados a formar um tipo de “tropa de choque” de cerca de uma dezena de candidatos em cada agremiação dos quais se espera uma média de 6 a 7 mil votos, garantido com segurança uma vaga pelo QE, e uma segunda na distribuição das sobras, a depender do desempenho dos outros candidatos da nominata.

Uma terceira categoria de partidos se concentrou em formar uma nominata mais homogênea, com candidatos de média estimada menor, entre 3 e 5 mil votos, mas em maior quantidade. Afinal, a matemática comprova que 10 x 6 mil ou 20 x 3 mil têm o mesmo resultado. Só que é mais fácil obter três mil votos do que seis mil, e que também é mais fácil “conversar” com candidato de 3 mil votos de que candidatos de 6 mil !

Alguns partidos ainda decidiram privilegiar a “solução interna”, preferindo lançar candidatos “caseiros”, afinados com o programa do partido, mesmo sem muita experiência eleitoral. É o caso, tradicionalmente, do PSOL, mas também do PSD, estreante na urnas brasiliense em 2014.

No entanto, as calculadoras são otimistas. É provável que, somando as expectativas de cada partido com suas nominatas, Brasília precisaria de no mínimo 2,5 milhões de eleitores e a Câmara Legislativa de 30 cadeiras ! A tabela a seguir indica a média de votos dos candidatos a Distrital em 2010: somente quatro passaram de 2 mil voto!


Partido  Eleitos  Candidatos  Média
PT 5 38 5.694
DEM 2 30 3.428
PPS 2 20 2.766
PSDB 1 38 2.212
PMDB 2 45 1.924
PSB 1 30 1.881
PRP 0 25 1.779
PTB 1 44 1.727
PRB 1 12 1.712
PTdoB 1 42 1.708
PDT 1 45 1.707
PSL 1 40 1.674
PMN 1 35 1.636
PRTB 1 20 1.579
PTN 0 11 1.510
PR 1 48 1.462
PSC 1 45 1.415
PHS 0 43 1.251
PV 0 43 1.231
PSOL 0 21 1.211
PP 1 32 942
PTC 1 31 924
PCdoB 0 32 843
PSTU 0 2 483
PSDC 0 21 400

24
793
1.798

Não surpreende que o PT e o DEM tenham as melhores médias, já que foram os dois partidos mais votados na eleição 2010. Não surpreende também que os partidos que obtiveram as maiores bancadas estejam nas mais fortes médias. Na parte de baixo, PP e PTC foram claramente “salvos” pela coligação, respectivamente com PMN e PRP. O partido de Adalberto e Claudio Monteiro, por sinal, aparece com o mais claramente prejudicado eleitoralmente nas coligações 2010, já que obteve uma bela média que se revelou infrutífera.

A força dos “pequenos” candidatos aparece mais claramente na última tabela, a seguir, que indica a média de votos das nominatas excluídas as votações, dos eleitos, ou seja retirados os 423.061 votos obtidos pelo conjunto dos 24 atuais Distritais.


Partido  Eleitos  Candidatos    Média dos não eleitos
PT 5 33 2.855
PRP 0 25 1.779
DEM 2 28 1.766
PSDB 1 37 1.701
PTN 0 11 1.510
PDT 1 44 1.488
PSB 1 29 1.467
PMN 1 34 1.456
PTdoB 1 41 1.445
PPS 2 18 1.393
PSL 1 39 1.377
PTB 1 43 1.371
PHS 0 43 1.251
PV 0 43 1.231
PSC 1 44 1.212
PSOL 0 21 1.211
PR 1 47 1.211
PMDB 2 43 1.192
PCdoB 0 32 843
PP 1 31 667
PRTB 1 19 504
PTC 1 30 485
PSTU 0 2 483
PRB 1 11 426
PSDC 0 21 400

24 769 1.304

Comprova-se que o PRP podia esperar um melhor resultado, sua média tendo sido “rebaixada” com a pífia performance dos candidatos coligados do PTC (exceto, é claro, a votação do eleito Agaciel Maia). O PTN de Rodrigo Delmasso também obteve uma média maior que seu coligado PSL (que elegeu o Dr Michel), mas o pequeno número de candidatos apresentado sob a bandeira 19 faz aumentar a média justamente com a votação do candidato oriundo da Sara Nossa Terra. Mesmo sem contabilizar as votações de seus 5 eleitos, o PT, no entanto, continua com uma média consideravelmente mais elevada que os outros partidos, comprovando a força de sua nominata, embalada no discurso de oposição. A situação em 2014 será inversa. 

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